IV

109 37 58
                                    


Aimeé nos pede que fiquemos atrás. Ela se aproxima dele, fazendo menção ao mesmo e conversando com ele. A distância entre nós dificultou o entendimento de suas palavras, no entanto ela nos pede que nos aproximemos e isso dá a entender que está tudo bem. Quando o fizemos, ela passa a nos apresentar para ele.

— Meu lorde, permita-me apresentar meus amigos Joseph, Alex, Margot, Beatrice, Elyan e meu noivo, Audrey. Eu e ele somos os únicos com magia. Mas como já expliquei... nosso bebê... não sei se vamos sobreviver para descobrir. — Ela diz, com os olhos marejados— Por favor, nos dê uma chance, só precisamos de uma noite aqui. Depois não o incomodaremos mais. Só precisamos de uma noite em silêncio para bola . atmosférica um plano.

— Uma noite. — Ele responde, levantando de seu trono— É uma forma de agradecimento que posso oferecer por compreenderem os meus motivos para ter feito o que fiz. De todos, são os únicos que não me condenam. Espero que seu bebê seja um de nós. E que seja sábio assim como seus pais.

— Eu sei que ele será um incrível feiticeiro, assim como você. Obrigada por ser tão generoso, meu lorde. Significa muito para meus amigos, meu noivo, meu neném e para mim. — Ela diz, com um fantástico sorriso no rosto enquanto passa suas mãos por cima de sua barriga falsa, agindo como se de fato houvesse um neném ali dentro. Aimeé é excelente atuando.

Ao sair, todos nós fazemos menção a ele. Os guardas nos levam até nossos aposentos, isto é, onde iremos dormir. Quando entramos em nossos respectivos locais, sinto meu coração querer pular pela boca. O luxo é incomparável a qualquer outra coisa que já vi em toda a minha vida.

— Meninas... —digo, em relutância— não desconfiam da facilidade com a qual conseguimos isso?

— Eu sim. — Responde imediatamente Beatrice— se querem saber a minha opinião a respeito, eu diria que Garth está tramando algo.

— Ah, eu achei ele simpático. — Completa Margot.

— Você é ingênua. Qualquer um passaria por cima de você se pudesse. — Retruca Beatrice.

— Isso não é verdade!

E lá vamos nós de novo.

Margot e Beatrice se desentendem facilmente. E quase sempre, sou eu que fico entre as duas, na tentativa de impedir um confronto maior. Entretanto, dessa vez o nervosismo me para completamente e a única atitude que se passa por minha cabeça e pôr as duas mãos em meus ouvidos na tentativa de não ouvir aquilo.

De repente, como um sinal divino, entra no quarto uma moça com algumas roupas em suas mãos.

— O rei pediu para trazer isto. — Ela diz.

— Agradeça a ele por mim. — Aimeé responde, com seu sorriso infiel, aguardando a saída da mesma. Assim que ela o faz, ela se vira para mim e vai até a direção da imensa cama lá presente, pondo as roupas estendidas em cima de nosso futuro berço noturno.

Margot é a primeira a observar aquilo, abrindo sua boca em uma fantástica expressão de choque e rapidamente pegando um vestido de cor azul claro e o pondo frente ao seu corpo. Ela me olha com um enorme sorriso no rosto, tal qual retribuo.

— Não vai experimentar nada, Alex?

— Por mim tanto faz, Mar. O que sobrar eu uso... eu acho.

— Espere... é aqui onde a realeza se troca? — Ela diz, observando um anteparo feito de caixilhos articulado por dobradiças localizado no fundo do quarto.

— Eu conheço esse. —digo— O nome dele é biombo, você deve se posicionar atrás. Enquanto eu e Joseph morávamos juntos, o pai dele costumava falar muito sobre esse móvel.

Margot me observa calmamente e suspira, indo para trás do biombo. Logo posso ver as suas peças de roupa sendo colocadas na parte superior do mesmo e me viro, voltando meu olhar para o resto do quarto.

— Esses vestidos são tão bonitos, e olha que são simples. — diz Aimeé, estendendo outro. Dessa vez, de cor bege— Já que a Alex não quer experimentar agora, nos sobra apenas uma pessoa para escolher.

Ela diz, olhando para Beatrice, que bufa ao notar.

— Você tem noção do quanto eu sou desvalorizada pelos guerreiros dessa aldeia só por ser mulher? As pessoas não me levam a sério, Aimeé. Acha mesmo que vou conseguir um cargo importante frente aos batalhões de luta usando um vestido?

— Bea... Relaxa um pouco. — Digo.

Ela suspira.

— Tá bem. Eu estou com a Alex. Por mim tanto faz também.

— Tudo bem... já que é assim, vou ter que fazer um esforço a mais. Não que eu me importe, é claro. — Digo, levantando e indo até a cama, analisando os dois últimos vestidos presentes, vendo um de cor rosa e o outro de cor amarelada. Beatrice não tem afinidade com a primeira cor, e por esse motivo me vejo obrigada a deixar exatamente essa para ela usar. Em meio a um sorriso faceiro, seguro meu vestido amarelado e entrego a rosa para ela, observando sua impagável reação. É o divertimento do qual finalmente temos direito depois de tanto tempo de viagem.

Amaldiçoada - A Jornada Maldita VOL. IWhere stories live. Discover now