7. Capítulo - Confie nele!

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É notório batidas na porta, incansavelmente, por sinal.

— Ai droga... — Esbravejei ao ver que Aya entrou em meu quarto livremente. — O que quer aqui? — Falei ainda com sono, por ser acordada pela criatura a sua frente.

— Bom dia, Lauren. — Fala Aya me descobrindo, me fazendo ver meu estado precário após o acidente. — E você está horrível. — Ela diz serenamente enquanto me olhava. — Vamos, eu vou te ajudar a tomar banho e vestir-se, já que eu sou a única mulher aqui. — Ela joga as cobertas de lado para me pegar, mas eu não permito.

— Não, eu acho que ainda tenho pernas. — A empurro, mesmo sem forças, para que ela se afaste. Me levanto e acabo por ver: Estava com a região torácica roxa por hematomas e meus braços estavam com cortes e arranhões. Meu tornozelo, por ter sido machucado à poucos dias atrás, havia voltado a doer e eu estava mancando.

— O volante do carro acabou por te machucar. Mas venha, não foi só isso. — Ela vai até o banheiro e me mostra. Revelando uma moça com alguns arranhões na testa, nas maças no rosto, lábios cortados e ressecados, e por fim, um cabelo totalmente emaranhado, uma moça que seria eu, pelo menos, eu acho. — Vamos, temos que dar um jeito nisso. — Aya coloca suas mãos sobre meu ombro e logo sai para ligar a banheira. Após minha própria análise no espelho distraída, ela me chama para que eu entrasse na água e sai novamente para que eu pudesse me despir. Eu tomei banho por alguns segundos até adormecer novamente.

— Lauren, acorde. Posso ouvir sua respiração, mas não os seus movimentos na água... Ou então vamos, me faça pensar o pior... — Ela fala alto para me acordar. Eu juro que se não tivesse desse estado mataria Aya.

— Não estava dormindo. — Falei voltando a sentir a ardência dos cortes com o contato da água. — Só estava pensando. — Menti enquanto me levantava e enrolava-me em um roupão de tecido extremamente fino e pelo jeito, muito caro.

— Há roupas no closet e na penteadeira, creio que tenha corretivos e maquiagem em geral para esconder os ferimentos. — Ela fala do outro lado do quarto e pude ouvir a porta ser fechada, indicando sua saída. Eu não estava a fim de usar maquiagem, na verdade, nunca gostei, mas fui obrigada a usar pó e até corretivos. Coloquei um óculos para esconder minhas olheiras, que achei no closet e parecia ser realmente novo pois estava dentro de uma sacola. Penteei meus cabelos e logo prendi. As roupas eram bonitas e pareciam ser feitas para mim, mas optei por uma mais simples que estava em cima da minha cama: Uma regata da cor vinho, uma calça preta e um casaco, caso estivesse fazendo frio lá fora. Calcei meu All Star que, surpreendentemente ainda estava lá e desci as escadas com cuidado, andei até uma janela e havia pessoas treinando lutas marciais enquanto chuviscava. Aquele local me fazia sentir-me em casa, mesmo não estando, e por falar em casa, preciso ligar para Charlotte...

— Você não deveria ter levantado da cama. Mas já que está aqui, vamos comer. — Fala Aya e logo vai andando, para que eu, certamente a seguisse. Logo chegamos ao destino final: A cozinha. — Tem panquecas e o suco está na geladeira. — Ela fala pegando as panquecas e os copos, depositando no balcão da cozinha, enquanto eu ia pegar o suco de laranja. Peguei o suco e logo depositei no balcão, me sentando logo após.

— Onde está os meninos? — Falo com desdém enquanto comia as panquecas.

— Você quer dizer, onde está Chris. — Ela sorri irônica e começa a comer também. — Saiu com os garotos, tinha coisas da matilha para tratar. E já eu, tive que ficar com você... Que ótimo. — Ela diz ainda sorrindo irônica, e bufando.

— Não me culpe. Eu poderia muito bem estar em casa agora. Mas vocês insistem em me manter aqui. — Retribuo o sorriso e logo logo termino de comer e ela também. — Preciso do meu celular. O que vocês fizeram com ele? — Falei lembrando que tinha de ligar para Charlotte, precisava saber se papai já havia voltado de viagem.

Elo de Sangue: A Origem da ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora