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Acordei na manhã seguinte e me preparei para a escola. Meu humor estava extremamente diferente da noite passada e todos notaram isso e não pouparam os comentários. Eu entrei na escola e tentei não parecer muito animada, mas eu estava procurando o Jake. Parecia que ele não tinha chegado, mas Anna sim.

— Bom dia, Cleo

— Bom dia, Anna. Como você está?

— Estou bem. Você?

— Bem também.

— Procurando por alguém? — ela pergunta porque eu estava olhando pelos meus ombros

— Não — eu sorri — Vamos entrar

As aulas passaram normalmente e no almoço, enquanto eu estava andando pelo refeitório, vejo Jake.Ele também me vê, mas continua com seus amigos. Meu sorriso desaparece, mas eu tento não parecer incomodada. Anna está falando sobre algo que eu realmente não quero saber, então eu me concentro em minha comida. Quando eu terminei, fui ao banheiro para escovar os dentes. Quando eu estava saindo, Jake aparece me assustando.

— Oi

— Oi

—Você está bem?

—  Sim e você?

—Bem. — Ele vem para mim e me beija— O que você vai fazer esta noite?

—Nada. Por quê?

— Porque tem um show de punk rock em um bar e seria legal se você fosse.

— Um show de punk rock?

— Sim

—Eu não sei..

—O que? Você nunca esteve em um?

—Na verdade não

—Então você deve ir, óbvio. Começa às 19h. Eu vou te buscar?

—Não, não é necessário. Eu vou sozinha

— Tudo bem— ele encolhe os ombros— É na 22 Lorne Road .  Vou ter que ir.

—Ok — ele me beija novamente

—Vejo você à noite. 

Eu ligo pro meu pai quando chego em casa, perguntando se eu poderia ir nesse show. Ele me fez muitas perguntas, mas como eu disse que estava indo com um amigo, ele não teve muitas objeções a fazer. Quando deu 18 horas, comecei a me arrumar. Eu também não tinha muitas roupas "rocker", mas tentei parecer o mais similar possível. Então, eu vesti uma calça preta com rasgos nos joelhos, uma camisa preta e um casaco preto e branco e botas pretas também.

O bar tinha muitas pessoas do lado de fora, e a música estava muito alta. As pessoas me olhavam como se soubessem que eu não pertencia ali e provavelmente não deveria estar ali. Tentei ver onde Jake estava, mas nunca o encontraria. Peguei meu telefone e mandei uma mensagem. 

Onde está você? Estou aqui fora. 

Estou aqui dentro, perto do palco. Vem cá. 

Respiro fundo e vou. Quanto mais entrava, mais eu me arrependia de ter ido. Eu acho Jake ao lado de um cara tatuado.

— Oh Olá! Cleo, este é Max. Max, esta é minha amiga Cleo

— Prazer em conhecê-la, Cleo. Você é linda

—Obrigado. Prazer em conhece-lo também.

—Então..não parece muito que você está em um show de punk rock - Max diz rindo

—Sim, é porque não tenho muitas camisas de caveiras pretas ou jeans rasgados.  Foi o melhor que eu consegui fazer

—Está ótimo para mim - Jake diz e eu sorrio - Quer uma cerveja?

— Uhm ... sim, claro

O show começa e a música é agressiva, ruidosa e meus ouvidos pareciam  explodir.

Depois de uma hora sobrevivendo a isso, eu quero sair para tomar um pouco de ar fresco. Eu tento falar com Jake, mas ele está muito ocupado batendo a cabeça ao som da música, então eu vou assim mesmo.

Na minha mão está o quinto copo de cerveja e me sinto um pouco alegre. Sento-me no meio fio, bebendo e ouvindo a música que estava começando a parecer agradável.

Um rapaz vem e fica ao meu lado.

—Sozinha?

—Agora, sim

—Qual o seu nome?

—Cleo

—Meu nome é Roland - Roland ... algo sobre esse nome me lembrou algo, mas não consegui lembrar o que—Você sempre vem aqui? Nunca vi você aqui e eu definitivamente me lembraria se já tivesse visto — sorri meio sem graça 

— Não, é a primeira vez que venho. Recebi o convite de uma pessoa e aceitei. Só não sei se deveria mesmo ter vindo. 

— Ah é claro que sim. Aqui é o melhor lugar de Durham. E um ótimo lugar pra achar pessoas como você — ele diz olhando fixamente pra mim

— Bem.. eu acho que vou voltar lá pra dentro — me levanto mas quase caio 

— Opa!— ele diz me segurando — Você tá bem, gatinha? 

— Tô, é que eu já tomei alguns copos desses — eu rio 

— Ei! O que você está fazendo com ela?! — olho pra trás e vejo Jake chegando todo armado

— Jake, ele só estava me ajudando 

— Ajudando em quê?! Em beijar você?!

— O quê?! Não! 

— Você está com esse cara?— Ronald pergunta 

— Sim, ela está comigo! E você, está aqui ainda por que?! 

— Jake, nós só estávamos conversando. Não precisa disso tudo — digo mas ele continuava encarando Ronald com o punho fechado 

— Qual vai ser? Vai embora por bem ou mal? 

— A calçada é pública, irmão — nesse momento, Jake dá um soco tão forte nele que ele cai no chão com o nariz sangrando muito. 

— Jake! — dois caras vêm e ajudam Ronald a se levantar

— Seu desgraçado! Isso não vai ficar assim, ouviu bem?! 

— Quando eu disser, você faz. Vamos pra dentro. — ele diz pegando no meu braço

— Eu não vou voltar lá pra dentro! Eu vou pra casa. 

— O que? — viro as costas pra ele e vou andando — Cleo! Cleo! — ele vem atrás de mim e para na minha frente — O que foi? 

— O que foi?! Você.. você quebrou o nariz de um cara sem motivo! 

— Não foi sem motivo. Ele estava dando em cima de você

— E daí?! Não quer dizer que eu estava afim dele também! Agora, me deixa ir 

— Não. Você não vai sozinha. 

— Vou sim. Dá licença — retorno a andar e ele fica pra trás. Mas logo ouço ele atrás de mim de novo 

— Deixa eu te acompanhar então. Por favor — não digo nada, apenas continuo andando e ele fica ao meu lado, quieto também. 



A Droga do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora