Semanas se passaram desde a final do programa, ambos ainda sentiam o coração vibrar de saudade, paixão, mas também de mágoa e decepção. Nos planos deles não haviam espaços para reencontros, o rancor era grande demais em ambas as partes . Mas o que e...
Por mais que eu tentasse esconder, até de mim mesma, que me sentia culpada por coisas que deixei de fazer pela e para minha mãe, e tudo o que o Marcos tinha me falado do seu sonho, me trouxe uma paz enorme, a sensação de não ser merecedora de todas as coisas boas que me aconteciam, sumiu. Aquilo tinha mexido muito comigo, mas de uma forma positiva, me ajudou a ser plenamente feliz.
A semana passou tranquilamente, claro que com toda a habitual correria, mas passou sem maiores problemas. O Marcos havia combinado de me levar até Angra no fim da semana; já que a Laura e o Luiz eram donos de uma casa lá e tinham colocado a mesma a nossa disposição. Não tive como discutir, já que segundo ele a gente estava merecendo um final de semana de descanso.
Na sexta, no final da tarde ele passou lá na casa do Papito pra me pegar, eu tinha tirado a tarde de folga pra poder organizar as minhas coisas pra viagem. Não estava levando muita coisa, afinal era só um fim de semana e eu pretendia gastar a maior parte dele dormindo.
Por falar em dormir, dormir agora era o meu mais novo hobby. Eu andava dormindo mais cedo e sempre me pegava cochilando na loja durante a tarde. Eu sabia que a gravidez deixava as mulheres mais sonolentas, mas eu imaginava que acontecesse no início da gestação, por isso, fui até a Dra.Laura, e ela me explicou que era super normal, e que cada mulher funcionava de uma forma. Isso me deixou mais tranquila e eu virei praticamente um bicho preguiça.
Estávamos o Marcos e eu nesse momento no carro a caminho de Angra. A gente sabia que não era muito aconselhável que eu viajasse de carro por muito tempo, mas depois de tomar os cuidados necessários, vimos que umas dois horas e meia de viagem não me fariam mal.
- Tu tá bem picinho? - Marcos pergunta pela milésima vez desde que começamos a viagem.
- Tá sim meu bem ! Já falei pra tu não te preocupar ... - digo alisando sua perna.- E também já nem falta tanto pra gente chegar..
- Só mais uns 15 minutos. Tu vai querer jantar na rua ou quer que eu faça alguma coisa? - questiona sem tirar os olhos da direção.
- Tu não cozinha Marrcos! E eu tô cansadinha, não quero cozinhar. A gente nem vai na casa, janta logo e depois a gente vai pra casa de uma vez.
- Boa ideia. Tem algum lugar em especial que tu queira ir? Já que tu vinha praticamente todo final de semana pra cá .
- Tem sim, segue naquela direção ali. - digo apontando e vou o guiando até o restaurante.
O jantar é tranquilo, o lugar era bem agradável, não era muito cheio e isso dava uma certa privacidade aos clientes. A comida então, nem tinha o que se falar, tudo muito bom e de muita qualidade. Depois de pagar a conta seguimos em direção a casa dos nossos amigos.
A casa deles era linda, dois andares, de frente a praia, tinha uma piscina enorme, área pra churrasco, tudo bem bonito e de bom gosto. Depois de conhecer a casa, seguimos pra o quarto que a gente iria ficar, e mais uma vez ficamos, ou melhor, fico, encantada. A varanda do quarto dava uma visão completa da praia, e isso me deixou fascinada.
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