43

75 5 0
                                    

Vamos ao ponto de encontro e chegando lá Jake pede pra ficarmos no carro. Minha vontade é de sair e ir junto com ele, mas obedeço o que ele diz. Ele sai levando o dinheiro, e anda até ficar uns 10 passos do cara. Ao lado do homem do meio, há mais um de cada lado dele segurando armas. Abaixo os vidros para que possa ouvir o que eles dizem.

- Até que você foi pontual

- O seu dinheiro está aqui. 2.500 - o cara sinaliza pra um de seus capangas ir pegar o dinheiro com Jake.

Ele conta o dinheiro e balança a cabeça positivamente.

- Está aí. Agora não te devo mais nada.

- Wow wow.. calminha aí. Não vamos tão rápido né. Estou vendo que sua namorada está no carro. Ela deve estar morrendo de medo. Oh e também tem uns amiguinhos. Nossa Jake, como você mete seus amigos em uma situação dessas? Acho que você não gosta deles mesmo - ele ri

- Deixa eles em paz. Eles não tem nada a ver com isso

- Seus amiguinhos não me interessam mas sua namorada... Cleo o nome dela, né? Rosto bonito, corpo gostosinho... Faria muito sucesso no mundo do entretenimento erótico

Jake cerra os punhos.

- Jake! Não deixa ele te afetar! É isso que ele quer! - grito pra ele

- Você deveria ouvir ela as vezes. Ela parece mais inteligente que você. Por quê a deixou? Quando eu tiver ela, vou foder ela de todas as formas possíveis e ela vai gritar o meu nome enquanto dou o máximo de prazer, coisa que você certamente não fez.

- Cala a porra da boca, desgraçado! - ele tira a arma da cintura e aponta pro homem, que sorri.

- Vai, atira. Vamos ver se você é capaz.

- Jake! Vem pro carro, vamos embora!

- Vamos Jake. Aperta o gatilho.

- Jake, vamos por favor! - digo tentando segurar o máximo para não chorar

Ele abaixa a arma e eu respiro aliviada. Ele se vira, vindo em direção ao carro.

- Sabia que você não era homem o suficiente. Mas eu sou.

Ao dizer isso, ele dispara dois tiros em Jake pelas costas. Grito e vejo seus olhos se arregalarem pela bala que o atravessa. Os três bandidos entram no carro e vão embora. Saio do carro correndo e vou até ele.

- Jake! Jake, olha pra mim!

- Cleo.. me desculpa..

- Jake, não.. não faz isso comigo, por favor. Chama uma ambulância Anna!

- Cleo eu sei que não fui bom pra você.. eu queria ter sido melhor... Eu te amo muito, me desculpa por ter feito você sofrer - minhas lágrimas caem em meu vestido e em seu rosto. - Eu só queria te proteger deles.. de mim..

- Jake eu te amo muito! - beijo ele - A ambulância tá chegando! Você vai conseguir! Fica comigo, meu amor! Não me deixa por favor!

- Eu não vou... Conseguir.. obrigada por ter sido o amor da minha vida... Você é tudo Cleo.. - ele fecha os olhos e escorre uma lágrima

- Jake, não! - digo sacudindo ele enquanto o desespero bate cada vez mais forte em mim - Jake! Jake fala comigo!

- Cleo..

- Não!! - grito enquanto choro com o rosto encostado no dele

- Cleo.. eu sinto muito mesmo.. - Anna diz chorando também. Abraço ela

- Ele morreu, Anna! Jake morreu!

A ambulância chega e junto a polícia. Logan e Sam explicam pra eles a situação enquanto eles levam o corpo de Jake. Não consigo parar de chorar. Um pouco depois meus pais chegam, assim como os de Anna e Sam.

Abraço minha mãe forte. Ela não diz nada, apenas afaga meu cabelo enquanto me deixa chorar mais e mais. Depois do depoimento dado, vamos para casa. Entro no meu quarto e vou para o banheiro. Olho pra minhas mãos e meu vestido sujos de sangue. O sangue dele. Meu choro retorna e entro embaixo do chuveiro. A água bate no meu corpo, e ao contrário de todas as vezes, não me faz relaxar. Imagens de Jake invadem minha mente. Ele sorrindo. Ele me dizendo suas últimas palavras. Esfrego o sangue que escorre deixando a água avermelhada e sinto uma enorme vontade de gritar, de perguntar o porquê daquilo ter acontecido mas não faço nada. Só sinto tudo internamente.

Deito na minha cama mas não durmo. Não tem como dormir. Jake não tinha familiares aqui então minha mãe e meu pai disseram que se responsabilizariam por seu funeral. Conseguia ouvi-los conversando sobre isso e cada vez mais se tornava real o fato dele não estar mais vivo. Eu queria tanto que fosse só um sonho. Que esse último dia não tivesse acontecido. Quando eram 4 da manhã e o sono ainda não tinha vindo, comecei a escrever. Era minha melhor forma de expressar o que estava sentindo naquele momento.

A Droga do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora