14. Capítulo - Tempo e espaço

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Anteriormente...

Você matou uma garota, e a própria mãe... Como pode? — Eu disse sentindo meus olhos marejando. Retirei a abruptamente a mão dele do meu rosto. — Como... Como pode? —Eu gaguejei e senti um nó na garganta, a garota parecia comigo, o que me fez imaginar se eu não teria o mesmo fim que ela. Fiquei de ombros pra ele e fechei os olhos com zg hforça.

— Eu sabia que você ficaria assim. Isso é confuso, me deixe explicar... — Disse pondo mão no meu uombro.

— Não! Não toque em mim! — Andei até a porta e tentei abri-la, mas sem sucesso. A porta estava trancada, e agora o desespero vinha à tona. — Eu vou dizer só uma vez... — Suspirei ainda de costas pra ele. — Abra essa porta!

— Acha que tem algum tipo de poder sobre mim? — Ele disse irritado. Eu realmente sabia tirar as pessoas do sério, e com ele não era diferente. Virei para encará-lo, e eu havia acabado de notar o quão ele estava lindo. O ser a minha frente era bastante convidativo, com o cabelo meio bagunçado, uma calça moletom cinza e a barriga e músculos demasiadamente definidos. — E não, eu não posso deixar você ir. Você sabe o porquê. — Suspirou, tentando se acalmar.

— O que foi? Agora vai me contar que o que Allma me revelou é mentira, e que aquele não era você? — Bufei e me encostei na porta, não estava conseguindo me concentrar com aquele determinado ser a minha frente.

— Você não conhece a história direito. Como vai saber a verdade, se vê apenas um lado da história? — Aproximava-se cada vez mais de mim, até que ele percebeu meus olhares alternados entre o rosto e seu físico incrivelmente musculoso. Senti minhas bochechas arderem.

— Você se sente desconfortável ao ficar me olhando a todo minuto. Como pode? 

Idiota. Eu vou arranhar isso que você chama de cara... Uma cara absurdamente linda e... Meus pensamentos estamos me traindo.

— Calou-se agora? Pode olhar, eu deixo. — Ele disse sorrindo enquanto chegava perto de mim. Eu virei o rosto pro lado, cortando o contato visual. Meu sangue estava fervendo.

— Eu poderia passar o dia inteiro lhe arrancando verdades, mas... — O cortei, saindo de perto dele e indo até a janela, ficando então de costas pra ele. De repente, ele foi até a janela rapidamente, e tocou nos meus ombros. Ele estava próximo demais, o que fazia minha mente ficar totalmente confusa e inquieta.

— Eu não sei o que pensar disso. Você não parece ter se redimido. — Falei ainda de costas para ele.

— É complicado, Lauren. Eu levei a verdade até você, e como você me agradece? A Lua e o Sol sempre odiaram a mim e a Demitri. Mas não culpo a eles por nosso deslize. Demitri e eu amávamos Luar, mas ela era frágil demais para demônios amaldiçoados como nós... — Ele suspirou. Ele falava tudo transmitindo verdade, mas era difícil de acreditar naquilo, já que eu havia visto e presenciado, graças a Allma. — Me odeie por isso. — Passava tudo com verdade, o que me fez virar e olhá-lo.

— Eu... Eu não sei. Preciso de...

— Tempo e espaço. — Ele me cortou e pegou a chave no bolso de sua calça. — Vou te deixar no seu quarto, e eu prometo a você que não me verá mais... — Colocou a chave rústica dourada na minha mão e sumiu rapidamente da minha frente.

Me sentei na cama e passei a observar os detalhes rústicos e modernos daquele quarto maravilhoso. As cortinas cinzas esvoaçavam levemente, tranzendo um vento leve e frio. Lá fora nevava muito. Notei que todo esse tempo, eu estava com a mesma roupa. Tratei de ir naquele banheiro e acabei achando um conjunto que talvez ele havia escolhido. Uma calça jeans preta, uma jaqueta azul escura e uma blusa cinza com uma bota. Tomei um banho quente e rápido, e logo após arrumei-me e vesti-me. Saí daquele quarto e desci inúmeras escadas, até chegar ao hall que dava acesso o salão. Nele, Aya estava a falar com alguns lobisomens e os garotos observavam tudo com os braços cruzados. Logo, a atenção dos meninos foi atraída pra mim, e eu então desci as escadas lentamente para não chamar mais atenção.

— Hey, Lauren. Beleza? — Noah foi o primeiro a falar sorrindo de lado. — Se liga, hoje é dia de ir a "Panteras", quer vir? — O garoto baixo falou, se referindo a uma disputa entre "gangues" secretas, em que eles ostentam dinheiro, carros e mulheres. Nesse festival há corridas para carros, rolando apostas e até desafios. Por mais que o festival seja ao ar livre, há boatos que só se pode entrar quem for tremendamente rico e respeitado entre eles.

— Cale a boca, Noah. A gente não pode mais meter ela em roubadas. Mais uma, e Chris acaba com as gatinhas, e os carros. — Bryan se pronuncia, cruzando os braços, mostrando visivelmente seus músculos.

— É verdade, sem falar que somos expulsos da mansão e da alcatéia. — Um dos gêmeos acrescentou.

— Coitado de vocês. — Eu ri. Chris havia me proibido até de me divertir, grrr. Revirei os olhos com esse pensamento.

Aya fala se despedindo dos homens que agora, iam saindo da casa, e eles assentem para algo que Aya havia dito.

— Adivinha quem é a nova babá de Lauren? — Aya chegou metendo-se no assunto.

— Noah? — Brayden falou rindo. Noah o olhou semicerrando os olhos, e imediatamente deu um soco no ombro dele.

— Não, eu mesma. — Ela disse com cara de tédio. — E vocês vão me ajudar com essa tarefa. — Os meninos começaram a fazer barulho e questionar por que daquilo.

— Qual é? — Disse indignada pelo cuidado excessivo deles. Eles riram e eles me levaram até a cozinha.

— Tem cereal no armário, e leite na geladeira. — Noah gritou, correndo até a mesa e sentando-se em frente ao balcão.

— Sério? Achei que o cereal estava na geladeira e o leite no armário. Obrigada, Noah. — Ri sem humor e Noah me mostrou a língua. Pegando os dois ingredientes e vendo Brayden misturar tudo dentro da própria caixa do cereal. — Espero que tenha as mãos de fada para essa receita, Brayden. — Fiz careta e ele sorriu. Jayden pegou tigelas e as distribuiu no balcão. Rapidamente, devoraram tudo da forma deles e restou apenas eu que não havia nem tocado no cereal. Eu realmente não estava afim de comer, justamente pelo ocorrido mais cedo com Christopher.

— Coma isso logo, Lauren. — Noah bufou e se sentou no próprio balcão, vendo a minha desanimação vívida naquele lugar.

 — Noah bufou e se sentou no próprio balcão, vendo a minha desanimação vívida naquele lugar

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— Eu não estou com fome. – Eu disse colocando a colher na boca lentamente, enquanto fixava um ponto qualquer na parede.

— Culpa de Brayden. Ele fez você ter nojo disso. — Noah pulou do balcão e vi Jayden tirar a tigela de perto de mim, e jogá-la no lixo. — Brayden faz essas merdas e depois some. O que? Jayden! Ela ia comer! — Praguejou vendo a comida sendo jogada fora. Jayden correu, e logo Noah correu atrás dele.

— Eu não ia não. — Disse baixo, arqueando a sobrancelha, e logo me levantando e lavando a sujeira que aqueles lobisomens inconsequentes haviam feito. Quando terminei, andei até o meu quarto e me joguei na cama.

Estava no tédio, e ainda por cima, não estava na minha casa. Estava presa naquela mansão enorme, e com nenhuma chance de sair. Christopher havia sumido, havia sobrado apenas os garotos e Aya. Eles me trouxeram comida pelo resto do dia, e rejeitei todas as vezes. Ao cair a noite, a casa estava silenciosa, algo revoltante. Me sentia sozinha, não havia ninguém para conversar e absolutamente nada para fazer. Num completo tédio. Acabei cochilando e despencando num sono profundo.

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Continua?

Elo de Sangue: A Origem da ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora