Capítulo 8 (parte 2)

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Chegar à minha casa não foi a tarefa mais difícil do mundo.

Não precisei esperar faróis abrirem e nem a sensação de que vai vomitar de Shawn passar. Nós literalmente só atravessamos a rua e me senti aliviada por isso.

É claro que tinha o meu pai e eu até já estava ensaiando o discurso que faria para explicar o motivo de meu amigo estar ali e bêbado.

“Ele não bebeu tanto, só não aguenta” eu mentiria “Só foi uma cerveja, ou duas... Bem meio que trancamos o carro com as chaves pra dentro... Eu sei que não foi nada inteligente”.

Desde o ano passado, eu sentia o meu pai meio distante. Tinha receio de que — mesmo considerando que a importância do evento fosse eu ter sido exposta — aquilo fosse associado ao fato de eu não ser mais virgem, então o ideal seria que eu não chegasse com um rapaz bêbado e o levasse para o meu quarto.

Eu poderia ser deserdada.

Destranquei a porta da minha casa e empurrei Shawn para dentro, antes de ele ter a chance de dizer qualquer coisa.

As luzes todas estavam apagadas e eu sabia que papai — apesar de não dormir enquanto eu não chegasse — não era do tipo que ficava sentando numa poltrona esperando seu filho entrar escondido.

Senti o meu coração bater relaxado pela primeira vez naquela noite desde que Ethan selou nossos lábios.

Meu pai não estava em casa e provavelmente passaria o resto da noite fora. Se eu não estava errada, ele tinha um caso para investigar, fora da cidade.

Mas, mesmo sabendo disso, não me arrisquei em aceder as luzes.

Soltei o ar com força e então puxei Shawn por entre a escuridão até a cozinha e o sentei em um dos acentos da ilha da cozinha.

Eu havia aprendido com Lauren que açúcar trazia qualquer embriagado de um transe alcoólico. Procurei então o poderoso ingrediente e me aproximei novamente de Shawn com uma colher.

— Abre a boca — pedi ainda paciente.

— Por quê? — eu não podia ver com clareza, mas minha intuição dizia que ele tinha a mesma cara de birra de uma criança de cinco anos.

— Porque eu ainda estou pedindo. Abre a boquinha, Peter Parker...

Ele obedeceu e então pude ouvi-lo tossir engasgado e logo senti o pó açucarado tentar perfurar a minha íris.

— Porra, caralho, porra! — eu gritei desesperada fazendo Shawn gritar também.

Graças às circunstâncias — o fato de estar escuro eu estar parcialmente cega —, eu não vi o que aconteceu direito.

Mas eu lembro de tentar me segurar em algum lugar, tropeçar e ir de encontro ao chão... digo, Shawn.

Meu corpo se chocou com o do rapaz que eu nem percebi que estava sobre o piso, provavelmente teria caído por conta do susto.

Ele soltou um grunhido, talvez por ter sentido o impacto de meu corpo caindo sobre o seu, mais do que eu.

Eu apoiei as minhas mãos no chão gelado, tendo o rosto de Shawn entre o espaço, minha intenção era pegar impulso para me levantar, mas provavelmente a noção de espaço do moreno embaixo de mim ainda estava comprometida e ele não foi capaz de prever minha ação.

Isso resultou em Shawn se levantando junto comigo e me dando uma cabeçada. E mais uma vez eu caí, desta vez para trás, de bunda.

— Você está tentando me aniquilar do planeta Terra, Shawn?! — eu berrei me levantando desta vez, sem me importar se ele conseguiria fazer o mesmo sozinho.

Bad Reputation | Shawn Mendes [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora