Capítulo XXIV

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Marcos PDV

Eu tinha chegado na clínica, mas minha cabeça não saia lá do hospital, da Emilly. Eu estava bem tenso com a conversa que minha mãe teria com ela. Sabia também que elas não chegariam ao extremo de brigar, mas, mesmo assim, eu sabia que poderia não sair boa coisa.

- Fala Marcos! - Luiz diz, chegando no meu consultório - Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa? - Perguntou, preocupado, ao ver o meu semblante tenso.

- Não sei... Ainda. Minha mãe tá lá no hospital com a Emilly.

- Eita! Mas ela foi pra conversar numa boa?

- Segundo ela, sim. Mas as duas tem um gênio que bah, me dá medo.

- Fica tranquilo! Pensa positivo, que vai dar tudo certo. - ele tentou me tranquilizar, e continuou - Passei aqui pra te lembrar do nosso almoço com os advogados hoje.

Com toda essa tensão, eu tinha esquecido de contar a novidade para a Emilly. E eu tinha certeza que ela iria ficar radiante com essa notícia, de que eu passaria mais tempo aqui para ajudá-la com o nosso filho. Eu também tinha que lembrar de falar com o Juliano, pois ele era meu sócio e precisava deixá-lo a par dos meus novos planos.

- Eu tinha esquecido mesmo - digo rindo - Quando tu tiver indo, passa aqui?

- Passo sim. Agora deixa eu ir, tenho uma cirurgia pra daqui a pouco. - ele fala, já saindo da sala.

- Vai. Até mais tarde!

Após pensar um pouco, decidi encarar logo a parte difícil, que era conversar com Juliano sobre a nova clínica. Eu não sabia como ele iria reagir, mas não queria criar um clima ruim com ele, o considerava um irmão.

- Fala, mano velho! - ele diz, atendendo logo no segundo toque.

- Opa Juliano! Como cê tá? - pergunto, tentando retardar o assunto.

- Aqui tá tudo certo! E aí no Rio? Como a menina está? Fiquei sabendo do problema que ela teve.

- Pois é, foi um susto danado, mas agora eles estão bem!

- E como vocês dois estão? - ele pergunta sorrateiramente.

- A gente não tá oficialmente junto, mas as coisas estão caminhando pra isso. - não queria e nem precisava esconder o meu coração.

- Você sabe o que tá fazendo, não sabe?

- Sei sim, e tô feliz com minha decisão. - falo com sinceridade.

- Então tá tudo certo. Tu feliz é o que importa. Mas toma cuidado dessa vez, tenta não se machucar. - e era por isso que eu amava tanto ele, essa preocupação que ele tinha comigo me fazia sentir muito querido.

- Obrigado pelo apoio, irmão. Obrigado! - não dava mais pra enrolar, tinha que contar à ele - Bem, eu não liguei só pra isso, tenho um assunto sério pra falar contigo.

- Pode mandar!

- O Luiz me ofereceu sociedade na clínica dele aqui no Rio. Ele vai me vender a parte que é da mulher dele.

- Como assim, me explica melhor. - ele pergunta, duvidoso.

- A mulher dele, a Laura, também é médica, só que obstetra.

- Ela que tá cuidando da tua guria?

- Ela mesma! Mas, enfim, quando ela soube do bebê, ela propôs me vender a parte dela, pra eu poder ficar mais tempo aqui no Rio.

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