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Harry P.O.V

Sai da boate voltando para casa. O sol aos poucos clareava os tons do céu indicando que já estava amanhecendo. Me sentei no sofá após pegar um copo de uísque e colocar três pedras de gelo, suspiro pesadamente e tomo um gole da bebida.

- Sr.Styles?
Ouço a voz de Rosa me chamar e vejo a mesma vir em minha direção.

- Sim?
Respondo um tanto sem interesse e volto a beber o líquido no copo.

- Eu estava lavando as roupas e encontrei isso em uma de suas calças, talvez seja seu.

Ela para na minha frente e me entrega um cordão dourado de coração, o mesmo que estava no pescoço de Judi no dia que ela tentou se suicidar.

- É da judi.
Murmuro.

- Ah, então é melhor ficar com o senhor.

Ela sai da sala me deixando sozinho. Observo todo o colar e percebo um pequeno fecho nas extremidades do mesmo, abro e vejo uma imagem que havia me deixado atordoado, sinto meus olhos se encherem de lágrimas com a imagem de Helena. O que isso estava fazendo com Judi?

Ligo todos os pontos e percebo que a verdade estava na minha frente esse tempo todo e eu não conseguia enxerga-la. Nos braços de Helena havia uma menina, que mesmo pequena reconheci ser Judi.

Fecho meus olhos sentindo as lágrimas escorrerem pelo os mesmos, tombo minha cabeça no sofá segurando o colar fortemente em minhas mãos.

Eu havia conhecido Helena com apenas dezoito anos, comecei a frequentar um prostíbulo desde novo quando meu pai me obrigou. Eu cheguei acanhado naquele lugar, não sabia o que fazer, para onde olhar e nem como agir. Eu era virgem na época, ela apareceu um um curto vestido preto segurando um cigarro entre os lábios, me olhou de uma maneira indecifrável e me carregou junto dela até o quarto.

Aquilo poderia ter sido considerado como um estupro, porém mesmo não querendo aquilo naquela noite, nas outras eu me tornei dependente de seu corpo.

Eu não via nada além de ganância e luxúria em seus olhos, e mesmo sendo somente uma prostituta eu acreditei em todos os "Eu te amo" proferido pelos seus lábios. 

Eu confiava nela de olhos fechados, confiava no amor que ela dizia sentir por mim. Mas ela me fodeu não no sentido bom da palavra.

Eu havia trago uma noite aqui para casa, ela me dopou e roubou tudo o que eu havia juntando para fugir com ela. No dia seguinte acordei com a notícia na rádio local.

Eu chorei por dias, compareci mesmo que escondido em seu velório e deixei uma pequena rosa amarela em seu túmulo, ela amava aquela cor e odiava coisas em grandes quantidades. Ela sempre foi tão  singular.

Até o seu cheiro continuo em meu corpo por dias, parecia uma praga. E eu chorei, bebi e chorei novamente. Não conseguia esquece-la de modo algum.

Eu me interessei pela sua história, ela morreu com um merda de uma bala na testa. Depois de investigar a fundo descobri que ela tinha um marido desempregado e uma filha que na época tinha completado sete anos.

E era a Judi...

Eu passei a merda desses sete anos me culpando por não ter corrido atrás, corroendo minha mente por ter deixado para lá. E olha agora o que está acontecendo!

Aquele homem no bar, seria ele marido de Helena?

- Merda!

Grito e arremesso o copo contra a grande janela blindada fazendo o mesmo se desfazer em pequenos pedaços.

Eu sou tão burro por deixar essa história se repetir, burro por depositar sentimento em alguém que vai quebrar novamente a merda do meu coração.

Por que as coisas tem que ser sempre assim? Eu não posso ser feliz? Sempre terei que reiniciar essa história e revive-la para que ela me machuque cada vez mais?
Eu estou tão cansado de tudo isso.

Respiro pesadamente tentando encontrar calma. Ouço no final da escada um bocejo cansado, guardo rapidamente o cordão em meu bolso e vejo Judi coçando os olhos caminhando em minha direção.

- Bom dia.
Murmura baixinho sentando em meu colo.

Suspiro pesadamente e a encaro forçando um sorriso. Ela deita sua cabeça em meu ombro e começa a brincar com os botões da minha camisa.

- Eu tive um sonho horrível com você.
Sussurrou com a voz baixinha.

-Como amor?
Pergunto interessado.

- Você morria com um tiro na testa, e caia em um poço sem fundo.
Ela murmura se apertando mais contra mim.

- Isso não vai acontecer amor, pelo menos não comigo.
Acaricio seus cabelos levemente e a imagem do homem no bar vem novamente em minha cabeça.

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Como prometi gente postei outro cap (Mesmo não sendo no mesmo dia).

Obrigada por estarem lendo minha história, é muito gratificante para mim saber que vocês estão gostando. 

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Beijo, amo vocês ❤

(Se tiver algum erro relevem, escrevi o mau rápido que consegui para postar ainda hoje.)

PLEASURE |H.S| [Hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora