chapter 4

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No outro dia...

Acordei com dor de cabeça. Dia ruim, ano ruim. Eu deveria estar pensando em algo inspirador que fizesse fazer o dia de hoje valer a pena, mas eu já estou encarando meu chinelo faz uns 15 minutos e até agora não me veio em mente nenhuma frase filosófica. Fechei os olhos por alguns segundos tomando coragem para levantar, mas desisto, além do mais, o que vou fazer de produtivo hoje? Nada, e o Freddie saiu pra ir visitar Mary, então eu iria ficar sozinho quase o dia inteiro.

Fui pra cozinha depois de muita luta interna e fiz café, ri lembrando que iria ser atingido pela cafeteira por uma histérica. Eu realmente a provoquei muito ontem, acredito que ela deve estar com bastante raiva, e não é pra menos.

Sentei em uma das cadeiras da mesa para tomar café com pão e percebi o quão entediante era ficar sozinho, sem ter ninguém para perturbar. Eu moro sozinho desde que o Brian e o Deacon se casaram. Eu gostei e não gostei disso pois gosto de estar com eles a todo tempo, mesmo não admitindo.

Mexia minhas pernas freneticamente por causa da ansiedade, coisa que prefiro que ninguém saiba da existência, a última coisa que eu quero é que tenham pena de mim, isso sim seria humilhante.

Interrompo meus pensamentos por uma ligação da Audrey, estranhei, ela só acorda meio-dia, por que está me ligando a essa hora?

"Oi".- digo sorrindo pro telefone.

"Pode fazer uma coisa pra mim?".- ouço ela bocejar, essa folgada acordou agora.

"Ta, o que quer?". bebo um gole do meu café.

"Uma amiga minha vai dar uma festa daqui a 3 semanas, preciso que vá comigo".- até o céu ficou mais azul depois dessa.

"Por que não convida o Norman, ele não é mais bonito que eu?".- digo me referindo a um amigo dela que ela insiste em me perturbar dizendo que é mais bonito que eu, apesar de ser visivelmente uma mentira.

"Você sabe que eu estava brincando, Roger, se fosse por você eu iria na hora".- ela diz.

-"Ok, eu vou, mas só se você ir no Drunk Dreams depois de amanhã comigo".- ela não tinha muita escolha, pois ela precisava de mim.

-"Ta".- ela diz. Ela deve estar revirando os olhos desse momento.

Desligo o telefone e sorrio levantando para ir pra outro lugar, fiquei perambulando pela casa pra pensar. Eu ficava feliz quando tinha oportunidades de ficar perto dela, não que fosse difícil disso acontecer, mas eu tenho coisas pra fazer e isso atrapalha muito nossas saídas.

Uma parte de mim queria estar com ela o tempo todo e a outra parte acha isso patético. As vezes eu penso que ia ser muito mais fácil pra mim, pro meu coração se esse sentimento acabasse. Eu iria sair com ela sem esperanças de algo a mais.

Acendi um cigarro e fiquei encarando o chão por alguns minutos. Por que tanta coisa por uma mulher que nem me vê dessa forma? Por que eu estou desse jeito por ela? Estou cada vez mais decepcionado comigo mesmo, que ridículo. Respiro fundo, ela não é minha e nunca vai ser, e eu não sou suficiente pra ela de qualquer modo.

Fiquei pensando em coisas aleatórias e fazendo coisas insignificantes até que o Freddie chegou, foi aí que eu me dei conta de que era quase noite, que dia longo.

-"Cheguei".- ele diz ofegante e se joga no sofá, me examinando.-"Por que essa carinha triste?".- ele se aproxima e alisa minhas costas.

-"Nada, e eu não estou triste".- minto. Ele convive comigo a anos e pela sua expressão, ele não acreditou.

-"Está sim, pode falar comigo o que sente".- eu não quero dizer nada, mas eu queria tanto compartilhar isso com ele, meu melhor amigo.

-"Não ria de mim".- respiro fundo e formulo mentalmente como vou dizer.-"A Audrey me ligou hoje de manhã pra perguntar se eu poderia sair com ela, eu aceitei, mas me arrependi, eu não acho prudente".

-"Porque você gosta dela, Rog".- Freddie diz com um sorriso amplo, ele parecia orgulhoso.-"Você só não está acostumado com tal sentimento, você não admite, mas ela mexe com você. Com seu psicológico".

-"Não acho que seja amor, acho que é porque ela é minha melh-".- ele me interrompe. Desmenti pois me arrependi se ter falado sobre isso com ele.

-"Não adianta, você está mais transparente que o copo de vodka que tomei a poucos minutos".- ele diz me fazendo rir, por dentro, pois no exterior eu ainda queria desmentir.

-"Freddie...".- o peço — indiretamente — para parar de falar sobre isso e então ele parece entender.-"Estou me sentindo ridículo".

-"Não tem problema amar alguém, eu por exemplo, amo várias".- ele diz com um sorriso fechado. Talvez ele tenha razão, não tem problema amar ela, mais tem problema ser um bêbado medíocre apaixonado por uma garota que não sente o mesmo.

-"Vamos falar de outras coisas, chega de Audrey, por favor".- ele assente. Pronto, Roger, agora ele acha que você gosta dela, parabéns.

Continua...

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