15. Capítulo - Como são as coisas

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As coisas podem mudar instantaneamente, quase que chegando a assustar. Digo, a situação pode facilmente criar proporções tão grandes e inimagináveis que então tenho como um imprevistos um tanto patéticos. Hora você pode ir dormir saltando de felicidade, hora acordar na manhã seguinte como personificação da tristeza e solidão. E é basicamente o que eu penso nesse exato momento, enquanto estou sentada, apoiada na cabeceira da minha cama olhando para as paredes. Bem, eu estava, até ouvir batidas um pouco grosseiras na porta.

— Lauren! Venha jantar com a gente, você não tomou nem café, nem lanchou essa tarde... E é pizza, eu sei que você gosta. — Aya disse tentando parecer gentil, mas não surtiu de muito efeito. Eu apenas continuei em meus devaneios, e ela continuou batendo na porta. — Tudo bem, Lauren. Sei que você está aí, eu posso ouvir a sua respiração. Eu venho deixar sua fatia de pizza aqui. — Escutei um leve peso que estava sobre a porta sair, e logo desaparecer. Ela deveria, no mínimo, ter colocado o ouvido sobre a porta, já que a audição de lobisomens não era tão aguçada assim – não ao ponto de ouvir uma respiração –. Ela trouxe as fatias de pizza na caixa e um copo de refrigerante, e eu apenas coloquei sobre a mesinha. Eu não estava com fome, nem muito menos com vontade de comer, por mais que a pizza parecesse bastante apetitosa.

Novamente, eu me sentei sobre a cama e voltei a posição de antes, uma perna estirada e um joelho dobrado para apoiar meu cotovelo. Minha cabeça girava desde essa manhã, as palavras dele me deixavam tonta a cada vez que eu pensava nelas.

"Vou te deixar no seu quarto, e eu prometo a você que não me verá mais..."

Aquelas palavras me atingiram, querendo ou não. Nunca pensei que viver seria algo confuso e completamente complicado, ainda mais quando se trata a ser predestinada pra algo que você nunca imaginou e a conviver com lobisomens, vampiros, e companheiros.

Eu respiro fundo ao voltar meus pensamentos a ele, de novo. Minha mente sempre foi muito confusa e rápida, nada demorava a ser processado. Continuei na minha posição imóvel, e assim passou-se a noite, a madrugada, e os dias.

Cada dia passou-se de modo lento e rápido ao mesmo tempo, de alguma forma. Minha alimentação estava caindo cada vez mais, e eu só saia do quarto pra pegar as refeições comumente intocadas por mim e ir pra escola, num carro com os garotos, e durante o percurso eu não sentia-me mal por estar longe de Chris, de alguma forma. O fato de eu ter criado o hábito de não comer, não significava uma greve de fome, nem algo do tipo, era só falta de apetite; e essa falta de apetite estava me fazendo emagrecer bastante. A rotina era totalmente entediante, me fazendo questionar até o porquê da minha existência. Mas algo me dizia que isso iria mudar, a minha paz pessoal iria radicalmente mudar, e isso me preocupava. Eu nunca passava muito tempo em paz, sem ter alguns dos meninos ou Aya me observando.

O dia estava amanhecendo, e eu mais uma vez, observava o sol nascer. Minha vida havia mudado radicalmente, desde o sumiço de Chris. Ele não havia dado notícias, e sempre que eu perguntava sobre ele aos meninos e a Aya, eles desconversavam e mudavam de assunto rapidamente, o que era estranho e um pouco preocupante. E mais uma vez, as horas passaram, e o meu despertador havia me alertado sobre estar na hora de ir me arrumar para mais um dia. Era sexta-feira, e eu estava agradecendo a todo quanto ser poderoso e supremo que esse universo abriga. Me arrumei desanimadamente e desci para tomar meu "café" com a mochila nas costas. Os meninos me observavam sempre, e me esperavam sem muita paciência.

— Vamos, Lauren. Eu tenho teste hoje! — Falou o baixinho musculoso, e eu peguei uma maça na geladeira e saí. Estava me acostumando em morar naquela casa. Charlotte continuava a morar sozinha, e eu nunca mais a visitei. Ver ela me fazia querer voltar a morar naquela casa, o que não era bem possível. Charlotte sempre me mandava beijos e abraços pelo telefone, e dizia sempre estar morrendo de saudades, eu apenas sorria e dizia o mesmo.

— Alô, tem alguém aí?! — Falou Brayden passando a mão na minha frente, pra ver se eu voltava de meus devaneios constantes. Eu empurrei ele e revirei os olhos. O empurrão não tinha muita eficácia, já que ele era uma parede de músculos, assim como todos aqueles lobos residentes naquela casa.

Entrei dentro do conversível azul que estava Noah, e ele acelerou. E tudo foi passando rapidamente. Noah sempre corria naqueles carros, mesmo eles sendo bastante antigos. Ele tinha um apreço por carros conversíveis, eram carros arquitetadamente pequenos e charmosos. Logo logo chegamos, e os garotos que estavam atrás, chegaram também. Todos os alunos nos olhavam, e cochichavam sobre algo como: "A novata agora anda com os populares?" "O que ela tem que eu não tenho?" "Como essa vadia é sortuda, deve transar com todos eles". Jayden veio do outro carro e passou um braço sobre os meus ombros, ele sabia o quanto eu odiava o que eles falavam. Entramos, atrás de mim, os meninos conversavam e riam sobre assuntos idiotas, enquanto Jayden continuava em silêncio comigo. O sinal tocou, e rapidamente Jayden me deixou na sala, e saiu. As aulas de biologia me encantavam desde criança, era a minha matéria preferida, e eu sempre tirava notas mais altas por ter destreza com ela. Meu pai sempre me viu como uma futura médica, coisa que eu realmente havia colocado na minha cabeça em ser meses atrás. Salvar vidas seria interessante, se eu não tivesse com um destino traçado a ser A Grande Prometida, ou algo do tipo, logo tive que abandonar esse sonho. Notei que Layla estava diferente hoje, algo nela cheirava a uma mistura de rosas vermelhas e sangue. Ela estava realmente estranha. Seu modo de vestir desengonçado estava mudando, ela passava a optar por roupas mais escuras, especialmente preto e vermelho vinho. As aulas passaram rapidamente, enquanto eu não dava a mínima em as assistir, estava preocupada demais com Layla. Andei até ela, e a garota antes tímida e reprimida, começava a ter comportamento totalmente diferente do seu normal.

— Está tudo bem com você, Layla? — Falei abaixando a cabeça para olhar nos olhos dela. A garota permanecia mexendo em seu celular.

— Tudo bem, tudo bem. — Falou rapidamente, piscou os olhos e levantou-se da cadeira. — Eu estou ótima. Vou lanchar com a Aurora. Você vai? — Disse indo rapidamente até a porta, me fazendo dar de cara com uma garota vestida estilosamente de uma bota preta, uma calça, uma blusa nude e uma jaqueta marrom. Ela me parecia familiar, eu a havia visto em algum lugar...  E foi quando um flash iluminou minha memória.

"— Ah, não te preocupe, Chris. Falei-me ao meu irmão que gostaria muitíssimo de vê-lo mais uma vez. Ainda sendo que chegamos recentemente à cidade. — Falou uma moça, vestida com elegância. Ela parecia ter-se tornado alguém íntima de Chris."

A noite da festa de gala em que eu conheci Demitri, não me deixou esquecer daquela mulher.

— Olá! Presumo-me que tenhas lembrado-se de minha pessoa. — Ela sorriu pra mim de forma esnobe. Ela me dava arrepios, era uma típica patricinha, só que mimada pelo irmão. Seu jeito de falar a entregava como irmã do charmoso e elegante Demitri. 

— Ah, vocês já se conhecem? Que bom! Assim, nos poupa tempo para apresentações! — Ela fez careta e me deu um pequeno empurrão. Eu apenas assenti fracamente e permaneci calada, observando a "adorável" Aurora, que era paparicada pelas meninas da sala e me olhava com o mesmo olhar desafiador.

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Eu sei, eu sei que tenho demorado pra postar. Mas me falta tempo, mores! Preciso de leitores ativos, e vou tentar ser uma autora ativa pra isso! Dê a sua opinião aí em baixo, e dê uma estrelinha! Ajuda demaisss a me motivar! <3

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⏰ Última atualização: Nov 02, 2017 ⏰

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