Capítulo 19

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— Isso foi... divertido... — o garoto deitado ao meu lado na cama murmurou, ofegante.

— Sim, foi... — eu tinha um enorme sorriso no rosto e ele copiava — Eu não esperava isso da gente, mesmo que seja bem previsível...

— Eu fiquei longe por quase uma semana, achou que quando eu chegasse te daria um abraço e uns beijinhos? — ele se virou, apoiando-se no antebraço e me encarando.

— Essa cena me fez pensar merda... — eu admiti e ele sorriu ainda mais.

— O que não te faz pensar merda, sua tarada? — eu fingi me ofender e ele ignorou os meus gestos dramáticos — Não é como se houvesse alguma insinuação sexual em dois adolescentes de dezessete anos, com mentalidade de cinco, pulando em uma cama... Tá bom, talvez também tenha me feito pensar merda... Você tá toda descabelada e... vermelha... — ele comprimiu os lábios e eu senti que, se não fosse por Shawn estar certo sobre eu já estar corada, aquele seria o momento em que eu coraria.

— Obrigada pela observação, senhor Mendes...

— Disponha, senhorita — ele rebateu e então me lançou um daqueles olhares brilhantes, que me deixavam anestesiada.

Nós ficamos em silencio por alguns segundos que, por incrível que pareça, não foram constrangedores. Eu me escorei mais para o lado, até estar perto de Peter o suficiente para rodear a sua cintura com meus braços e deitar minha cabeça em seu peito.

— Eu senti a sua falta... — assumi e entrelacei os nossos dedos, trazendo nossas mãos unidas para perto do meu rosto — Muita, mesmo...

— Também senti, pequena... Mas, eu te garanto, que o que eu estou preparando vai compensar o tempo que você ficou sem o amor da sua vida... — eu ri, mas não disse nada — E saiba que quem cala consente...

— Eu sei... — respondi e ele abriu um imenso sorriso.

Era extremamente assustador como Shawn estava mexendo comigo. O fato de tê-lo perto de mim, me fazia sentir bem. Era uma sensação que eu nunca havia sentido antes.

Uma sensação que cobria o frio na barriga, o ar que eu perdia com certos comentários e os solavancos que o meu coração dava, sempre que aquela maldita praga sorria da forma mais maravilhosa que alguém poderia.

Eu estava amando.

Mas era algo real dessa vez e eu sabia. Estava cansada de achar que todos os garotos fariam as mesmas merdas que o Ethan fez, porque não era verdade. O fato de eu saber que Shawn gostava de mim — e não tentava nada, senão quando tinha certeza absoluta de que, no momento, o nosso desejo era recíproco — me trazia essa conclusão.

Em parte, eu sabia que o garoto temia se arriscar — e eu também — porque, se aquela droga não desse certo, as chances de a nossa amizade e o carinho que sentíamos um pelo outro desvanecer eram uma realidade dolorosa. Por esse motivo, não se precipitar era o ideal.

Mas aparentemente, eu e Shawn não estávamos nos importando muito para isso naquele momento. Tudo o que eu mais desejava era ter aqueles lábios macios grudados aos meus.

Quando o meu olhar, que estava em nossas mãos dadas, se encontrou com o do garoto, eu senti um arrepio percorrer o meu corpo inteiro e, quase como se fosse combinado, nos unimos em um beijo destemido.

Permitindo liberdade mútua para o que quiséssemos.

Daquela vez, tudo aconteceu de forma mais desesperada, por ambas as partes. Os nossos lábios mal se encostaram e as nossas línguas já estavam prontas para brincar uma com a outra.

Eu me sentei ao colo de Shawn, diminuindo o espaço entre nós, e então tudo foi ganhando intensidade, como o esperado. As mãos do garoto adentraram a minha camiseta, tocando a minha pele diretamente e aquilo me deixou mais vulnerável do que eu já me sentira, em toda a minha vida.

Aquele era o primeiro beijo "não-comportado" que nos dávamos o luxo de ter e estava indo muito bem. Nossas línguas descansaram um pouco e apenas os nossos lábios estavam em ação.

Shawn encerrou aquele beijo, deixando uma mordida em meu lábio inferior e aquilo me fez delirara internamente. Ele subiu uma trilha de beijos, do meu queixo ao meu maxilar e então, passou a brincar comigo, deslizando delicadamente a ponta de seu nariz pela pele nua de meu pescoço. Eu arfei quando ele finalmente deixou um beijo sobre a mesma e depois sugou calmamente a região, prevenido uma futura marca.

Eu me sentia cada vez mais entregue ao momento. Era uma sensação magnifica demais para descrever. Nós dividíamos isso tudo e essa fato era motivador, para fara a verdade.

Saber que eu não era a única que  considerava aquele momento significante, era como um sonho.

Um sonho bem excitante, eu diria.

Em um movimento rápido, nossas posições se inverteram e agora Shawn estava por cima de mim e apenas aquilo já me fazia pensar que seu eu tivesse de morrer naquele momento, eu faria, de bom grado.

Enterrei o meu rosto no espaço entre o pescoço e o ombro de Shawn e me permiti sentir o seu cheiro — que passara a ser o meu favorito —, antes de distribuir alguns beijos pela sua pele alva.

Abri um sorrisinho quando encarei as duas pintinhas que contrastavam no pescoço pálido do garoto tão próximas de mim. Aquelas marquinhas eram a comprovação do meu argumento sobre algo conseguir seu fofo e afrodisíaco, ao mesmo tempo.

Os meus dedos afundaram nos cabelos castanhos e a minha mão que não estava ocupada em afaga-los, tocava a pele quente das costas de Shawn, por baixo do tecido fino de sua camiseta.

Eu estava rendida.

Sem coragem de fazer qualquer coisa que estragasse aquele momento. Nossa troca de carícias se estendeu por algum tempo, até nós percebermos que o que estava acontecendo poderia ser uma futura ruína.

Nossos lábios se separaram de vez e quando nos encaramos novamente, tínhamos aquela expressão de culpa.

Não aquela de arrependimento e revolta por ter feiro algo e sim, aquela feição que reflete o seu medo por não saber o que vem depois.

Viver o agora era fácil.

Peter e eu poderíamos simplesmente arrancar as roupas e fazer o que desse vontade. Mas a hesitação era quase palpável. O fantasma do futuro era intimamente.

O que nos salvou, foi que  tivemos a maturidade de saber que havíamos "cometido aquele erro" juntos. Então, nós também podíamos fingir que nada havia acontecido juntos.

Shawn puxou o ar com força, tentou me lançar um sorriso fraco e por fim me puxou para perto, para que pudéssemos desfrutar de qualquer merda que estivesse passando na televisão, nos aproveitando apenas do color humano mútuo — embora eu já estivesse incendiada por dentro — e da falta de assunto que foi algo inédito para nós.

Eu apenas aceitei o seu abraço e fiquei quieta — assim como Peter — até ele dizer que precisava ir para casa. E, embora eu soubesse que ele não precisava ir para casa, aquilo foi um alívio, admito com pesar.

Era tão complicado...

🌸🌸🌸

Ooi gente...

Eles se pegaram,

a t é 

q u e 

e n f i m, mas eu tinha que cortar o barato de vocês.

A vida não é fácil e, no caso de você não saber disso, deixe que te mostro, só acompanhe.

Bad Reputation | Shawn Mendes [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora