Capítulo 08

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Vamos o caminho até a lanchonete em completo silêncio. Fora me desculpar não tenho mesmo o que dizer, só resolvi vir com ele para não ter essa conversa com minha mãe bisbilhotando.

Quando chegamos sentamos em uma mesa um pouco afastada das outras, fazemos os os pedidos e ficamos nos olhando sem saber exatamente o que dizer. Até que ele começa em um tom baixo e sem jeito.

-Olha, Não entendi o que aconteceu Sophia, não sei porque você estava chateada comigo, não sei porque achava que tenho namorada. Só peço que me explique, eu gosto muito de você e não quero ver você estranha assim comigo.

abaixo a cabeça e tento pensar no que dizer, não posso falar que a Alicia me mandou as fotos.

-Então, o fato é que não aconteceu nada demais. Eu já me desculpei com você pelo que falei ontem, acho que foi apenas a bebida.

-Você ter bebido e ter passado mal é compreensível. Acho que você não é acostumada e isso acontece mesmo. Só quero saber essa história de namorada e porque você ficou daquele jeito.

Reviro meus olhos e depois escondo o rosto nas mãos. Ele ainda não entendeu!

-Eu só vi vocês na praia e achei que ela era sua namorada. Estavam juntos demais, não sei! só deu a entender que era.

Ele parece que para por um momento para analisar, então ergue a sombrancelha e sorri pra mim.

-Sophia, ela é minha amiga. Só isso!

vejo o rapaz trazer nossos pedidos e espero ele sair antes de continuar a conversa.

-Tudo bem, mesmo que ela fosse sua namorada, estaria bem também. Desculpa por ter falado daquele jeito com você e esquece isso Daniel.

Ele me olha fixamente e dá um meio sorriso, que não vejo motivo de estar grudado no rosto dele, então continuo tomando meu açaí calmamente e em completo silencio. Quando termino o nervoso parece ter se multiplicado e ficar aqui olhando pra ele dá uma queimação dentro de mim. E ele não para de me olhar, eu já estou suando frio de tão nervosa. Ele abre e fecha a boca algumas vezes antes de finalmente falar.

-Você está se sentindo bem? fiquei realmente preocupado ontem e hoje você respondeu a mensagem, mas, estava tão diferente.

-Sim, tudo bem Daniel, de verdade.

-Então está certo, se você diz.

-É, digo sim, vamos?

Ele levanta e me olha de um jeito esquisito.

-Vamos sim, vou pagar. Me espera ai!

-Okay. Paga o meu também?

Tiro o dinheiro do bolso e estendo pra entregar a ele. Que nega com a cabeça e diz não precisar. Então o vejo indo em direção ao caixa e faço como ele disse, fico apenas esperando.

-Pronto, podemos ir.

Ele segura minha mão enquanto me ergo e saio da cadeira, me afastando da pequena mesa. Parece que nesse momento que a mão dele toca a minha, ligam um interruptor dentro de mim, e passa uma corrente de energia tão forte que me arrepio inteira. Olho para ele e a única reação que ele esboça é quando faz uma cara de susto. Não falamos mais nada e em menos de cinco minutos chegamos na minha casa. O carro dele está estacionado na frente, me pergunto se devo novamente convidar ele à entrar, mas, antes de eu pensar em falar ele se aproxima de mim.

-Eu gosto muito de você Sophia - ele fala enquanto acaricia meu rosto e é tão gostoso que deito mais o rosto na direção da mão dele. - Por favor não fique assim comigo.

-Assim como?

-Assim, estranha, sem falar direito. A Kams não é minha namorada e eu não aguento mais ver você fechada, sem querer conversar comigo.

-Tudo bem e volto a dizer, mesmo que ela fosse, estaria bem também.

-Não estaria, quando achei que seu irmão era seu namorado fiquei louco e logo depois veio o Guilherme e enlouqueci também.

Levanto uma sobrancelha e tento me afastar um pouco, mas, sinto as suas mãos na minha cintura, tentando me aproximar dele.

-Eu gosto muito de você Sophia!

Ele fala isso olhando em meus olhos, parece que estou hipnotizada, dentro de mim parece que alguma coisa arde. Ao mesmo tempo me sinto mais leve.

-Também gosto muito de você!

Quase não termino de falar, quando percebo, a boca dele está na minha e suas mãos envolvendo a minha cintura. A sensação é tão boa que parece que senti isso a minha vida toda. Correspondo o beijo e passo os braços pelo pescoço dele. Tudo nele é bom e familiar.
















Então ele Chegou. (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora