3 - Jogos e Ilusões

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Capítulo três
Jogos e Ilusões




Estupefata, incrédula, chocada. Todos os sinônimos possíveis definiram Lisa.
Baixou a mão lentamente, o celular caindo em seu sofá. Mal respirava, mesmo boquiaberta, encarando o nada.

Não sabia ao certo como se sentir. Nem no que pensar. Mas pôde escutar Machin a chamando, talvez gritando para que escutasse. Coloca o celular no viva a voz, deixando ali, ainda olhando o chão.


— Estou aqui. — diz baixo, e o homem suspira, fazendo um ruído na ligação.

— É tarde, e eu não posso fazer nada em relação ao que aconteceu. Mas, antes que você volte a si e me pergunte, eu já sabia que algo assim iria acontecer. — ela ergue uma sobrancelha, mesmo que estivesse praticamente petrificada. — Qualquer hacker conseguiria acessar suas contas. E bem, suspeitei que tentassem te destruir. Estava certo.


— Por que não fez nada a respeito? — não tinha emoção alguma em sua voz.

— Sou um cara de negócios, Holmes. E ocupado. Foi por um impulso de tédio que entrei nas suas coisas, e vi. As que ainda existem, lavadas. — Lisa sequer reagiu, e Machin lhe deu um minuto, sem dizer nada. — Cheque suas redes sociais, agora. Suas notícias. Seu notebook. E, se esconda quando sair amanhã. Precisa ir ao banco.


— Certo... — sussurra, percorrendo o cômodo pequeno até o computador sobre a mesinha de jantar. — Obrigado, Machin. Vou te recompensar algum dia.

— Duvido que vá conseguir se alimentar. — finalmente ela estremeceu. — Boa sorte, Sherlock.



E a chamada é encerrada, deixando uma Lisa estática em um cômodo escuro.
Demorou, talvez, dez minutos para se levantar. Caminhou lentamente até o notebook, suas emoções voltando pouco a pouco. Pareceram séculos enquanto o windows iniciava, e quando o wi-fi conectou, abriu o navegador o mais rápido possível.

Primeiro, checou seu blog.
Seu Instagram, perfil pessoal no Facebook, Twitter e o site do jornal. Nesta ordem. As contas não existiam. Nada.

E então, pânico a tomou.

"Um vírus foi detectado. Eliminar ameaça?", sugeriu a notificação. Mas, antes que ela pudesse clicar no "sim" verdinho, um som agudo saiu do aparelho.
Não teve tempo para pensar. A tela ficou azul, letras aparecendo freneticamente enquanto glitch multicolorido a cegava.
Estava ali, impotente enquanto sabia exatamente o que acontecia.

Por sorte, ainda tinha seu celular. Não que fosse útil, já que todos os seus arquivos e projetos estavam ali, sendo destruídos em frente a seus olhos. Então, só esperou, checando a hora incessantemente.

Foram cinco minutos, antes da tela apagar, e o notebook reiniciar. Quando ligou, estava em sua versão de fábrica. E foi ali que a ficha caiu.





— O quê?! — gritou, ficando de pé. Piscou os olhos diversas vezes, abrindo a boca enquanto pensava no que dizer. — Como assim? É impossível!

— Me desculpe, senhora. E se acalme, por favor. — a jovem pede, encarando Lisa com compaixão e pena. — Mas é isso. Há apenas cem dólares na sua conta.


Ela desliza, caindo na cadeira, sentindo sua pressão despencar. Olha o nada, com a visão turva e escura.

— Como? Como ele fez isso? — a história havia circulado por todo o banco, e a atendente sabia bem com o que estava lidando.


— Ele é o dono do banco, senhora. — Lisa ri. Um riso sem ânimo, talvez com escárnio, rindo de si mesma.


— Claro que é. — fica de pé, dando meia volta e deixando a jovem para trás. Deixando sua sanidade para trás.




WHAP - Wayne, Holmes and PrinceOnde histórias criam vida. Descubra agora