7. Nice to meet you, Nick.

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THE ROSE IN BLACK & WHITE.




Vancouver, Canadá. Terça feira. 

Três meses depois.

- Quem pode me dizer qual é a coisa mais abundante nas células?

Ouvi a voz do meu professor de biologia e pisquei algumas vezes pra (tentar) me manter acordada. Ontem, Shawn e meu irmão ficaram até tarde da noite jogando aquela porcaria de vídeo game, ocasionando uma curta noite de sono pra todos nós.

Depois do quase beijo no jardim, eu e Shawn ficamos mais próximos. Não daquele jeito, mas, como amigos. Ele é um ótimo conselheiro, aliás. Nós nos damos bem.

Creio que não passará disso.

- Água. – um aluno do fundão respondeu.

- Isso mesmo, H2O! Muito bem. Agora me digam três funções da água.

Hidratar pessoas;
Lavar pessoas;
Fazer o almoço.

A porta foi aberta, atraindo os olhares de todos.

- Desculpa o atraso. – um garoto alto, de cabelo loiro escuro, entrou na sala.

- Você deve ser Nicholas Robinson Vasconcelos, o aluno novo. Tudo bem, atrasos acontecem. Sente-se. – o professor fez um gesto com as mãos, apontando pras cadeiras da sala.

O garoto passou os olhos rapidamente pelas cadeiras, até achar uma vazia e ir até ela.

Do meu lado.

Seus olhos encontraram o meu e me senti sortuda de dividir a mesa com ele. Seus olhos eram castanhos, ele não era muito musculoso, mas também não era tão magro. Era na medida certa pra qualquer uma ficar caidinha. Seus lábios eram carnudos e seu cabelo loiro escuro estava com um topete.

Ele sorriu sem mostrar os dentes e eu assenti com a cabeça, sorrindo de volta quando ele se sentou do meu lado.

Essa vai ser uma longa aula de biologia.

- Ninguém me disse três funções da água nas células... – o professor voltou a falar e passou os olhos pelos alunos, de maioria em alfa. – Nicholas, pode nos dizer?

Ele respirou fundo e se ajeitou na cadeira.

- Bom, ela transporta nutrientes, oxigênio, dissolve materiais e... – ele fez uma careta. - e...

- Participa de ações bioquímicas. – completei.

- Muito bom, Steinfeld e Vasconcelos. Bom, explicando melhor o que eles falaram... – entrei em alfa depois de receber o sorriso tímido do garoto do meu lado.

- Obrigado por me salvar, Steinfeld. – sua voz era grossa e, confesso, ouviria ela o dia inteiro.

- Ally. Meu nome é Ally.

- Prazer, Ally. Sou Nick.


[...]

- Já falaram com o aluno novo? – Dinah perguntou antes de morder um pedaço de seu lanche. Jack negou com a cabeça.

- Sei nem quem é. – Shawn respondeu, concentrado em tirar os tomates da salada.

- Falei na aula de biologia, até que ele é legal. – dei de ombros.

- Agora entendi o porquê dele olhar tanto pra cá. – Dinah disse e Shawn arqueou a sobrancelha, ignorando o trabalho que estava fazendo.

- Quem ele é? – perguntou.

- Ao lado da máquina de refrigerante, o de blusa preta. – meu irmão respondeu.

Shawn esticou um pouco o pescoço e o avistou. Mais discreto, impossível. Depois, voltou a tirar os tomates da salada.

- Ele é um gato, né? – Dinah sussurrou pra mim. – Uma gracinha.

- O pior é o sorriso dele.

- Ele sorriu pra você?? – ela perguntou em alto e bom tom, atraindo a atenção dos meninos que estavam na mesa.

- Não tem nada de mais, ele só sentou do meu lado na aula de biologia.

- Vão estudar a anatomia humana juntos? – Jack usou seu tom irônico e Dinah deu uma gargalhada nada exagerada. Shawn não tirava os olhos de mim, fazendo meu rosto corar.

- Deixa de ser idiota, Jack. Vocês fazem muita polêmica. Eu, hein. – dei mais uma mordida na minha maçã.

- Qual é o nome dele? – Shawn perguntou.

- Nicholas Vasconcelos. – meu irmão respondeu.

Shawn murmurou alguma coisa que não consegui ouvir. Meu olhar encontrou o de Nick, que já devia estar repousado sobre mim há um tempo. Ele sorriu de lado e acenou levemente. Eu retribuí, tomando cuidado pra que ninguém da mesa me visse fazendo isso.

Mas Shawn era atento demais.


[...]

- Qual é a sua com aquele menino? – Shawn perguntou, enquanto caminhava comigo para o meu armário.

- Não entendi. – respondi.

- Entendeu sim. Viraram amiguinhos? – ele fez aspas com os dedos e usou um tom que nunca ouvi antes.

- Não tô entendendo, Shawn. Só falei com ele uma vez, não tenho culpa que ele me encara e acena pra mim. – dei de ombros e abri o armário, pegando meu livro de inglês.

Shawn cruzou os braços.

- Porque você tá assim, hein? – franzi o cenho.- Nunca falou comigo desse jeito.

Ele respirou fundo.

- Só achei estranho ele te encarar.

- Eu não tenho culpa, Shawn.

- Eu fui grosseiro, me desculpa. – passou a mão pelo cabelo.

- Dá próxima vez, você toma um soco. – apontei pro seu peito e ele riu. – Tenho que ir.

- Até a saída. – ele piscou e eu retribuí com um sorriso.

Entrei na sala de inglês e avistei Antônio com alguém.

- Oi, Ally! Já conheceu o Nicholas? Ele também é brasileiro!

Nick se virou até mim e franziu o cenho.

- Você não tem nome brasileiro.

- Allyson Rodrigues Steinfeld. – falei. 

Ele assentiu com a cabeça, colocou as mãos no bolso e me encarou.

- Tenho a impressão de que conheço de algum lugar.

- Nos vimos na festa da minha irmã, há uns meses atrás. Eu lembro de você.

- Sua irmã?

- Sim, Michelle Vasconcelos.

Tava bom de mais pra ser verdade.

The Rose in Black and White | Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora