11. Capítulo - Escolha

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— Quem é ela? — Eu disse maravilhada por sua beleza.

— Ela é um tipo de mensageira particular. — Ele disse sorrindo fraco, me fazendo rir também. — Seu nome é indecifrável. Não há como eu saber. É algo que você terá que descobrir sozinha. — Ele disse olhando pro horizonte, e então, o sol começava a nascer. A faixa de luz amarela meio alaranjado surgia e marcava o início de um novo dia.

— Nós passamos a noite aqui? — Eu disse chegando mais próximo dele, que estava preso em seus pensamentos enquanto olhava o sol nascendo. — Que ótimo. — Resmunguei e olhei para ele.

— O tempo voa quando a gente se diverte. — Ele piscou pra mim e pulou a varanda, que em baixo, na minha visão, só havia um abismo, mas eu deveria estar errada. Eu sorri olhando para onde ele havia caído, e entrei, saindo então da varanda. Bocejando, fechei a porta da varanda e arrumei as cortinas, vedando todo o quarto da luz solar. Me joguei na cama e imediatamente apaguei.

***

Sons se ouviam. Vultos passavam e eu estava em pé, presenciando aquelas vozes que pareciam ecoar por toda a floresta. Dei alguns passos, mas a floresta parecia infinita, o que me fez correr, eu precisava sair dali.

— Vejam só, a Suprema perdida. —Uma voz repentina pude ouvir, rindo debochadamente. — Que patético. Ela não tem porte físico para guerrear, e muito menos corpo para satisfazer Christopher... Os deuses erraram dessa vez. — Disse com convicção e menosprezo. Logo, apareceram auroras boreais que mostravam flashs. Uma moça bonita, de grande porte físico e corpo escultural que daria inveja a qualquer mulher, chegando na Mansão de Christopher, ele estava conversando com os meninos e algumas outras pessoas da matilha. Eles pareciam preocupados com algo, todos tensos. A mulher sentou no colo de Christopher e passou a acariciar seu membro e beijar o pescoço dele. O que me fez sentir mais raiva ainda.

O que ela pensa que é?

— Ele é meu. Você pode ser a companheira dele, mas é a mim que ele deseja. Só eu tenho o brinquedinho que pode o satisfazer. — Falou e logo após riu. Um indivíduo estava nas sombras de uma árvore, logo se mostrou ser a moça que as auroras mostravam.

— Sério? Que bom. — Eu finalmente abri a boca e soei o mais convincente.

— O que? Acha mesmo que vai conseguir tirá-lo de mim? Você não merece ser a companheira dele. Nem se quer se importa comigo transando com ele todas as noites...

— Faça bom proveito. — Eu disse e continuei a andar procurando uma saída.

— Você realmente não merece o amor dele, sua idiota. — Ela pegou nos meus cabelos e os puxou.

— Ah, você vai desejar não ter feito isso... — Eu sorri. — Vai se arrepender de ter feito pro resto da sua miserável vida. — Puxei seus cabelos e dei um chute em seu estômago, a arremessando pra longe, andei até ela e dei logo em seguida um soco no rosto. Ela apenas sorria.

— Eu consigo ver o ódio faiscando escondido por trás desses olhos azuis que a outros, transmite pureza... — Gargalhou com a boca cheia de sangue. — Haha, você é capaz de ser pior que o próprio diabo, parabéns! Conseguiu parecer ainda com aquela vadia! — Disse cuspindo sangue. — Como ela, você tem a patética cara de sonsa, fazendo todos se renderem ao seu sorriso que transparece inocência... Sua vó era uma velha patética.

— Que bom, pelo menos tenho algo dela em mim. — Falei sorrindo debochadamente e vi que o rosto dela passava a ter uma expressão diabólica e suas unhas passaram a crescer. Ouvi outros vultos. Inferi outro soco e fui puxada por algo maior, eu precisava sair dali o mais rápido possível. Eu era levada pela floresta que era iluminada somente pela lua, o que ficava muito difícil de correr sem ver o solo em que se pisava. Minhas pernas não obedeciam meus comandos, e era estranho não poder relutar, semelhantemente a uma correnteza. De repente, colidi-me com algo sólido, mais parecia uma barreira, e olhei para cima. Era ele. Christopher pegou em meus ombros e olhou para mim.

***

— Shhh... Abra os olhos, Lauren. — Eu me rebatia incessantemente, quando ouvi a voz de grave que me acalmava aos poucos. E eu abri os olhos. — Sou eu, Christopher. — Ele sorriu e eu olhei pra ele, me acostumando com a luz do sol.

— Era você? Por que não me deixou acabar com ela? — Falei atordoada, sem ainda entender o que estava acontecendo. Ele me abraçou e me deu um beijo na cabeça.

— O que? Acabar com quem? — Ele riu fracamente, pedindo explicações.

— Ela...

— Você me chutou e tentou me acertar com um soco. — Ele disse enquanto eu me desenlaçava do abraço dele.

— Me desculpe, eu...

— Tudo bem, Lauren. Da próxima vez avisa, que eu nem apareço por aqui. — Ele disse rindo enquanto saia do quarto. — Desça para tomar café, imagino que esteja com fome depois de tanto esforço físico.

— Quer que eu te dê outros socos? Juro que não me importo, e dessa vez eu acerto. — Eu disse e pude ver o sorriso dele se abrir.

E que puta sorriso...

Perdi a noção do tempo enquanto admirava o sorriso dele, voltei a mim quando um tremor foi escutado e Christopher teve que descer rapidamente.

— Mudança de planos. Fique aí, Lauren. Só desça quando eu mandar. — Ele disse e rapidamente sumiu, basicamente em um piscar de olhos. Eu fui até meu banheiro e fiz todas as minhas higienes matinais de costume, e logo após vesti uma roupa, que se resumia em uma calça preta, uma blusa de manga longa vinho e uma jaqueta por cima. Me sentei na cama e passei a olhar as paredes.

— Ah, que se dane! — Abri a porta e desci correndo. Encontrei a casa vazia e fui até o quintal da Mansão. Abrindo a porta que dava acesso ao quintal, pude ver uma multidão de pessoas, ambas que saiam uma de cada vez da forma lupina e assumia a forma humana. Todos voltaram seus olhares para mim, e eu rapidamente corei. Abriram caminho para mim, até chegar a Christopher que discutia ideias com pessoas que eu jamais vira. Após abrirem caminho, e eu passar, eles fecharam e voltaram a fazer o que faziam antes.

— Você precisa tomá-la logo, Christopher. Ela é sua só por ligação, ele pode tirá-la de você. — Disse um ancião a Christopher.

— Ela vai escolher. Ela precisa escolher. Você não a conhece, eu sim. E Ele não vai tirá-la de mim! — Christopher falou irritado, sem perceber a minha presença.

— Escolher o que? — Eu disse atraindo a atenção dos dois para mim. Andei em direção a Christopher...

1163 palavras.

Elo de Sangue: A Origem da ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora