Capítulo 8

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Noah

Deitado ao lado de Biel, fico reparando em seu lindo corpo nu, brilhando em suor e sexo, seu cheiro me embriagava, o cheiro de seu prazer, o cheiro de sua semente, eu sorria em saber que tinha sido eu o responsável por deixa-lo extasiado ao ponto de uma exaustão sublime.

Os olhos de Biel sempre me cativaram, sempre me iluminavam, em meus piores momentos eram as esmeraldas de Biel que eu buscava o meu refúgio, vi esses olhos crescendo, o acompanhei pelo tempo, "meu amigo imaginário", meu Biel.

Ao seu lado em sua cama seu corpo buscava o meu, ele queria meu calor, eu me debatia internamente com meus "Demônios", eles queriam que eu machucasse meu Biel, meu precioso Biel, mas isso eu jamais faria, eu lutava desesperadamente por controle de meus atos e minha mente, mas nem sempre eu os vencia.

Deixo meu Biel adormecido, me vestindo, cubro seu corpo crescido, cubro o homem que ele se tornou.

Saio de seu apartamento da mesma forma que entrei, pela saída de emergência, vou em direção ao hospital, retorno a minha prisão.

Em minha cela nesse hospital maldito, deito em minha cama e deixo minhas doces lembranças me cercarem, lembranças de um passado distante, lembranças de dias felizes, de tempos que jamais voltarão.

" – Mãe...Mamãe...Eu tenho um amigo mamãe, o nome dele é Gabriel, ele tem esmeraldas na cara...

- Sério meu amor, e esse Gabriel onde ele mora heim?

- Não sei mamãe eu brinco com ele só a noite, as vezes quando eu to dormindo.

- Ah, então esse Gabriel é seu anjo da guarda? Noah meu amor que bom que seu anjo brinca com você.

- É mamãe, Biel é meu anjo..."

Sorri pela lembrança, a saudade de minha mãe perfurava minha alma, se é que eu ainda tinha uma, uma lágrima amarga deixa meus olhos, lágrima de dor, lágrima de culpa.

" – Mãe o que são essas coisas dentro dessa caixa?

Uma grande caixa estava escondida no sótão de minha casa, dentro dessa caixa continha diversas fotos, documentos e até mesmo joias que pela minha pouca idade de 13 anos sabia que eram valiosas, quando minha mãe viu que a caixa estava em minhas mãos ele correu a tomando e a colocando no mesmo lugar em que estava.

- Noah querido, não mexa mais nessa caixa, tudo bem, ele era daquele hospital maldito, não chegue perto dela nunca mais.

Minha mãe tinha ficado nervosa, eu não queria deixa-la nervosa.

- Desculpe mãe.

- Tudo bem meu amor, tudo bem, agora vamos sair daqui.

Minha mãe e eu saímos do sótão, mas não saímos sozinhos. "

As lembranças vinham como flash em minha mente.

- Sangue de seu sangue, carne de sua carne, os crimes contra o passado serão cobrados em geração futura...

As vozes me perturbavam durante o sono, eles rosnavam, eles me drenavam, eles consumiam.

- Criança imunda...iremos acabar com você como ele acabou com a gente...

Eu sentia medo, eles me machucavam, deixavam suas marcas em minha carne, eles não me deixavam mais dormir, sempre me levavam para lugares feios e me torturavam, me furavam me batiam, zombavam de minha fraqueza.

Cura-meOnde histórias criam vida. Descubra agora