Capítulo 24

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Karma

Meus queridos hoje em dia são muito comuns encontrarmos pessoas que colocam a culpa dos conflitos e das crises conjugais na outra pessoa. Também é comum ver que em diversas situações, muitos elegem um obsessor ou uma influência espiritual maligna, como responsável pelo problema, precisamos entender que na busca da harmonia, são atitudes simples que fazem toda a diferença. Elas se resumem em compreender que atraímos parceiros que tenham a capacidade de aflorar nossas afinidades, mas também nossas inferioridades.

Infelizmente a falta de paciência, a intolerância, a presunção, a arrogância e o controle são características negativas presentes na maioria das pessoas que vivem neste planeta. Talvez pudéssemos excluir não mais do que umas cem pessoas em todo o globo as quais estão isentas dessas atitudes negativas. Portanto, essa é uma realidade presente na história das pessoas que vivem uma vida conhecida como normal, e mesmo que queiramos negar, basicamente, todos somos intolerantes!

Onde isso repercute mais em nossas vidas?

Em diversas áreas da nossa existência, mas principalmente nos relacionamentos.

Tudo o que criticamos em uma pessoa acontece pela falta de tolerância, falta de amor ou compaixão. Queremos – em cem por cento dos casos – que a pessoa se comporte como nós achamos que ela deve se comportar. E o pior, costumamos gostar mais de alguém, no sentido da afinidade mesmo, quando este se age de forma mais parecida com aquilo que nós consideramos certo.

Não dá para negar que as afinidades surgem naturalmente nas nossas vidas, e também não quero dizer que essas sintonias saudáveis entre pessoas não sejam importantes. Claro que são! Apenas quero lembrar que não costumamos nos relacionar com maior proximidade ou intimidade, com pessoas que não se comportam como achamos que elas devem se comportar, não me refiro a conduta moral, ética e valores, porque é claro que esses aspectos precisam ser sempre ponderados nos relacionamentos que temos em todos os níveis. Não vou escolher um estelionatário para sócio, sabendo que o passado dele é envolvido por atitudes criminosas ou no mínimo suspeitas. Também teremos dificuldade de confiar em alguém que já agiu de modo errado em outra circunstância. Então devemos sim escolher relacionamentos que estejam na mesma sintonia de valores e código moral, mas as emoções... Essas nos enganam.

Tudo que buscamos externamente traduz o que sentimos internamente. Estamos o tempo todo buscando conforto, buscando "acomodar" as nossas emoções da melhor maneira dentro de nós mesmos. Procuramos o conforto em todos os sentidos o que é natural já que queremos nos sentir bem. É aí que um grande erro começa, pois, sem querer, ou sem perceber, e pior ainda, sem ter o mínimo direito, começamos a modelar pessoas!

Modelamos as pessoas controlando os relacionamentos em todos os níveis, fazendo de tudo para que elas se comportem da forma como mais nos conforta!

E quando elas começam a ter novas ideias, novos caminhos, novos conceitos – porque todo mundo muda – e essa mudança não necessariamente nos agradar, nesse momento o nosso relacionamento com elas começa a se complicar. Complicar porque começamos a querer que a pessoa aja de outra forma, que certamente não será a que ela acha correta, mas a que nós entendermos ser.

Nesse caminho, vamos ficando críticos, controladores, intolerantes, ardilosos, impiedosos, em resumo, nos tornamos modeladores de pessoas. Esse não é um bom caminho? Definitivamente não é! E quando isso acontece, estamos abrindo as portas para que todo o mal venha ampliar os conflitos dessa relação.

E qual a solução para isso? Como contornar tais situações tão comuns?

Aprendendo a aceitar as pessoas como elas são. Mantendo a liberdade nas relações, cultivando o respeito pelas vontades alheias e entendendo principalmente que ninguém, ninguém mesmo é responsável pela sua felicidade. Da mesma forma, jamais aceite o peso da responsabilidade de fazer alguém feliz.

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