10 - O Feitiço

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Capítulo dez
O Feitiço Volta Contra o Feiticeiro


— Vamos, Machin. Não temos o dia todo. — se apoia na mesa de madeira, observando a loucura de telas verdes, azuis e pretas, letras como raios percorrendo-as.


— É a porra do Bruce Wayne, Holmes. Eu posso ser incrível, mas ele tem... Uma defesa incrível. — revira os olhos verdes, se afastando. Com o celular em uma das mãos, contava os minutos. A reunião não podia acabar tão cedo. Mas ela sabia a hora em que terminaria. — Eu teria o mesmo com aquele tanto de dinheiro.


— Ouvi dizer que ele comprou todos os bancos de Gotham. — uma risada sem ânimo do homem concentrado.


— A sorte dele é que o Batman existe. — o tom de ironia foi uma piada apreciada por ambos.



Não houve mais piadas durante uma hora inteira. Lisa estava inquieta, elétrica, ansiosa. Tudo o que queria era que desse certo. Caso o contrário, estaria muito, muito fodida.


— Puta merda. Puta merda, puta que pariu! — Machin se levanta, com a tela do notebook desligando. A cadeira em que sentava cai para trás, enquanto ele ergue as mãos, as pondo atrás da cabeça. — Fodeu.


— O que? Fodeu? Como assim fodeu? Não, não pode ter fodido! — se apoia na mesa, tão bruta que a madeira range. Encarou a tela preta por um longo tempo, com uma das pernas tremendo involuntariamente.

Até que letras miúdas apareceram, uma por uma, em fileira. O homem presente virou de costas, com a respiração alta. E em um ato desesperado, começou a recolher suas coisas, e vestiu o casaco e capuz.

— Machin? Não pode ir. Eu não sei mexer nisso, precisa me ajudar! — o segue até a porta, tinha passos rápidos e o nervosismo estampado em seu corpo. Ele para, e a olha, de uma forma tão profunda que a fez se arrepiar. Nem sabia se "profunda" era a palavra certa.

— Interceptaram meu vírus. Te rastrearam, apagaram o seu computador. Tiraram todos os dados que os envolviam... Confiscaram. — escolheu a palavra, e saiu da casa, parando nos degraus logo em frente. — Hackearam você, Lisa. Sabem o que você fez. Acabou. Boa sorte e nunca, nunca mais me procure para mais nada.


— Obrigada! — grita quando ele simplesmente sai caminhando, quase correndo pelo quintal. Ficou ali, encarando o nada. Não sabia o que iria fazer agora. Como lidar com aquilo. Cogitou suicídio. — Porra... Agora sim fodeu.




O surpreendente? Ninguém fora atrás da jovem. Nem na empresa, nem fora dela. Ninguém. Nem mesmo Damian mandou mensagens.
E isso a preocupou. Algo estava acontecendo, bem debaixo do seu nariz. Mas agora não podia se arriscar. Não depois de tentar invadir os computadores de Bruce. E mesmo com a mudança de IP ou VPN, ou seja lá o que que Machin a explicara, sabia que a encontraram. Era seu notebook, dentro da sua casa. Talvez até tivessem hackeado a webcam e visto o rosto do hacker não lá tão famoso atualmente.
E ela estava apavorada.




— Por que? Por que hackear seu computador? Só para saber se você é o Batman? — Damian pergunta, irado. Não podia acreditar. Não podia acreditar que Lisa Holmes era a mesma paparazzi de antes.


— É o óbvio. — Bruce responde, com uma das mãos massageando as têmporas. O homem já não tinha paciência para aquilo. Não queria lidar com a jovem novamente, nem sequer achava necessário.

— Por que não largar isso de lado? — Alfred sugere, recebendo olhares de reprovação. — Não há mais nada que a jovem possa fazer. A curiosidade dela sequer poder ser saciada.


WHAP - Wayne, Holmes and PrinceOnde histórias criam vida. Descubra agora