Promessa

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Chegar em casa foi um verdadeiro alívio. O hospital de Konoha era confortável, tinha uma boa estrutura, contudo, nada pode ser melhor que o calor e o aconchego do lar. Tudo estava perfeitamente igual, exceto Hinata trazendo no colo a nova alegria da casa.

A menina dormia confortavelmente nos braços da mãe, aninhada e enrolada em uma manta quentinha. Naruto parecia um bobo alegre e suas bochechas doíam de tanto sorrir.

Hinata se sentou no sofá com a bebê dependurada em seu peito, sugando o leite com vontade, e jogou a cabeça para trás, exausta. Não era para menos. Himawari se recusava a ficar longe da mãe ou do pai e fez o maior estardalhaço no berçário do hospital. Era quem mais chorava.

Naruto segurou uma risada, pensando que isso era algo que ele faria caso fosse um bebê.

Aproximou-se, beijou a testa da ex-Hyuuga e encaminhou-se até a cozinha para preparar algo. Não era muito bom em cozinhar, na verdade era péssimo em qualquer atividade doméstica, contudo, sabia que Hinata não estava em condições de fazer qualquer coisa. Assim, amarrou o avental florido na cintura e preparou uma sopa que ela havia o ensinado a fazer há alguns meses.

Ao terminar, colocou uma quantidade generosa em um prato fundo, pegou uma colher em uma das gavetas do armário e levou a refeição até a mesa. Olhou para a esposa e viu que ainda dormia. Himawari também dormia profundamente, dessa vez desgarrada do peito da mãe.

Não queria acordar a Uzumaki, mas ela precisava comer. Três dias no hospital foram suficientes para fazê-la emagrecer muito. Assentou-se ao lado dela e acariciou a cabeleira negra, fazendo-a despertar.

— Fiz uma sopa. — revelou, observando-a bocejar longamente. Ela conferiu se estava tudo bem com Hima e abriu um sorriso agradecido ao marido.

— Obrigada, amor.

— Não ficou boa como a sua comida, mas dá para o gasto. — o comentário fez com que ela soltasse uma risada baixa. — Agora vá comer e me dê a Hima um pouco. Você precisa descansar.

Hinata acatou ao pedido sem reclamar, entregando a pequena com cuidado. Himawari encaixou-se perfeitamente nos braços paternos, aninhando-se ao peitoral masculino. Naruto se levantou e só saiu da sala quando sua esposa assentou-se à mesa para comer.

Caminhou lentamente até o quarto infantil, quase que na pontinha dos pés, com medo de fazer qualquer ruído que pudesse acordá-la. Adentrou o cômodo e posicionou a filha delicadamente sobre o colchão macio do berço.

Seus olhos correram pela criança, cheios de amor. A respiração dela era compassada, a boca rosada estava entreaberta e o moletom rosa a deixava incrivelmente fofa. Sorriu de canto, tocando nas marquinhas em formato de bigode, tão idênticas às suas.

— Seja bem-vinda, meu amor. — sussurrou sem conseguir conter um sorriso ao ver sua pequena remexer.

Ficou por mais tempo a observando, encantado, fazendo jus a sua fama de pai babão, até escutar sons de vozes vindas da sala. Apesar de abafadas, ele conseguiu reconhecer todas e, feliz, retornou a sala de estar. Lá, Shikamaru conversava com Hinata calmamente, ele com uma bolsa infantil pendurada em um dos braços e ela com o filho no colo.

Os olhos azuis do menino brilharam ao captarem a figura paterna.

— Papa! — ele esticou os bracinhos, trazendo a atenção da morena e de Shikamaru para Naruto. O loiro sorriu bobamente e pegou o filho, sentindo os bracinhos rodearem seu pescoço em um abraço apertado.

— Ele te deu muito trabalho, Shikamaru? — perguntou ao amigo, que deu de ombros com um sorriso pequeno nos lábios.

— Boruto é um bom garoto. — a resposta fez com que a Uzumaki soltasse um suspiro aliviado.

— Peço desculpas por te incomodar, Shikamaru-san. — ela falou com um evidente acanhamento e o Nara limitou-se a sorrir, entregando a bolsa.

— Não é incômodo algum. Boruto é sempre bem-vindo lá em casa. Shikadai e Temari amam esse garoto. — disse entre uma risada e a morena sorriu, verdadeiramente agradecida por acolherem seu filho enquanto estava no hospital. — Agora preciso ir. Espero que tenha uma boa recuperação, Hinata.

— Muito obrigada, Shikamaru.

Assim que o Nara se foi, Naruto e Hinata trocaram olhares significativos. Nada mais precisou ser dito.

— Temos uma surpresa para você, Boruto. — a morena exprimiu e o rostinho do menino virou-se em sua direção.

Surplesa?

— Sim, surpresa. — o Uzumaki confirmou.

Boruto não sabia o que era uma surpresa, mas parecia ser algo bom. Por isso mesmo nem reclamou quando papa o levou até um lugar esquisito, sua mama veio logo atrás. Eles entraram em um cômodo desconhecido para o garoto. Era tudo muito lilás e apertado, porém, o cheiro era agradável. Havia uma cama gradeada igualzinha a sua, só que branca. Seu papa se aproximou da coisa que vivia chamando de berço e, por fim, seus olhos captaram um movimento estranho vindo de lá.

Esticou o pescocinho e enxergou.

— O que é isso? — perguntou, curioso, sem conseguir retirar os olhos da coisa minúscula de olhos azuis, que dava socos no ar com as mãozinhas como se encarasse um inimigo mortal. Os olhinhos da coisa fitavam um ponto invisível no teto e o loirinho não pôde deixar de notar as marquinhas nas bochechas dela.

— É sua irmãzinha. — Hinata foi quem respondeu, cheia de expectativas. Naruto se remoía, com medo do pequeno ter qualquer reação contrária em relação a notícia.

Ao contrário do que pensavam, Boruto não gritou, não berrou, nem chorou. Ficou mudo, sem conseguir retirar os olhos do bebê.

— Papa, — a voz fina fez com que o casal se atentasse. Naruto estava prestes a infartar e a morena prendia a respiração. — ela é linda.

Naruto escutou o suspiro aliviado da esposa ecoar e sentiu os próprios músculos relaxarem. Os dois sorriam para o menino.

— É verdade. — ela concordou, depositando um beijo estalado na bochecha da criança. — Promete cuidar bem dela?

Boruto voltou a encarar a bebê gorducho, não entendendo o que era aquela sensação quente na altura do peito. Ele só sabia que era algo bom, mesmo sem entender o porquê.

Plometo.

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