WHAP - Wayne, Holmes and Prince

13 - Armada, Vulnerável

Capítulo doze
O Hobbit

— Obrigada, Al. — um sorriso do senhor, enquanto a janela esfumaçada se fechava. A jovem permaneceu na calçada, nenhuma expressão em seu rosto.

Se os Wayne já fizeram algo esperto na vida, aquele fora um dos feitos. Pois Lisa retornou para casa com a mente em névoa, mal podia sentir seus pés no chão. Não podia acreditar que estava errada; que arriscou tanto por nada.

Bruce Wayne não é o Batman. E ela, é a maior fracassada de toda Gotham — ao menos, assim pensava.

— O que? Ele não está aqui? — a frase fora acompanhada de lágrimas instantâneas. Damian não pôde conter seu lábio inferior de tremer, desviando o olhar para disfarçar.

E seu pai, não sabia lidar com isso. Cruzou os braços, apertando a si mesmo, com os olhos perdidos no piso brilhante. Diana, sentada em sua poltrona, observou ambos, pensando em qual seria a atitude mais inteligente para se tomar. Ela sabia que um assunto muito delicado naquela casa era: família. E todos os seus membros, sejam os vivos, ou mortos.

— Sabe que ele tem coisas importantes para cuidar. Assim como nós. — um puxão de orelha silencioso, o olhar dos dois se encontrando.

— Ele... Nem sequer falou comigo. Eu nem pude ver como ele está. — as sobrancelhas do jovem se erguiam, e não conseguia não gesticular. Sua voz embargou, mas não foi por isso que parou de falar. Mas sim, por Diana ficando de pé.

— Não previna o menino de sentir. Ele está certo. — não precisou olhar o marido quando o disse. — Mas não deve ficar chateado. Tenho certeza de que seu irmão adoraria ter tempo para ficar.

Damian tentou conter, mas àquela altura já sabia que parecia um filhote abandonado — como Diana e Alfred brincavam de vem em quando —, e que não conseguiria conter as lágrimas. Se virou para ir ao seu quarto, ninguém se esforçando para o impedir. E apenas ao ouvirem o "click" da porta, soltaram suspiros pesados.

— Dick é muito importante para ele. Especialmente por não ter conhecido... — um nome o qual ninguém mencionava.

Ninguém se atreveria à tocar na ferida mais profunda e nunca cicatrizada de todos os Wayne. Alfred trocou olhares com Bruce ao parar sua própria frase, não havia uma conversa silenciosa, ou nenhuma troca de emoções. Ambos estavam presos em seus próprios sentimentos e memórias. Em seu pesadelo particular que o nome que não mencionavam trazia.

— Precisamos resolver isso. Não há Batman que trabalhe bem com questões mal resolvidas, e um emocional quebrado. — foi Diana quem teve de intervir as sombras que cresciam ao redor dos dois. E ela não falava apenas de Damian; mas de todos os três homens.

Ela sabia que todos tinham suas mágoas e tristezas, assuntos que só poderiam curar entre si. Que até mesmo o intocável e sábio Alfred precisava de um tempinho em família.

— Bom... Estávamos reunidos por algum motivo. — ela cruza os braços, imediatamente levando o olhar a Bruce. — Podemos saber qual era?

Ele ficou tenso. Instantaneamente. Mordeu o interior da bochecha, movendo o maxilar sutilmente. Respirou bem fundo, ergueu o queixo para reunir a confiança de que precisava — sim, precisava — para dizer aquilo.

— É a Lisa. Eu pensei em a trazer para passar um tempo... — respirou bem, bem fundo. E antes que dissesse, tanto Diana quando Alfred estavam rígidos, congelados. — Aqui.

Silêncio. Puro e cru silêncio. Prince não podia acreditar, se recusava. E não soube o que sentir. Traída? Ignorada? Ou simplesmente deixada de lado? Mas, seu marido interrompeu a onda de pensamentos e conclusões e dúvidas que a acertara.