4 - A Miragem

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Capítulo quatro
A Miragem




— Isso, muito bom. — Lisa diz, quase como uma contorcionista no chão, fotografando o trio principal da próxima peça.


“Um homem, duas mulheres. Um clichê mexicano”, estava no cartaz. Seus modelos com maquiagem de caveira colorida, vestidos à caráter em meio a pétalas alaranjadas. Día de Los Muertos.
Seria mais uma produção com um enredo incrível, elenco profissionalizado, mas com uma dúzia de pessoas na platéia.

— Obrigado, Holmes. — o diretor se aproxima, com um olhar caído, e ela põe a mão no ombro, na tentativa de um gesto de compreensão.

— Não precisa agradecer. Se continuar trazendo meu almoço eu me contento com a falta de pagamento. — os dois riram, antes do senhor se afastar. A mulher suspira, largando a câmera pendurada em seu pescoço, para levar os dedos às têmporas. — Porra...

— Dor de cabeça? — responde um "uhum", fechando os olhos. — Já terminamos aqui. Pode ir para casa.

— Tenho currículos para entregar. Entrevistas... — suspira, sentindo o cansaço antecipadamente, mas olha a colega, e sorri. — Não se preocupe. Vou tomar um remédio e logo logo passa.

— Certo. Boa sorte, Sherlock. — ela revira os olhos, acostumada com o apelido.



Tomar qualquer comprimido seria suicídio. Podia sentir seu estômago digerindo a si mesmo, além de sua visão estar praticamente embaçada. Mas, o que fazer? Aquelas eram as consequências de seus atos. E estas consequências a trouxeram um carma.


— Lisa Holmes? Onde ela está? — uma voz familiar.

— Puta. Que. Me. Pariu. — a colega da mencionada diz, arregalando os olhos. — É o Damian Wayne!

Todos do teatro se reúnem, enquanto a procurada estava recuando passos lentamente para fugir do confronto.

— Aleluia, te achei. Podemos sair? Chamei atenção demais vindo aqui, pode ser perigoso. — o jovem estava todo sorriso, simpático e cumprimentava os outros.

— Por que eu deveria sair com você? — ela cruza os braços sob a câmera, erguendo uma sobrancelha.

— O que meu pai não te disse. Ele me pediu para explicar. Tudo. — derrotada. Uns passos, e os dois estavam saindo lado a lado do teatro. Recebidos com flashes e fãs gritando, seguranças esconderam Lisa dos olhares, então os dois entraram em um carro esportivo.

— Comece agora. — ordenou.







Bruce estava inquieto. Andando de um lado para o outro, como sempre fazia, olhando para a janela enorme.

— Será que ela vai acreditar? Damian vai conseguir a convencer? — dizia baixinho, interrompida pelos saltos de Diana no piso, que parecia irritada.

— Por que tanto se importa? — não havia emoções na voz da mulher, que só caminhou até o vidro, analisando pela milésima vez a paisagem.

— Ela deve saber a verdade. Não vai descansar enquanto não me causar problemas de novo. — olhos castanhos se reviram.

— E o que tem naquela garota que te deixa tão preocupado? Sequer lembrava da existência dela. — o olha sobre o ombro, mas o olhar do homem estava perdido no chão de mármore.

— Mais um fantasma do passado, Diana. E isso sempre vai me assustar. — ela se vira, cruzando os braços sob o terno feminino que usava. — E Alfred não para de encher o meu saco. Quero que acredite em Damian, não tenho por que brincar com ela.

WHAP - Wayne, Holmes and PrinceOnde histórias criam vida. Descubra agora