XXV

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Quando abro meus olhos, me surpreendo. Estou de volta à nossa casa. E em minha direção, logo vem Felicité, cuja imagem ainda parece um tanto quanto tremida e desfocada para mim, provavelmente devido ao turbulento processo que as divindades decidiram adotar para nos transportar no tempo e também nos lugares.

- Alex! Victor! Puxa, pensei que estivesse perdido vocês. -ela diz, se agachando e estendendo sua mão para mim, me ajudando a levantar- me conte, estou curiosa. O que aconteceu?

- Ela nos enviou de volta ao passado.

- Sério? - Ela pergunta, surpresa.

- Sim. - Respondo, ao olhar para Victor, que abre os olhos lentamente, pondo os cotovelos fixados no chão. Ele nos observa com desdém.

- Puxa, obrigada pela ajuda. - Ele diz.

- Não há de quê. - Respondo, evitando contato visual.

- Desculpe Victor, eu achei melhor não te acordar. -diz a bruxa, indo em sua direção o auxiliando da mesma forma que fez comigo. Ele então se aproxima de mim, não demorando muito para logo estar do meu lado.

Margot é a primeira que surge na porta da frente. Ainda sonolenta, ela me observa e logo abre um sorriso. É quando Felicité suspira.

- Vamos entrar. Estão todos os aguardando, eu acredito que seja melhor se contar para todos. -ela diz, pondo a mão em suas vestes, dando alguns passos à frente. No entanto, observa nós dois imóveis- desculpem, há algo errado?

- Não -minto, ainda pensando em tudo o que vimos instantes atrás e em tudo o que acontecera antes disso.

- Bom, de qualquer forma, eu irei na frente. Estaremos os esperando.

Ela sorri, ao dar as costas para nós. Suspiro ao ver o rapaz. No entanto, me espanto ao o ver tropeçar em uma pequena pedra a sua frente, quase o possibilitando de tornar-se adepto a cair no chão novamente.

- Victor, cuidado! -grito- não queremos que se machuque de novo.

Ele me olha confuso.

- De novo?

- É. Como ontem.

- Ah... você está bem, foguinha? Acho que bateu com a cabeça. Eu não me machuquei ontem. Nem sei do que está falando.

- Foguinha? - Pergunto em um levantar se sobrancelhas, desviando brevemente do assunto.

- É. Foguinha. Por causa do seu cabelo. Me remete a fogo. Logo, foguinha. Genial, não acha? - Ele diz, sorrindo empolgado.

Não, eu não acho. Mas admito que é engraçado.

- Eu não entendo como pode não se lembrar de ontem, você se machucou enquanto batalhávamos! - Tento explicar, já voltando ao foco do que falávamos antes.

- Espere, vocês batalharam ontem? - Ele pergunta, surpreso- E não me chamaram?

- O quê? Do que está falando?

- Deveriam ter me esperado. Ou ao menos me chamado, eu não estava tão longe assim, fui apenas tomar um ar. Puxa, fui apenas tomar um ar e perdi toda a diversão!

- Victor... essa é mais uma de suas brincadeiras, não é? - pergunto, já sentindo um leve indício de irritabilidade percorrer em minhas veias- não é possível. Me diga qualquer coisa que acreditarei, mas não me diga que não se lembra de ontem!

- Alex...ia. Eu juro a ti, por tudo que mais importa. Eu não estou mentindo. E não estou brincando também. Ontem eu estive na floresta durante a tarde inteira. Desde que conversamos sobre Beatrice.

Amaldiçoada - A Jornada Maldita VOL. IWhere stories live. Discover now