Brincadeira

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Himawari não sabia o que fazer. Seu irmão, vestido em uma fantasia de t-rex, apareceu e não havia mais escapatória. Precisava de um plano com urgência, antes que ele lhe achasse e acabasse consigo. Mas até encontrar o plano, ficaria quietinha, atrás da cortina, esperando por uma salvação.

Talvez suas chances aumentassem se corresse para baixo do longo forro da mesa, assim que ele se virasse para procurá-la em outro lugar. É, era uma opção inteligente. Só que, de qualquer forma, precisava esperar.

Por mais que estivesse escondida atrás da cortina, Himawari conseguia exergar as sombras do monstro e percebeu que ele se ajoelhou para procurá-la atrás da estante de livros.

O momento perfeito.

Com toda bravura e coragem, Himawari ajeitou a coroa de plástico em cima da cabeça, puxou o vestido de princesa que sua mãe fez na semana anterior e saiu de trás da cortina, correndo com toda velocidade em direção à mesa de jantar.

Contudo, Boruto foi mais esperto e colocou uma grande pedra — ao menos, na cabeça da garota, porque a enorme pedra não passava de uma almofada marrom — no meio do caminho e a ela escorregou e caiu com tudo no chão.

O baque fez com que o menino se virasse, com um sorriso de vitória nos lábios. Himawari gritou, tentando a todo custo se levantar, contudo, nada poderia ser feito. Lá estava o monstro — que não passava de seu irmão — vindo em sua direção com passos largos e olhar malévolo.

— Agora você é minha. — ela sentiu a maldade na voz dele e não conseguiu fazer nada além de gritar e se debater.

— Socorro! — gritou, com os olhos marejados. — Papa, socorro!

Naruto surgiu na batente da porta com um lençol amarrado no pescoço, usando-o como capa. Ele sorria bravamente, com a mão na cintura e correu em direção aos dois pequenos, pegando o dinossauro/Boruto, levantando-o até o alto, logo a cima de sua cabeça. Boruto gargalhava e Himawari continuava a encenação de princesa em apuros.

— Eu vou acabar com você, T-Rex, por se meter com a minha princesa. — e jogou o menino para cima, que gritou entre as gargalhadas, caindo, novamente, nos braços paternos.

— Tenha piedade, ó, principe Uzumaki! — Boruto, com cinco anos de idade, pronunciou, fazendo uma expressão de dor.

Himawari, negou com a cabeça, cruzando os bracinhos minúsculos.

— Minha princesa não quer que eu tenha piedade. — falou, achando toda aquela situação engraçada. — Por isso usarei minha arma letal.

— Que arm...

Ele não conseguiu terminar a pergunta. Quando deu por si, já estava se contorcendo no chão, seu pai fazendo cócegas na altura de suas costelas.

— Eu me rendo, eu me rendo! — ele levantou os braços, gritando entre as gargalhadas.

Por fim, Naruto soltou o filho, que se encostou no sofá, cansado demais até mesmo para respirar. Nem mesmo o ninja escapou do cansasso que a brincadeira causou. Ele deitou no chão, em cima do tapete felpudo e colocou os braços a baixo da cabeça para ficar em uma posição mais confortável.

Himawari se jogou em cima do abdomén do pai, de bruços, ficando face a face com ele, encarando-o com os lindos olhos azuis. Ela ainda era miúda, com seus dois aninhos de idade, por isso ele não se incomodou em deixá-la naquela posição. Hima era leve como uma pena.

— Papa, você é um plíncipe de verdade?

— Mas é claro que sou. — disse, sentando-se, levando a menina consigo. — E eu vou te proteger de todo mal. Proteger vocês dois. — frisou, vendo que do outro lado Boruto fazia uma expressão infeliz, remoendo-se em ciúmes. Sinalizou com a mão para que se aproximasse e ele o fez, um pouco hesitante, sentando-se ao lado da figura paterna, sendo rodeado por um dos braços do loiro. — Eu amo vocês.

Um silêncio gostoso se intaurou entre os três, até que Boruto o quebrou.

— Papai, que tal brincar de príncipe agora e salvar meu estômago fazendo algo para a gente comer?

Naruto bagunçou a cabeleira loira do filho, gargalhando.

— Você não existe mesmo, hein. 

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