18. À imagem e semelhança

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Digitando esse capítulo, eu estava quase chorando, porque de repente lembrei-me de um filme maravilindo, que permeou as fantasias de minha infância, chamado O Feitiço De Áquila, e fiquei megas emocionada... Quem não conhece, pfv, assista... É uma linda história de amor impossível, com feitiços e magias atuando, e, mds, é um filme magnífico. Fica a dica.

*

*

Antes, porém, que amanhecesse, Newt despertou em meus braços, de primeiro momento simplesmente bocejando e espreguiçando-se satisfeito, mas assim que recordou-se da situação que estava vivendo, sobressaltou-se, erguendo-se por sobre um cotovelo, olhando meu rosto de forma preocupada, enquanto acariciava de leve com as pontas dos dedos a linha de meu maxilar e minha orelha, até que dissesse:

- Hum, olá, bom dia... - e sorriu - Está com fome? Eu estou faminto.

Sorri e ergui-lhe a mão, devolvendo o carinho - Um pouco.

- Vamos para casa, vamos preparar algo rápido para comermos, vem - dizia ele enquanto erguia-se, pegando a calça e começando a vesti-la, ao que pegou em seguida à camisa branca, voltando-se para mim - Venha, Memê, rápido - e riu - Levante-se logo. Não podemos perder tempo! - e assim que pus-me de pé, ele vestiu-me com a camisa dele, fechando com cuidado os botões, antes de tomar-me pela mão e puxar-me, e fomos os dois quase correndo para sua pequena casinha aconchegante que não ficava muito longe dalí.

*

Puxando-me uma cadeira à pequena mesa da cozinha onde carinhosamente colocou-me sentada, Newt em seguida começou a rapidamente mover-se ao redor, pegando louças e talheres e coisas para comermos, mas logo desistiu disso, pegando da varinha para adiantar o serviço com magia e, fascinada, eu olhava como ao meu redor e diante de mim as coisas flutuavam, preparando-se sozinhas e assentando-se dentro dos pratos e xícaras, e logo a mesa estava posta diante de mim, antes que eu pudesse acreditar no que via. E sentando-se próximo a mim, de peito nu e despenteado, com os olhos ainda um pouco inchados de sono, Newt sorria-me, pegando alguns biscoitos com os quais vorazmente encheu à boca, pondo-se a mastigar, falando-me ainda antes que engolisse:

- Novamente você fazendo-me usar de mágica nessas horas - parou por um instante, engolindo e enchendo a boca novamente - Vamos, coma. Estão deliciosos. Acho que você vai gostar. E prove o chá - falou-me então, apontando-me a xícara, tornando a mastigar.

Meio timidamente peguei alguns biscoitos e coloquei um na boca, achando-no um pouco estranho, pois nunca havia comido biscoitos na vida, mas eram até que bem saborosos. Em seguida ergui a xícara segura pelas duas mãos até o rosto, e antes de provar cheirei-lhe o conteúdo atenciosamente, ao que Newt sorria pra mim, não parando um instante de comer feito um louco. Sentindo o calor do líquido, perguntei-lhe:

- Vocês sempre bebem assim quente?

- O chá, sim. É assim que se bebe - respondeu ele com dificuldade, de boca cheia, agora pegando para comer uns pedaços de queijo e uns pãezinhos - Prove e veja se está doce o suficiente para o seu gosto.

Levei os lábios à xicara, virando-a devagar, e deixei que o líquido me adentrasse à boca, provando-lhe o sabor e a temperatura ainda um pouco em dúvida, acostumando-me à novidade. E quando percebi, Newt havia parado por um instante de mastigar, pondo-se a olhar-me com muita atenção, e quando olhei-o, ele sorriu-me meio sem jeito, baixando os olhos, mas logo tornou a erguê-los, olhando-me com afeto:

- Você fica tão bonita comendo. Às vezes eu me esqueço como é bonito ver uma mulher comendo... Coma - e gesticulou a mão na direção dos pratos diante de mim, tornando a encher à própria boca, agora com um gole grande de chá.

Presa na Mala de Newt ScamanderOnde histórias criam vida. Descubra agora