The Rose in Black and White | Shawn Mendes

31. New York.

THE ROSE IN BLACK AND WHITE.

31

Vancouver, Canadá.

Já estou há três semanas na casa dos Mendes e sinto que eles estão felizes com a minha presença, o que me deixa feliz. Shawn já retornou ao colégio e fará sua última prova anual hoje, estudamos juntos esse tempo todo e ele está bem confiante. Meu irmão está passando mais tempo na casa da Dinah do que na própria casa e só nos vemos nos períodos do colégio.

Sei que ele não sente minha falta. 

Passar um tempo extra com o Shawn está me ajudando muito. Minhas crises de ansiedade diminuíram e minha imunidade se estabilizou novamente. Ele também está bem melhor. Já foi no médico quatro vezes desde o acidente e, nas quatro consultas, o doutor disse que ele está tendo uma ótima recuperação. 

O natal é em uma semana e, pelas minhas contas, minha mãe não virá passar conosco esse ano. O que é estranho pois, sempre passamos juntos essa época do ano. Eu, ela e Jack. 

Esse ano será diferente. 

"Peço que todos os alunos se dirijam até a quadra para o último recado do ano." 

Em seguida, o sinal bateu.

[...]

Passei os olhos pela quadra até tentar encontrar alguém que eu conheça. Procurei por Shawn, que não é difícil de se achar por, simplesmente, parecer um poste. Bato os olhos em Nicholas Vasconcelos, que me recebe com um sorriso. Em seguida, aponta pro lugar vazio ao seu lado. 

Porque não?

- Milagres existem, e você com roupa branca é a prova disso. 

- Bom te ver também, Nick - sentei-me. 

- É sempre bom ver você, Ally. 

Vejo a diretora e alguns professores, inclusive Antônio, o único que coloca fé em mim, entrarem na quadra. Os professores estavam com vários papéis na mão, suponho que seja algo relacionado a faculdades. Afinal, depois do ano novo, temos apenas poucos meses de colégio. 

- Bom dia, alunos - alguns responderam a diretora. - Como vocês sabem, teremos um descanso de duas semanas por conta do natal... 

Peguei meu celular. 

Allyson Steinfeld: Cadê você?

- Alguns de vocês vão se formar ano que vem e entrar em faculdades que estejam interessadas em vocês. Como diretora do colégio, é meu dever encorajar vocês. 

Shawn Mendes: Perto da porta, consigo te ver daqui. 

Meu olhar vai em direção a porta e lá está ele. 

- Com a ajuda dos professores de inglês, artes e história, nós fechamos um contrato com faculdades de vários lugares diferentes do mundo que oferecem cursos preparatórios para essas áreas - alguns alunos começaram a comentar, fazendo a diretora pedir silêncio. - Teremos curso profissionalizante de Arqueologia no Reino Unido e Espanha, Marketing em Paris e Alemanha , Música em Los Angeles e Nova York, e Desenvolvimento de Literatura no Brasil e também em Nova York. 

Olhei para Antonio, que piscou pra mim. 

Nessas alturas, os comentários dos alunos já tomavam conta do local. 

- Silêncio, por favor. Quem estiver interessado, venha assinar a lista com o professor da área e, após o retorno das aulas, anunciaremos os sortudos que farão parte desse projeto. 

Shawn Mendes: Desenvolvimento de Literatura já é seu. 

Allyson Steinfeld: Seu nome já está na lista pra Nova York. 

Guiei meu olhar até ele, que sorriu. 

Quase todos os alunos daquele ambiente foram assinar o nome e o local escolhido para a realização dos cursos. 

Shawn, após escrever seu nome na lista, veio até mim. 

- E aí, pra onde vai?

- Nova York, espero - ele sorriu. 

- Isso vai ser ótimo pra você, Shawn. Imagina você fazendo música, lotando arenas e um monte de gente gritando seu nome! Ia ser um máximo! 

- O dia que eu lotar o Madison Square Garden, minha vida estará feita. 

- Não duvido muito disso. Além de cantar super bem, é um gato. Vai fazer sucesso rapidinho - ele riu. - Desenvolvimento de Literatura, só pode ser ideia sua - falei para o meu professor de inglês, que sorriu. 

- Ainda consegui no seu país de origem, de nada - me entregou a caneta. 

Brasil, com a minha família.

Ou Nova York? 

Respiro fundo. 

Preciso criar asas.

 Allyson Steinfeld - Desenvolvimento de Literatura - Nova York 

- Estou surpreso! Se não for pra arriscar, você nem entra na brincadeira - Antônio falou, eu sorri. 

- Achei que iria se inscrever no Brasil - Shawn falou, enquanto saíamos do meio da multidão. 

- Eu preciso começar a me virar sozinha, não terei tanta visibilidade no Brasil. 

- É melhor Nova York se preparar, tem uma escritora chegando pra fazer história - passou o braço pelo meu pescoço. - Vai ser ótimo pra você, minha rosa. 

Por um momento, imaginei eu e Shawn em Nova York. 

Ele, escrevendo músicas. 

Eu, escrevendo livros.

Ele, indo em premiações.

Eu, em lançamentos. 

São mundos completamente diferentes. 

E o diferente é o que nos mantém unidos.