Amor

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Pela janela Naruto viu que já era madrugada. O céu tinha uma estranha coloração alaranjada e não havia nem estrelas nem luar. Konohagakure assemelhava-se a uma cidade fantasma, quieta e o único som que o ninja escutada era a voz melódica da esposa, que entonava uma canção baixa.

Himawari resolveu dar um susto em todos vindo ao mundo um pouco antes que o esperado. Foi um parto difícil, mas Sakura e toda a equipe médica fez um bom trabalho. Nem é preciso dizer que o estado do loiro foi o pior possível durante as longas horas que se seguiram. O desespero foi tanto que ele chegou ao ponto de chorar e só não se descabelou porque Sasuke, Shikamaru e seu sogro estavam ali para acalmá-lo — ou, ao menos, tentar.

Só que, agora, tudo o que ele sentia era a mais pura felicidade. No leito, seus dois tesouros repousavam.

Hinata segurava o minúsculo ser com muito cuidado, olhando-o com adoração. O rosto da menininha era arredondado, mimoso e delicado. Os pequenos lábios rosados ora ou outra crispavam, segurando lamuriamentos.

A Uzumaki sorriu docemente, tocando com carinho as duas marquinhas na bochecha da filha, que dormia profundamente.

— Ela se parece com você, Naruto-kun. — comentou, cheia de doçura. Naruto sorriu, aproximando-se com cautela para não acordar a criança e sentou na beirada da cama, passando a fitar a mais nova razão de sua existência.

Observou a menina. Ela tinha no rosto os seus traços, contudo, enxergou também as características de Hinata. Bochecha levemente avantajada, boca em formato de coração, o cabelo escuro — apesar de ser tão bagunçado quanto o seu. Sentiu um aperto gostoso no peito; aquela sensação de completude misturada com felicidade.

Achava engraçado como havia sido, em questão de segundos, preenchido de amor por um ser tão minúsculo. Na primeira vez em que repousou os olhos na filha, assim que Sakura o levou ao quarto, Naruto chorou como um bebê. Se brincar, chorou mais que a própria filha. E ainda sentia vontade de chorar ao encarar aquele rostinho meigo. O amor era tão grande que insistia em transbordar por seus olhos.

Pegou a menina com cuidado para que Hinata descansasse um pouco. A morena estava exausta, ainda suada por conta do parto difícil e das inúmeras horas amamentando a neném. Observou o marido, acomodada no travesseiro.

Ele ainda fitava, encantado, o bebê, analisando e gravando cada detalhe do rostinho.

— Ela é tão linda. — comentou, visivelmente emocionado, levantando os olhos para a esposa. Hinata acenou com a cabeça, concordando, sem conseguir conter o sorriso.

Ele voltou a observar a filha, ninando-a no colo, sem acreditar sua princesinha finalmente estava em seus braços. Himawari parecia afundada em um mundo de sonhos, respirando calmamente. Naquele instante, para Naruto, nada mais importava. Já não se lembrava do passado, nem dos sofrimentos, muito menos das dores.

Só havia amor. Amor, amor e amor.

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