17. As leis da vida

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Deslizando ambas as mãos por mim, uma pelas minhas costas e a outra pelo meu rosto, Newt olhava-me com a expressão de quem havia escutado a coisa mais bela que jamais poderia ter ouvido na vida, e seus olhos trêmulos deixaram escapar pequenas lágrimas silenciosas enquanto olhavam-me fixamente dentro dos meus, e de repente eu sussurrei-lhe:

- Você será gentil comigo?

- Jamais na vida eu seria diferente - ele respondeu, no mesmo tom, sorrindo agora um sorriso que, tímido, passava-me toda a confiança de que eu necessitava, e erguendo ambas as mãos eu passei-as por sobre seus ombros, erguendo-lhe meu rosto e oferecendo-lhe meus lábios, que ele beijou ternamente. E quando retirou de sobre minhas costas a sua mão, o paletó deslizou por meus ombros, caindo ao chão, e abraçando-o pelo pescoço eu puxei-o para mim, sem que ele ainda tocasse-me o corpo nu com as mãos, muito respeitosamente aguardando que eu desse-lhe o meu consentimento, pedindo-no com os olhos, que olhavam-me súplices, ao que eu respondi-lhe:

- Eu confio em você, Newt. Eu confio que o que nos une é maior e mais forte do que o que nos difere, e eu... Eu quero você mais do que tudo nesse momento.

Lentamente ele então depositou as pontas dos dedos de ambas as mãos sobre as minhas costas, descendo por elas muito devagar, sem desviar o olhar do meu um só instante até que fechasse os olhos, mordendo o lábio de leve ao que finalmente fechou ambas as mãos espalmadas sobre o meu quadril, e ainda de olhos fechados ele sussurrou pra mim, enquanto eu com ambas as mãos acariciava-lhe os cabelos:

- Pois vamos então fazer isso como fazem os animais, na relva - e abrindo os olhos e um sorriso, segurou-me a si, fazendo-me deitar enquanto agachava-se, e sem permitir que eu afastasse-me dele, em seguida já deitou-se rapidamente sobre mim, tomando-me os cabelos entre uma das mãos, olhando-os longamente. E sentindo o seu peso sobre mim eu deixei escapar um suspiro, fechando os olhos, ao que abracei-me a ele que timidamente deu-me um beijinho nos lábios, permanecendo parado e quieto, a apenas observar-me e acariciar-me, e olhamo-nos profundamente nos rostos um do outro em silêncio até que eu dissesse:

- Nunca fiz amor antes.

- Nem eu acasalei - ele sorriu tímido - Nem sei direito o que fazer - ele confessou, ficando com o rosto subitamente vermelho, o que eu, não sei porque, achei extremamente bonito, e sorri, levando uma das mãos ao seu rosto, que acariciei longamente.

- Bem, nesse caso - falei baixinho - por que não segue o seu instinto?

- Meu instinto... - ele repetiu, pensativo, baixando os olhos - Meu instinto animal... Sim - e pegou-me com uma das mãos pelo rosto, parecendo pensar enquanto olhava-me - Eu acho... acho que ele me manda fazer isso - e desceu rapidamente com a boca sobre o meu pescoço, que eu instintivamente ofereci-lhe, virando a cabeça para o outro lado enquanto ria, e ele me mordia e beijava seguidamente e aquilo era-me muito bom, mas de repente ele parou, e ergueu o rosto:

- É assim que vocês fazem?

- Não sei - eu ri - Mas está muito bom - voltei o rosto para olhá-lo - É assim que vocês fazem?

- Eu creio que sim - riu-se Newt, que novamente desceu os lábios sobre mim, que contorcia-me de prazer e cócegas enquanto ele beijava-me e mordia ao pescoço e ao ombro antes de erguer novamente o rosto e dizer para dentro de meu ouvido - Como eu te amo! - e beijou-o em seguida, ao que eu suspirei, e levando uma das mãos à gravata, Newt terminou de desfazê-la, arrancando-a e jogando-a fora antes de descer sobre mim novamente, que dessa vez abracei-o forte.

*

Newt tinha razão ao dizer que o amor sempre vence, e nós dois então soubemos que o amor sempre encontra uma maneira, pois apesar de nós dois absolutamente não termos experiência alguma nesses assuntos, logo, de maneira mágica, encontramos os meios e as maneiras sem que fosse preciso pensar. E não demorou até que estivéssemos unidos em um só, e era como se esse um só fosse tudo o que havia no universo inteiro, nada mais existindo para nenhum de nós dois enquanto nos amávamos alí sobre a relva verde, nossos suspiros e pequenas juras de amor eterno ficando ocultos apenas para nós dois, que não tínhamos pressa alguma de que aquele momento mágico acabasse porque estávamos experimentando alí, um nos braços do outro, um prazer e uma felicidade como jamais, muito certamente, nenhum de nós dois houvera experimentado. E embora não fosse possível, e nós dois soubéssemos, nosso desejo era de que aquelas 24 horas durassem para todo o sempre.

Presa na Mala de Newt ScamanderOnde histórias criam vida. Descubra agora