9 - Arquitetura

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Capítulo nove
Arquitetura




Todas as provas coincidindo, seu ânimo nos céus e os cifrões verdinhos nos olhos. Lisa estava caminhando, totalmente determinada nos corredores da Wayne Enterprises.

— Senhorita, espere! Você tem horário marcado? Senhorita! — a pobre recepcionista não pôde terminar suas perguntas quando as portas do elevador se fecharam.

Em seu reflexo, Holmes via um monstro. Mas aquela sensação já era familiar, quando a consciência a dizia que estava cometendo mais um erro. Porém enfim, finalmente, ela sabia que iria conquistar seu sucesso total. Quem quer que fosse o Batman, ela estava pronta. Para revelações, ou para simplesmente nenhuma resposta.

Hoje não vestia os sobretudos tão cotidianos de Gotham, estava de preto do pescoço aos pés, a gola alta de sua blusa a protegendo do frio. Que, curiosamente, havia diminuído. Talvez fosse um sinal divino.

— É agora. Você consegue. Você é incrível. — sacudiu os braços e sorriu largo, apertando o rabo de cavalo no topo da cabeça, e se virou. Tinha o olhar de um felino conforme avançava, sabia que nenhum Wayne jamais seria uma presa, mas ainda assim... — Hora de atacar.


Abriu a porta do escritório, e na mesma hora tirou a pasta de arquivos da sua bolsa. Mas parou no meio do lugar, olhando em volta. Fora recebida pelas janelas panorâmicas, a cadeira de couro e as lâmpadas circulares embutidas nos cantinhos. Vazio.


— Mas...

Pôde ouvir seus passos e sua respiração, o ar condicionado tão silencioso quanto a cidade abaixo do grande edifício. A mesa estava brilhante, polida, conseguia até mesmo ver seu rosto. Isto porque não havia nada sobre ela. Os livros nas estantes desapareceram, o ventilador de teto, se foi.

Olhou para baixo, não havia tapete algum. E novamente, seu rosto frustrado e confuso na superfície impecável de madeira.
Escutou sons de salto alto, e a recepcionista estava ali, com seu coque loiro bagunçado, e celular em mãos.

— O chefe não está. Era o que eu tentei...

— Já entendi. Obrigada. — sobrancelhas franzidas, e gesticula para a mulher se retirar. Mas ela não o faz. Permanece a encarando, com uma cara de quem dizia "você não deveria estar aqui".

Lisa caminha até uma das grandes janelas, e cruza os braços. A funcionária parecia insondável. Mas, era compreensível. Ninguém quer perder um trabalho na Wayne Enterprises, quer?

— Olhe, eu já vou. Só preciso ligar pra ele rapidinho, o sinal é melhor aqui. — gesticula para a loira, de costas. Não adiantou.

A fotógrafa dá de ombros, e sorri de canto. A pobre recepcionista pôde ver através do reflexo. Um sininho soa, e a mesma atende seu celular. Pessoas para recepcionar, trabalho para fazer.


— Com todo o respeito, senhorita. Se não descer em quinze minutos, eu vou acionar os seguranças. — passos apressados, mas ela retorna, parando com uma das mãos na porta. — Ou o senhor Fox.


Agora sim, algo que amedrontava Holmes. Mas não fora o suficiente. Assim que escutou o elevador se fechando, ela correu até a mesa, ignorando os sons altos de suas botas de cano baixo. Abriu gavetas e gavetas, chegando a quase quebrar uma. Todas vazias. Se abaixou, olhando sob as coisas, até mesmo ergueu os sofás. Mas não havia nada, nenhum sinal de algo suspeito.

O escritório foi, literalmente, varrido.




— Você me deve um final de semana na Califórnia, Bruce. — o homem ri do comentário, deixando a cabeça recair sobre a borda de mármore, fechando seus olhos com a sensação confortável da água quente.

WHAP - Wayne, Holmes and PrinceOnde histórias criam vida. Descubra agora