Capítulo XXVI

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Marcos PDV

Uma semana havia se passado desde a conversa de Emilly com a  minha mãe, e, nesse período, elas estavam se dando perfeitamente bem. Minha mãe, inclusive, veio passar o dia com ela umas três vezes esta semana.

Confesso que, no começo, fiquei com os dois pés atrás. Amava minha mãe, mas não confiava na sua superproteção. Porém, depois ficou perceptível a sinceridade dos atos dela. Meu pai, como não é novidade, já gostava da Emy antes mesmo de conhecê-la, e quando se viram pessoalmente, ele apenas externou isso.

Ela e eu estávamos do mesmo jeito como éramos no início da nossa relação, muito carinho, muitos beijos, mas ainda não tínhamos definido nosso status de relacionamento. Devo confessar que isso estava me incomodando um pouco, queria que todos soubessem que a gente estava junto, e dessa vez, como namorados, noivos ou o que quer que ela quisesse que a gente fosse.

- Picinho, me responde uma coisa - tento ir com calma.

- O quê, meu bem? - ela pergunta, levantando a cabeça para olhar pra mim. A gente estava deitado na cama, ela, como de costume, com a cabeça no meu peito.

- O quê a gente é?

- Como assim? - me olha, interrogativamente.

- Tipo, a gente é um casal?

Vejo um sorrisinho nascer em seu rosto, sabia que ela iria me zoar por essa "insegurança".

- Mas Marrcos, tu quer saber se a gente tá junto?

- Tu pára de fazer essas cara de gato - digo, esticando suavemente seu rosto, mas tentando mesmo era quebrar o clima.

- Claro que a gente tá junto, Marrcos - ela fala, rindo - Agora....  Eu preciso de um pedido. - Ela advertiu.

Sabia do que ela estava falando e eu tinha me preparado para isso. Eu realmente a queria de vez na minha vida e não ia deixá-la escapar dessa vez.

- Rapidinho - afasto ela pra me levantar da cama e sigo em direção à minha maleta. Eu tinha passado no shopping outra noite pra comprar algumas roupinhas para o bebê. Segundo a Emy, o nosso filho ficaria sem roupas, já que ela estava impossibilitada de sair para comprar e isso não podia acontecer. Não entendi a lógica dela, mas não quis discutir com uma grávida.

Quando tava passando pela Vivara, vi um anel que ficaria perfeito no dedo dela. Sem que eu percebesse, já tinha comprado-o e, desde então, ele estava na minha maleta, só esperando o momento certo de ir para sua dona.

 Sem que eu percebesse, já tinha comprado-o e, desde então, ele estava na minha maleta, só esperando o momento certo de ir para sua dona

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Pego a pequena caixinha nas mãos e volto com ela em direção à cama. Claro que assim que ela vê o que tenho em mãos, os seus olhos se arregalam de uma maneira extraordinária. Ela está totalmente parada sem saber o que vou fazer a seguir. Puxo-a pelo braço com carinho e faço-a descer da cama, ficando em pé na minha frente.

- Emy, eu não sei bem o que te dizer... Eu passei dias ensaiando o que te falar, mas não deu... Amor, eu não sei o que tu quer pra nós dois, se quer namorar, noivar ou casar, mas eu te peço tudo isso junto. Pra mim não importa o status, só o que vale é ter você e nosso filho comigo pra sempre. Então, o que você me diz? - ao terminar de falar, abri a caixinha, revelando à ela o anel que tinha comprado.

Emilly, por sua vez, estava totalmente imóvel. Acho que ela tinha ficado chocada com o pedido, e me assusto quando vejo algumas lágrimas rolando pelo seu rosto, e temo que ela também tenha se assustado com o que fiz.

- Me desculpa Picinho, eu não queri... - não consigo terminar de falar, seu dedo em meus lábios me impede de concluir.

- Claro que eu aceito ser sua namorada, noiva e esposa.. É tudo o que eu mais quero! - ela fala, ainda chorando.

- Ah, meu amor, vem cá - puxo-a para um beijo lento e delicado, mas completamente repleto de emoções.

Ela interrompe o beijo e fala:

- Coloca no meu dedo, Marrcos- e estende a mão para que eu colocasse o anel.

Quando termino de colocá-lo, confirmo que aquele anel realmente tinha nascido pra ficar naquele dedo, tinha ficado perfeito.

- Meu bem, é perfeito, eu amei... Te amo - ela diz, segurando meu rosto - E pela agitação do seu filho, ele também ficou bem feliz com nosso noivado.

- Noivado é? - provoco-a - Ele tá sentindo o que a gente tá sentindo, não é, filhão?- falo, me abaixando ao seu lado e depositando um beijo na sua barriga.

- A gente tem que ver tudo, Marcos! O local, a data... Ai meu Deus! O meu vestido!!!

Eu observei a empolgação dela com um sorriso enorme no rosto. Eu sabia que sofreria um bocado com esses preparativos, mas saber que ficaria com ela pra sempre, me deixava aliviado. Eu agora teria que lidar com a noiva grávida em ação.

- Calma nenê, vamos esperar tu sair daqui pra começar a decidir tudo - volto novamente pra cama com ela.

- Nada disso, tenho que aproveitar esse meu tempo pra resolver tudo! Amanhã falo com a mana pra gente já começar a ver isso - fala, enquanto se deita novamente sobre mim.

- Tá certo, como tu quiser. Agora me diz, vai querer casar grávida?

- Claro que vou! Quero nosso filho juntinho de nós nesse momento. Pelas minhas contas, temos quatro meses pra organizar tudo.

- Ou seja, casamos em Dezembro? - pergunto, animado com a possibilidade de tê-la legalmente pra mim.

- Isso! Alguma ideia de data?

- Humm, que tal dia 8? É no começo do mês e distante o suficiente das festas de fim de ano.

- Por mim tá perfeito! Pouco gente, não é? - ela pergunta.

- Isso, no máximo 100 pessoas. - eu sempre achei que casamento era uma festa íntima demais e que só os amigos e parentes mais próximos deveriam ir.

- Ótimo! - ela fala com um sorriso deslumbrante - Nem acredito que a gente vai mesmo casar.

- Pode acreditar, Picinho - falo beijando sua cabeça - Biscoito torrado.

Ela levanta a cabeça, me sorrindo com os olhos:

- Marrcos... - ela começa sutilmente - Será que teria como ser na Chácara, em Sorriso? Eu sempre sonhei em casar no campo, e como tu ama aquele lugar, eu pensei...

- Perfeito! Obrigada nenê! Obrigada por me fazer tão feliz! - falo, puxando-a para mais perto.

- Obrigada você! Te amo!

- Também te amo, Chelo. Agora vamos dormir que amanhã tu tem exame cedo e eu quero descobrir o sexo desse bebê - falo, alisando sua barriga.

Das últimas vezes que tínhamos feito o exame, o bebê não tinha colaborado muito, então ainda não tínhamos certeza do sexo, mas estava confiante que dessa vez iria dar certo.

- Será que dessa vez ele vai ajudar? - ela me pergunta.

- Acho que sim, tô sentindo que sim.

- Tomara. - Fala, com sua vozinha rouca.

O silêncio que se instala é confortável, e não muito tempo depois, escuto ela ressonar no meu peito. E, pensando em como tê-la comigo me fazia feliz, é que eu finalmente pego no sono.

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Notas da Autora:
Oi pessoas , eu sei que demorei a postar mas como já tinha falado, tenho andado bem ocupada esses dias.  O que acharam do capítulo? Eu amei essa nova fase do relacionamento deles, e a data devo confessar a vocês que é uma homenagem a minha irmã, então mana é pra você ! Vou tentar voltar a rotina de postagens em breve. Beijos e até o próximo capítulo 😙

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