Capítulo 20

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As semanas passavam tão rápido que eu mal podia acompanhar cem porcento o que estava acontecendo. Tudo estava dando certo para Shawn e isso me deixava muito alegre.

Quando o moreno lançou o seu primeiro single — a música que ele havia cantado na festa — tivemos uma enorme surpresa: três dias depois de sua estreia a já estava entres as trinta músicas mais ouvidas no mundo e o meu garoto, claro, se empolgava sempre mais.

Tudo parecia estar ligado no duzentos e vinte o tempo todo e acho que Shawn nem estava tendo tempo para perceber isso. O seu EP estava para sair, mas primeiro ele lançaria o seu segundo single, que era, basicamente, o único assunto proibido entre nós, o único que ele fazia questão de manter em toral sigilo e isso era uma tortura.

Quando ele não estava totalmente ocupado, passávamos um tempo juntos — um tempo muito bem-utilizado. Como eu não o via mais todos os dias e a qualquer hora, quando tínhamos a oportunidade de estar juntos, eu demonstrava que havia sentido muito a sua falta.

Agora, sentir os lábios de Shawn era com o que eu sonhava. Esperava a semana toda para tê-lo pertinho de mim. Abraçá-lo, sentir o seu cheiro e beijar aqueles lábios rosados e macios.

Mas, naquele fim de semana não foi daquela forma.

O meu celular despertou cedinho no sábado. Eu me levantei, fiz a minha higiene matinal e então me preparei para correr. Peter e eu havíamos apostado que se ele fosse convidado para se apresentar em algum programa de televisão na semana passada, eu começaria a correr todos os dias de manhã durante um mês — ele sugeriu isso por ser geração saúde, alface sem tomate.

Ajustei a playlist do meu celular e mandei uma breve mensagem para o meu pai — "Se eu não voltar até as dez é porque eu morri de desidratação ou estou largada numa vala" — e uma foto para Shawn, para provar que eu estava cumprindo a aposta.

Quando eu abri a porta, tive vontade de fechá-lá novamente e voltar para o meu quarto, onde uma cama quentinha me aguardava. O pior não era correr, e sim, ter de fazer aquilo com o frio de Toronto. É claro que um agasalho resolvia isso, mas o ruim era que, com um agasalho era mais difícil se locomover com o conforto que uma corrida requer, sem contar o fato de eu transpirar mais facilmente.

Pensei em algumas formas de como eu poderia me vingar de Shawn mais tarde e saí de casa, finalmente, sendo engolida pelo vento gélido e impiedoso.

Coloquei os meus fones de ouvido e comecei os exercícios de alongamento, antes de iniciar a corrida, realmente.

Depois de alguns minutos, o ar já começou a se fazer rarefeito, os meus músculos já começaram a ficar doloridos e o suor...

Ah, nojento!

Conforme o meu sangue ía esquentando, o vento parecia menos frio e isso era um alívio. As músicas estavam acabando e isso deveria significar que o meu exercício também. Resolvi que era a hora de voltar e então dei meia volta.

Quando fiz isso, fui surpreendida por um carro que freou rapidamente. Ele não deveria estar não próximo da calçada.

Não me importei muito com aquilo, tentei compassar a minha respiração e então comecei a fazer o caminho de volta para casa.

Mas o carro me seguiu.

Engoli em seco e tentei ver quem era o motorista, era um veículo blindado e isso me assustou ainda mais. Tentei então gradativamente, aumentar a velocidade de meus passos.

A rua estava deserta e eu sentia que os exercícios não eram mais a razão de o meu coração estar disparado.

O carro continuava a me acompanhar.

Eu torcia para que aquilo fosse apenas uma brincadeira tosca, mas a minha intuição não concordava com a minha súplica aos céus.

Quando vi a sombra do motorista se virar para o vidro, como se me encarasse, senti um arrepio me percorrer por inteira e então passai a correr o mais rápido que eu podia.

Eu corri até um pequeno parque que havia ali perto, vendo uma chance para me esconder, mas eu falhei.

O carro me seguiu e quando eu adentrei o pequeno matagal do parque mal preservado, o motorista abriu a porta e desceu do carro, usando um capuz preto e sob ele uma máscara sinistra.

A passos largos, o homem se aproximou de mim e me agarrou, sem me dar qualquer chance de me esquivar.

Eu tentei lutar, me soltar e correr. Até consegui me livrar dos braços brutos do mascarado, mas o mesmo agarrou o meu cabelo e me puxou para si, novamente.

Desta vez o meu nariz e a minha boca foram tampados por um pedaço de pano que o agressor segurou contra o meu rosto.

Conforme o cheiro ia entrando em meus pulmões, eu sentia os meus músculos se relaxarem, eu não resistia mais e tudo o que eu podia sentir era a inconsciência me puxar em direção à escuridão.

Minhas pálpebras pareciam pesar como blocos se cimento e aquele ar envenenado era tudo o que eu tinha.

Os braços do homem ainda me apertavam fortemente, mesmo sem necessidade e então tudo ficou escuro. Minha pernas ficaram moles e eu não tinha mais controle sobre o meu corpo.

🌸🌸🌸

Ooooooi, olha quem voltou...

Trazendo desgraça pra história.

Eu não vou dizer mais nada, só vou deixar vocês aí.

O que vocês acham que está acontecendo? Será que é só uma brisa da Charlie? Será que é real? Será que ela vai morrer? Comentem aí.

With all love,
Chatonilda

Bad Reputation | Shawn Mendes [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora