5 - Passado

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Capítulo cinco
Passado é passado



O prazo era curto, e isso foi totalmente agoniante para Lisa. Mas, Damian cumprira o que disse. O teatro estava mais cheio do que nunca, Día de Los Muertos repercutiu por toda a Gotham e os assentos estavam esgotados nas exibições da tarde e noite.
E isso com toda a certeza é um motivo para comemorar. Exceto pelo fato da nova fotógrafa estar em um impasse.


Enquanto Lisa sofria com a decisão de ser funcionária de Bruce, na mansão Wayne o clima ficou realmente pesado. Diana com o semblante petrificado, completamente seca com seu esposo, que parecia frustrado e irritado com toda a situação. Damian entre eles, sempre tentando puxar assunto ou apaziguar as emoções negativas, que sempre vinham a tona.
Porém, o único que conseguia parar as discussões infinitas do casal, era Alfred.

— Já está irritante ver vocês dois agindo como adolescentes. — Diana ergue uma sobrancelha para o mordomo.

— Fui humilhada, acha que guardar rancor é infantil no meu caso? — cruza os braços, batendo a frente do salto no chão.

— Está certa em ter raiva, senhora. Mas, a questão é que não param de brigar. Ninguém na mansão é obrigado a aguentar tudo isso. — o casal fuzila Damian com o olhar.

— O que? Eu não falei nada!

— Percebi que estão descontando a raiva e frustração nas empregadas e no pobre senhor. — ele gesticula para o jovem, que fica com a postura rígida ao saber que ser defendido era ruim. — Resolvam os problemas do seu casamento entre si, e parem de perturbar a vida dos outros. Devem agir como adultos.


Bruce cruza os braços, revirando os olhos. Diana só se vira, olhando a adega repleta de bebidas chiques da sala de jantar.

— Patrão, não seja uma criança mimada. E, senhora, com todo o meu respeito: — ela o olha sobre o ombro. — Seja a mulher madura e amável que sempre foi. Não deixe tudo o que acontece te abalar.

— Não foi você quem foi humilhado, Alfred. Não tente opinar sobre uma situação que não entende. — Damian contrai os lábios, todos no cômodo percebendo a frieza nas palavras dela. — E esse... Insensível, ainda ofereceu uma vaga na empresa para aquela fofoqueira.

— Lisa é uma boa menina, senhora. — uma gargalhada melodiosa veio dela, que podia facilmente lançar gelo e veneno pelos ares. — Já provou da pobreza, Diana?


Os outros dois homens se entreolham, admitindo mentalmente que o mordomo estava em um campo minado. Não que o coroa não fosse calculista e estrategista, é claro que ele sabia exatamente o que estava fazendo.

— Eu já provei da guerra, Alfred.

— E eu sei disso. Tenho certeza de que a senhora tem muitos anos de experiência, com certeza é bem mais sábia que eu. — a mulher aperta seus olhos, tentando analisar o que o mordomo elegante estava insinuando. — Mostre sua sabedoria para nós. E tenha um pouco de empatia.

— Aquela garota teve empatia conosco ao espalhar aquilo? — se vira, irritada, o que causava calafrios a todos ali.

— Pense no desespero de uma mulher solitária e independente, que estava completamente quebrada. Isso em todas as áreas. — o sorriso nos lábios avermelhados dizia muita coisa. Inclusive que as palavras do mordomo não significavam nada. — Ela sabia muito bem que uma polêmica não iria afetar em nada na vida de vocês. Ou afetou?


Ela avança alguns passos, os saltos fazendo sons altos na madeira. Os dois homens ali se encolhem, mas Alfred permaneceu com sua postura, mesmo quando a mulher irada e com um poder contido estava cara-a-cara com ele.

WHAP - Wayne, Holmes and PrinceOnde histórias criam vida. Descubra agora