13. Capítulo - Visões

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[...]

Estava eu de volta a floresta. Andando novamente sem destino, sem rumo e totalmente perdida. Eu respirava tranquilamente, e não parecia ser tão apavorante assim estar ali. Andei muito, desbravadoramente, retirando as plantas que tentavam atingir meu rosto e meus pés. Quando vi uma luz no horizonte. Era o sol se pondo, isso significava que eu havia achado uma saída daquela floresta tenebrosa. Corri até o fim e dei de cara com um vilarejo, uma aldeia que morava apenas um casal e várias outras moradias, talvez fossem reservas ou...

— Vamos lá, temos que terminar isso antes que você tenha nosso primogênito, minha querida Moonary. — Um homem completamente nu, com um porte grande e atlético falou. Seus cabelos eram curtos e loiros. Ao seu lado tinha ferramentas improvisadas que eu jamais havia visto, ele arrumava o teto da moradia e realmente estava ficando perfeita. Ele não falava meu idioma, e sim a língua mais antiga de todas, Awtamy. Eu sabia perfeitamente entender o que ele falava por algum motivo. Ele parecia não notar minha presença, já que eu estava por trás de um arbusto.

— Não seja tão adiantado, meu querido Solárium. Nós nem sabemos se o Sol quer que isso aconteça... Essa é a última moradia que tu fazes e ainda não o vistes. É certamente uma precaução, mas... — A mulher saiu da floresta, atrás de mim.

Como ela não me viu? Pensei. Meu coração estava acelerado, pelo susto de ela talvez ter me visto.

Uma mulher muito bela com cabelos longos azuis escuros, até um pouco acima dos joelhos. Os cabelos dela eram como a noite, que cobriam sua nudez. Duas mechas cobriam os seios fartos e ela andava pacificamente. Ela não parecia se importar com sua forma física desprovida de roupas, assim como ele.

— Tem razão, minha adjuntora. Eis que essa será a última, eu devo somente buscar mais pedras e mantimentos, aguarde-me, voltarei em breve. — Ele disse levando consigo uma lâmina grande e resistente, montando em um cavalo e levando outro consigo.

A mulher sorriu sem mostrar os dentes e sentou-se em um ramo de rosas coloridas, que repousava no chão. Pareciam muito confortáveis, já que ela estava descansando suavemente com os olhos fechados.

— Hyas, Moonary. — Outro homem com um cabelo grande da cor castanha se aproximava da perfeita mulher deitada sobre as flores de olhos fechados.

— Hyas. Quem seria tu? — Levantou-se afobada pela beleza do ser a sua frente. O único homem a quem ela parecia ter visto era o seu parceiro, mas viu que isso não era verdade. A beleza do homem a sua frente a excitava, e isso já estava claro para ele.

— Sou o teu parceiro, quem mais seria? A terra mandou-me para satisfazer a ti. — Ele sorriu para ela, e ela imediatamente, jogou-se nos braços daquele, os dois selaram os lábios com um beijo avassalador e cheio de luxúria, e não demorou para se entregarem ao completo desejo. A noite foi intensa e prazerosa à luz da Lua, que observava tudo.

Ao amanhecer, Solárium voltava carregando consigo o que havia pegado durante a noite passada.

Eu apenas observava tudo de forma minuciosa, e me pergutava o que aconteceria a partir daquele momento.

— O que fazes com este? — Falou Solárium com os olhos faiscando de ira. Olhando para o homem que estava a abraçar a cintura fina e curvilínea de Moonary. A mesma levantou-se e caiu de joelhos implorando pelo perdão e o amor de Solárium novamente. Ele a negou, e a condenou a viver solitária desde então. O homem que antes dormia como um anjo, acordara sorrindo olhando para os dois que agora estavam em conflito. Levantou-se e virou as costas para a mulher que antes havia dormido e prometido o céu. Correu rapidamente pela floresta e nunca mais se o viu. Então, eu pude concluir que ali seriam os primeiros habitantes desta terra.

Elo de Sangue: A Origem da ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora