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Música do bae para vos acompanhar nesta jornada familiar da Mackenzie s2

Boa leitura, xuxus.

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Estou, neste momento, no meio de uma confusão de sentimentos, sensações, qualquer coisa que lhe queriam chamar. Não sei se me sinto feliz, chateada, frustada, neutra, desiludida, irritada, aliviada, surpreendida, apenas estou aqui a olhar para ele e para a minha mãe múltiplas vezes seguidas.

'Isso é estranho' 

'Desculpa por tudo que fiz a tua mãe e por te ter abandonado. Eu era ridículo, eu gostava da tua mãe, acredita que amava até, mas eu era um homem muito compulsivo, não pensava duas vezes. Nós eramos dois adolescentes, mas eu sei que nunca vai haver qualquer tipo de razão para me desculpar pelo que fiz. Eu mudei, filha' ele aproximou-se de mim e passou-me a mão levemente pela bochecha 'E quando olho para ti e reparo como tens os olhos da mesma cor que os meus e o teu nariz com cada pormenor igual ao meu parte-me ainda mais o coração' uma lágrima forma-se no canto do olho dele 'Eu amava-te, apesar de ainda não teres nascido, mas eu, como ja te disse, era ridículo e ao pensar que com 18 anos podia ter um filho nos braços isso assustava-me e muito' ele defende-se.

'Eu não consigo esquecer isso' 

'Eu sei que não, mas mesmo assim vou continuar a pedir-me montes e montes de desculpas' ele olha para a minha mãe 'Eu finalmente ganhei coragem para vos pedir desculpa depois de 17 anos. Martha, eu fiz-te coisas horríveis e sei que também nunca me iras perdoar por isso, mas mesmo assim partilhámos uma filha que por mais que parecesse da minha parte, foi fruto do nosso amor. Era injusto tu amaras-me e eu corresponder daquela forma, mas eu realmente.. amava' ele diz virado para ela.

A minha mãe olha para o chão e pela primeira vez da minha mãe vejo a minha mãe a chorar. Não histericamente, mas as lágrimas escorriam e caiam no chão.

'Eu agora tenho uma família e aprendi com eles o que devia ter aprendido com vocês. Aprendi como um filho não é nenhum erro, um casamento não é nenhum monstro nem uma prisão, viver em família não é nada chato e que estarmos juntos são os melhores momentos da vida de um homem de família. Com eles é que percebi o que fiz a uma família que abandonei. Devia ter sido homenzinho e arcado com as consequências' ele olhava para a minha mãe repetidas vezes.

Eu não sinto ódio por ele, essa palavra é muito forte para caracterizar o nosso sentimento por outra pessoa, muito menos quando foi a pessoa que fez com que estivéssemos vivos. Ele pode não me ter dado educação, ter contribuído financeiramente para a minha sobrevivência, ter me abandonado, mas ele era meu pai, e acho que merece uma segunda oportunidade. Fico feliz por ele ter arranjado uma família e ter percebido o que fez, e como errou, porque afinal foi isso qeu o fez estar aqui a explicar-se e a desculpar-se.

Sem pensar duas vezes abraço-o. Eu tenho um pai, eu tenho um pai.

Ele retribui o meu gesto e aperta-me contra si. Conseguia sentir as lágrimas dele no meu ombro.

Afasto-me e vejo-o olhar para a minha mãe á espera que qualquer resposta dela. Ela levanta a cabeça.

'Todos merecem uma segunda oportunidade' ela diz a limpar as lágrimas. A minha mãe é sensível?

(...)

'Posso entrar?' abro a porta da sala de aula.

'Se tem relógio sabe bem que já passa 45 minutos da hora por isso dê meia volta e vá ter com a diretora, AGORA' ela grita e eu reviro os olhos.


RELIGIOUS GIRL |H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora