Capitulo 23🖤

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                          Júlia

Uma semana e meia havia se passado desde o que aconteceu em frente a minha casa , eu nao via mais o nathan e nem muito menos Gabriel ,parecia que eles tinham sumido da face da terra.

Mas não era bem assim..

Eu tinha me trancando no quarto por uma longa e bela semana e meia , eu estava confusa e com medo ainda pelo o que vi na casa de Gabriel, e pelo beijo de Nathan. Eu não tinha dúvidas de quem eu amava realmente, só não sabia se ele queria ficar comigo depois do que houve me sentia tola e pequena sem entender porque Deus havia me dado aquela vida totalmente estranha e de ter me apaixonado por um demônio.

Dona Lilian passava praticamente dia todo pelos cantos , quase nao falava comigo , as vezes eu a pegava chorando com a foto de meu pai , mamãe sempre me dizia que iria sentir sua falta , e que era para eu não esquece- lo , mas sempre pensei confusa como eu iria esquecer de alguém que nunca o vi ? Porém mesmo assim , para não magoa-la eu olhava em uma de suas fotos em que ele aparece rindo junto de mamãe , papai tinha olhos azuis e cabelos negros e mamãe tem cabelos loiros e olhos castanhos.

Eles formavam um belo casal.

Mamãe me dizia que quando me olhava, me via perfeitamente em meu pai eu ria tocando em seu rosto e beijando a foto de meu pai , fazendo com que mamãe chorasse de emoção.

Não gostava de vê-la tão abatida.

>>>

Depois de ter que estudar sem ânimo para a prova de matemática que tinha para semana que vem ,pois Nanda me tratou de avisar e ainda me obrigou a estudar , fui tomar um banho, para depois descer e ajudar mamãe na janta. Eu estava saindo do banheiro para ir se trocar, quando sinto uma leve dor de cabeça me chatear, dou um passo mais a frente e quase me desequilíbrio me sentindo de repente fraca quase caindo ao chão , assustada me sento na cama com esforço para tentar me recompor, passo a mão no rosto frustrada e ainda sentindo tontura, encaro ao longe o espelho em meu reflexo de minha penteadeira, e percebo meus olhos ficarem de um tom de azuis bem mais claros e brilhantes, pisco várias vezes confusa para tentar assimilar aquilo talvez seria coisa de minha cabeça mas eles estavam agora como um azuis cristais e nada em que eu fizesse meus olhos não voltavam ao normal, me levanto assustada não sabendo o que era aquilo quando do nada sinto algo surgir em minhas costas me rasgando por dentro, fazendo com que eu grite de dor olhando para trás, encaro no espelho de minha penteadeira e vejo em minhas costas duas asas brancas e enormes ,eu encarava aquilo com os olhos arregalados e assustada nao acreditando no que via, eu era uma criatura também assim como Gabriel.

Vejo mamãe na porta me encarando com a mesma cara que eu , ela devia ter me escutado gritar.

- Mamãe _ a chamo como se eu fosse um bebê sentindo as lágrimas desceram, eu estava com muito medo e com dor.

Ela vem ate mim preocupada e toca
em meu rosto encarando espantada em minhas costas com aquela coisa aberta.

- Não se assuste querida ,não há nada em que temer _ ela se pronuncia tentando me acalmar parecia até que ja sabia disso

Eu a encaro sem entender como isso aconteceu comigo, eu estava com medo e ela me pedia calma? havia asas estranhas em mim eu não podia acreditar, eu queria entender porque que eu era igual a Gabriel.

- Mãe o que é isso ? Porque que eu tenho isso ? Mamãe me diga ,eu estou confusa e com medo, como eu tiro isso ?_ digo aos prantos tentando não olhar para atrás e ver aquela coisa em mim.

- Se acalme querida , se você não se acalmar não vai consegui esconder isso ai... _ ela aponta receosa para as asas atrás.

Ela me pega pelo braço delicadamente e começa a fazer carinhos em meu rosto e enxugando as minhas lágrimas que descia rajadamente, mamãe também começa a cantar a canção de ninar de quando eu era criança sorrindo para mim, olhando a ela sem piscar e ouvindo o som de sua doce voz que eu tanto amava vou começando a me acalmar aos poucos e me distraindo fitando em seus olhos que havia muito amor dentro deles.

Por fim ela termina de cantar

Assim que mamãe termina como um anestésico da canção eu volto para a realidade e me viro encarando novamente para minhas costas para ver se era só um sonho meu, mas quando as vejos se fechando lentamente percebo que não era nada disso. Saio de perto de minha mãe num pulo e começo a chorar de um lado para o outro com as mãos no rosto não acreditando ainda ,dona Lilian me pega outra vez nos braços me fazendo parar e coloca com cuidado minha cabeça em seu colo me fazendo ninar outra vez.

- Por que não vai ver Gabriel? Ele deve estar sentido sua falta _ ela fala de repente com uma voz suave, me fazendo pensar nele imediatamente, ainda acariciando os meus cabelos.

Eu fitava em qualquer coisa em meu quarto para não ter que pensar nele e nem no que eu vi agora em minhas costas, meus pensamentos estavam atordoados e bagunçados , ela me dizia para vê-lo , mais não gostava dele, minha vida havia mudado de cabeça para baixo.

- Eu não quero vê-lo mais mamãe, ele é estranho demais e a senhora me disse que era pra ficar longe dele_ respondo não sabendo o que dizer ao certo, eu ainda chorava igual ao um bebê.

- Não diga isso filha, quero que vá até ele, ele precisa de você _ ele fala ainda num tom doce fazendo carinho em meus cabelos e me encarando como se me desse coragem para ir até ele, mas eu viro a cara emburrada e não respondo mais mamãe sobre o Gabriel porque eu tinha medo dele.Por um momento não queria nunca ter conhecido Gabriel , nunca o ter beijado, e nunca ter se apaixonado por uma criatura daquela, mas agora por ironia do destino eu tambem era uma.

💕

As horas tinham-se passado e eu ainda não acreditava no que tinha acontecido comigo me sentia aturdida em tudo, vou entao até a janela para respirar um pouco o ar e ver o céu azul e vejo a casa de Gab toda silenciosa, sinto um aperto no peito sentindo sua falta, resolvo ir até ele pois eu também queria contar a ele o que houve comigo já que éramos iguais. Me vejo ansiosamente na porta de entrada da casa a frente, eu entro sem bater como na última vez em que estive nesse lugar, olho em volta da casa e enxergo tudo escuro, a casa fedia e parecia que estava tudo revirado. Vou em um dos quartos da casa em passos pouco rápidos e lá o vejo em uma luz fraca do quarto sentado em sua cama ,olhando o abajur que tinha ja a lâmpada queimada, encarando vagarosamente ele e com medo vou até a Gabriel em passos lentos , parando em sua frente.

Gabriel ainda olhava fixamente ao abajur quebrado, parecia nao se importar com a minha presença ou não havia sequer me notado ali. Fico com vergonha me arrependendo de ter vindo pra cá para ver ele mas agora que eu estava aqui iria até o fim, com retulância decido chama-lo baixinho para ver se ele me notava dessa vez.

- Gabriel?

Ao notar seu semblante sério e perdido, Gab sai parece de um transe e vai me encarando lentamente, ele nao esboçava nenhuma reação em seu rosto pareciam vazios, mas ao enxergar naqueles olhos cinzas outras vez ,foi como se tudo que eu pensasse sobre ele nao valesse nada. Eu ainda o amava tanto que olha-lo daquele jeito me fazia querer me bater por ter tido tantas palavras duras mentalmente sobre ele. Ele então me olha inexpressivel e sério como sempre, mas sei que seus olhos queriam me dizer muito, pois eu via e sentia sua tristeza.

- Olá Júlia, mais que honra sua visita, sentiu a minha falta? _disse com a voz rouca e sarcástico sorrindo meio de lado para mim, mas eu vi em seu rosto e em seus olhos indecifráveis que ele estava desnorteado assim como eu.












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