Capítulo XXI

860 35 5
                                    

Marcos PDV

Acordei com a Emilly enrolada em mim, e senti uma emoção que fazia tempo que não sentia: serenidade. Ela estava com a sua cabeça ainda no meu peito e ressonava com os lábios um pouco abertos. Eu sorri, lembrando-me que era assim que ela dormia lá no programa.

Sem querer incomodá-la, fui me desencaixando dela devagar, e me substituí pelo travesseiro. Eu sorri mais uma vez quando ela esfregou a bochecha nele e gemeu um pouco, enquanto o abraçava. Ela murmurou "Meu bem..." e o sorriso se tornou amplo no meu rosto, juntamente com uma leve batida descompassada no meu coração.

Eu acariciei seu cabelo bem de leve e admirei seu rosto lindo. Sua boca desenhada, seu pequeno nariz perfeito, seus olhos fechados que faziam seus cílios descansarem nas bochechas... Simplesmente linda!

Com um suspiro forte, me vi tendo que levantar, para passar em casa e sair para o trabalho. O fiz à contragosto, pois gostaria de ficar tomando conhecimento, de novo, de cada parte dela, de cada som que ela produzia no seu sono relaxado. Mas me levantei, ajeitei as cobertas sobre ela e deixei um beijo em seus cabelos. Me arrumei em silêncio e saí, deixando ali meu coração.

Pouco depois, eu tinha acabado de sair de casa e segui para a clínica. A noite tinha sido ótima, e cada vez mais eu me sentia confortável com a Emy. Parecia a época em que nos conhecemos, e isso era muito bom, afinal, teríamos um filho pra cuidar juntos.

Assim que cheguei à clínica, me dirigi à sala do Luiz, precisava conversar com ele a respeito dos meus planos de ficar no Rio de Janeiro. Bati na porta do seu consultório antes de entrar.

- Posso entrar? - digo, colocando só a cabeça pra dentro da sua sala.

- Claro, entra aí. - me encaminho até a cadeira que fica em frente à sua mesa - Me conta, o que eu posso fazer por você?

- Luiz, tu sabe que eu vou ser pai, imagino que a Laura tenha comentado contigo. Além do mais, já deve estar em vários sites de fofofas...

- Sei sim, ela comentou comigo. Fiquei bem feliz por você. - ele fala, me dando um tapinha no ombro.

-Pois é, eu fiquei chocado no início, mas fiquei feliz também. E é justamente por isso que eu tô vindo falar contigo. Eu estava pensando em ficar mais tempo aqui no Rio, ao invés de ficar metade do mês em São Paulo.

- Entendi! Eu ia falar com você justamente sobre isso. Quando Laura me contou sobre o seu filho, ela disse que iria te propor vender pra você a parte dela aqui na clínica. - ele me fala.

- Como assim? - perguntei, confuso.

- Quando ela me falou do lance do teu filho com a Emilly, ela pensou em vender a parte dela à você, assim tu ficaria metade do mês aqui e a outra metade em Sorriso.

-Cara, tu não tem noção do alívio que tu tá me dando, era tudo o que eu estava precisando. Quando a gente pode sentar com os advogados pra resolver todas as pendências? - pergunto.

Eu estava muito aliviado, não estava nos meus planos ficar longe do meu filho e nem da Emilly. Eu sabia que ela precisaria de um suporte que eu não poderia dar estando em São Paulo. E essa sociedade caiu perfeitamente com o que eu precisava. Agora só precisava conversar com o Juliano e com o Montenegro.

O Luiz e eu ainda acertamos mais alguns detalhes referentes à minha entrada na sociedade, deixando marcado pra falarmos com os advogados durante um almoço amanhã.

O restante da manhã não demorou muito a passar, atendi algumas pacientes de pós operatório, e algumas outras consultas, logo deu a hora do almoço.

Estava indo almoçar, quando recebo uma ligação da minha mãe. Ela dizia que estava no Rio junto com meu pai e queria conversar comigo. Perguntou se eu estava livre naquele momento pra um almoço e, como eu já estava indo, topei.

See You AgainOnde histórias criam vida. Descubra agora