Gabriel
Pavor! Apavorado me definia nesse momento, nunca em minha vida pensaria que eu iria presenciar uma cena desse nível.
Assim que deixei George em seu escritório para me recolher uma força me puxava para o fim daquele corredor, me impelia a abrir aquela porta, essa mesma força guiava meus pés em uma escalada por aquelas escadas, conforme subia os degraus eu sentia um arrepio me atravessando, na metade das escadas eu escuto gritos e lamentos, choros desesperados, minha respiração fica presa em minha garganta, essa escada levava ao sótão, ao refúgio de Noah.
Eu não conseguia controlar minhas mãos, com a porta ainda fechada eu conseguia sentir a força negativa que adivinha do cômodo, escutava os rosnares das vozes que estavam do lado de dentro, coloquei hesitante minhas mãos na maçaneta o puxando para baixo e abrindo a porta sem fazer barulho.
Antes de entrar no sótão sou surpreendido com a voz de Isadora em um choro convulsionado e um grito faz com que eu perdesse o chão debaixo de meus pés.
"- Eu...Eu... a... eu a matei...EU A MATEI...FUI EU... FUI QUE A EMPURROU DA ESCADA....EU A MATEI E COLOQUEI A CULPA EM VOCE, ESTÁ SATISFEITO... Eu a matei, matei minha irmã...matei sua mãe e culpei você...você era o louco...você não ia ter o que era meu...eu matei e você foi o culpado....!"
Surpresa me definia nesse momento, com a mão em minha boca para não ser proferida nenhuma palavra eu observava o que iria acontecer, eu vi Noah em frente a Isadora que estava presa em uma parede, mas nada a amparava, eu vi Mark com uma calça de moletom e uma camiseta assistindo a tudo sem fazer nada para ajudar sua esposa, meus olhos seguiam a tudo com muita atenção e receio, vi quando Noah segurou alguma coisa e levou até o rosto de Isadora, a mulher estava se esvaindo em sangue, entre suas pernas um fluxo contínuo saia em enxurrada, Noah levou o objeto até um dos olhos de sua tia, percebi o que era esse objeto e minha alma quase foge de meu corpo, era um picador de gelo, era um instrumento usado pelo seu bisavô para realizar Lobotomia em seus pacientes.
"- Noah...Ela confessou, não há necessidade de ser mais drástico, voce conseguiu o que queria..."
Vejo Mark se aproximando de Noah, mas foi enxotado pelas correntes visíveis em volta de Noah.
- Sim.... Realmente confessou, ela irá viver, mas será como nós vivíamos, sem nossas vontades e sem controle de nossos corpos, irá viver como vivíamos, apenas existíamos. "
A voz de Noah lhe pertencia, uma lágrima se formou em meus olhos, Noah estava tomado e tinha aceitado, ele parecia furioso e conformado.
Eu tinha que o impedir de fazer algo que viesse se arrepender mais tarde e quando ele iria desferir o golpe final em Isadora uma força brotou em meu interior e interferi a ação de Noah.
- Noah... Pare...PRECIOSO PARE...Por favor...
Eu estava parado a porta com seu coração disparado, meus olhos verdes estavam fixos nos negros de Noah, ele em nenhum momento quebrou o contato entre eles, me aproximei calmamente, Noah continuava com sua mão segurando o picador de gelo nos olhos de Isadora em um único movimento de seu punho ele atravessaria a crânio de Isadora.
Minha voz estava embargada, Noah poderia estar sendo dominado, mas ainda podia sentir sua essência, sua consciência ainda estava lá, era apenas questão de traze-la a superfície.
- Precioso não faça isso, por favor meu querido você não é assim...- Falava em um tom baixo para não assusta-lo e ele por descuido enfiar o picador na cabeça da mulher.
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Cura-me
Romance3º Causo do Karma! Eis-me novamente com meus caros acompanhantes, seu fiel narrador retorna, podem me chamar de Karma. Já ouviram aquela famosa frase "Eu vejo gente morta", sim, eu a retirei de um filme, me condenem, mas essa frase cabe perfeitament...