XV

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Felicité é quem vem logo atrás de mim, impedindo que eu possa entrar na casa. Ela logo segura em meu braço, em sinal de relutância.

— Alex, eu sei o que pensa. Não faremos as coisas desse jeito.

— E farão como? Sem os meus amigos? Não, eu não posso. Desculpe.

— Alex, os seus amigos são o pilar que te ergue. Não iremos a lugar algum sem eles. A oportunidade de triunfar, de fazer justiça em nome de todos os inocentes que se foram não te soa um pouco irresistível?

— É tentador. Mas não sei se consigo fazer isso sozinha.

— Esse é um dos momentos em que os seus amigos irão ser essenciais. Quando te faltar esperança, eles te darão. Quando achar que não é capaz, irão te provar o contrário. E quando se sentir insuficiente, ou ter a certeza de que não consegue fazer algo... Eles irão unir suas forças e te ajudar. Eles são mais importantes do que imagina. E eu Normani prometemos a você, com toda nossa honra, que não iremos deixá—los para trás.

— Prometem?

— Prometo. Escute, não precisará fazer isso sozinha. Confie em nós. Os seus amigos irão conosco, não iremos separar você deles. E eles podem te ajudar em tudo que precisar. Quando estavam indo em direção ao castelo de Garth, não eram o que planejavam? Derrotar Garth?

— Sim, era. E eu agradeço muito por vocês estarem conosco, pois após termos pegado o livro dele, não sabíamos mais o que fazer. Principalmente depois que descobri que o livro estava em branco. Acho que ficaríamos tempos tentando decifrar o que havia acontecido. Então sim, somos gratos. Mas essa história de ser escolhida, de não poder triunfar ao lado deles... De não poder realizar as missões com eles... Se fizermos isso, eles são tão merecedores quanto eu!

Felicité suspira.

—Eles serão. Eu garanto. Mas para todo caso, não esqueça que o seu destino e o de Victor estão cruzados e definidos. Nada poderá mudar isso. Haverão momentos em que só vocês dois poderão realizar determinadas tarefas. No entanto, eu garanto a você... sem os seus amigos, nada acontecerá.

Após a última argumentação dela, finalmente me dou por convencida. Afinal, se estava em nossos planos realizar essa missão, agora com a ajuda das duas se tornará mais provável que consigamos. Mesmo sentindo que terei que carregar o fardo maior. No entanto, consegui ter a opção de não ser afastada de meus amigos. E isso me alegra. Ter consigo a certeza de que pode contar com alguém até mesmo em busca de enfrentar o desconhecido é algo maravilhoso, de fato. Por isso afirmo quantas vezes for necessário que me sinto privilegiada por ter pessoas tão leais ao meu lado. Quando eu e Felicité então decidimos dar a volta e ir novamente até onde estávamos todos antes, Beatrice, ao sorrir para mim, faz com que eu tenha uma nova sensação percorrendo em volta de meu corpo: esperança.

Normani é quem observa nosso cumprimento e sorri, porém logo interfere.

— Não me entendam mal, meninos. É bom termos confiança, mas não podemos comemorar agora. Devemos nos dedicar a darmos início ao nosso plano. A primeira coisa que devemos praticar é a luta. Temos que aprender, antes de mais nada, as técnicas de autodefesa, pois Garth não irá medir esforços para que seu exército nos ataque. Quando acontecer, será cada um por si.

— Luta? O Joseph nos ensina! —Exclamo, empolgando-me.

O quão bem ele manuseia uma espada? Elas ficam a se questionar, porém continuo a insistir.

—Joseph é o melhor guerreiro que já conhecemos. Seu pai é...

— Ele foi, Alex. Ele foi... um cavaleiro real da corte. —ele me corrige duramente— veja, não quero ser modesto, mas tudo o que eu sei aprendi com ele. Então eu espero ser útil.

Amaldiçoada - A Jornada Maldita VOL. IWhere stories live. Discover now