A Droga do Amor

22

Faço os deveres que tenho a fazer e espero meu pai ou minha mãe chegar em casa.  Não sei como ou o que dizer para eles me deixarem sair novamente, duas noites seguidas, mas vou tentar de tudo.

Meu pai chega primeiro e de certa forma, eu agradeço. Ele é bem mais fácil de lidar.

— Pai — chamo-o 

— Fala filhota. Tudo bem?

— Tudo ótimo. Mas.. pra ficar melhor, você podia fazer algo pra mim..? 

— Lá vem.. o que é?

— Queria sair hoje à noite novamente. Mas não vou demorar. Prometo

— Não sei não, Cleo. Sua mãe já está ficando encabulada com essas saídas suas. É melhor você ficar em casa hoje

— Mas pai.. — tento insistir

— Cleo, já disse. Não insiste, por favor — suspiro

— Tá legal.. — subo e mando mensagem para o Jake.

Meu pai não me deixou sair :( 

Por que não?

Minha mãe não ia gostar. Nos vemos amanhã então?

Tá. 

Não está com raiva, né?  

Ele não responde. Fico apreensiva mas não mando mais nada. Minha mãe chega da universidade e como meu pai já havia feito o jantar, nós vamos para a mesa. Jantamos e conversamos sobre os nossos dias, como fazemos nas refeições. Quando acabamos, meus pais foram deitar pois estavam cansados, assim como meu irmão, e eu fiz o mesmo. 

Deito na minha cama enquanto mexo no celular. Entro no instagram e vejo fotos das minhas amigas de Londres, felizes. E sem mim, penso. Mando uma mensagem para a Betty.

Ei, tudo bem? Tô com saudades. 

Ela recebe mas não visualiza. Suspiro e fecho os olhos. Ouço um assobio e franzo as sobrancelhas. Ouço de novo um pouco mais alto. Vou até a minha janela e vejo o Jake lá em baixo. Abro a janela. 

— O que você está fazendo aqui?! — digo meio sussurrando meio gritando — Se meus pais te vêm eles me matam 

— Abre a porta para mim! — ele diz e eu assinto. Desço cautelosamente as escadas e abro a porta da sala. — Meu Deus, está congelando lá fora — ele diz e então me olha de cima a baixo, e sorri aprovando meu pijama. E então me dá um beijo.

— Vem, vamos subir. Faz silêncio.

Subimos a escada devagar e vamos para o meu quarto. Fecho a porta. 

— Por que veio aqui? 

— Você não pode sair, eu posso. Vim te ver. — sorrio 

— Achei que talvez tivesse ficado com raiva. Não respondeu mais nada. 

— Nah.. só queria fazer suspense — rio.

Deito na minha cama e ele vem ao meu lado, e começa a me beijar. O beijo vai ficando cada vez mais caloroso e quando sinto a mão dele subir a barra da minha blusa, eu paro-o. 

— Hoje não. Meus pais podem ouvir. — ele concorda e me dá um beijo no rosto. Pego meu celular e vejo se Betty respondeu. Mas nada.

— Quem é?

— Minha melhor amiga

— Achei que sua melhor amiga fosse a Anna 

— Não.. a Betty é de Londres. Somos amigas desde a 2ª série. Mas por algum motivo ela não tem falado comigo. 

— Nem a Anna — olho pra ele com ar questionador — O que? Eu observo você — rio levemente — Por que vocês estão distantes? Brigaram?

— É uma longa história.. 

— Eu tenho tempo — olho para ele em dúvida se devo falar ou não. Ele, de alguma forma, entende. — Já sei. Ela não aprova você comigo. Acertei?

— Sim 

—Ela nunca foi fã de mim.. 

— É, aparentemente não mesmo.. 

Ficamos conversando baixinho, em meio a beijos e carinhos. Um tempo depois, ele disse que iria embora ou acabaria dormindo ali e poderia ter problema com meus pais. Concordei e fui abrir a porta para ele, que se despediu com um beijo delicioso. Voltei para a cama vislumbrada de tanta felicidade.   Eu estava amando esse novo Jake. O Jake sem grosserias, gritarias ou xingamentos. Um Jake fofo, atencioso, carinhoso. Mal sabia eu que não duraria muito.