O fim de semana passou voando e logo já era segunda-feira. Acordei cedo mais uma vez para ir a escola e rever meus amigos. Talita e eu conversamos praticamente a aula toda sobre o encontro com Derek. Liam e Leon ficaram apenas olhando para nós duas sem entender o porquê de tanto alvoroço. Ah, e não posso me esquecer de Mason, que iria faltar o resto da semana por causa da catapora que pegou de sua irmã mais nova.
Depois da aula Liam e Leon foram para o treino de lacrosse e eu fui para a clínica veterinária ver o doutor Deaton com Talita. Coincidência ou não, ela costumava trabalhar lá depois da aula como ajudante dele, cargo antigamente ocupado por Scott McCall, o antigo alpha da cidade. Porém como ele estava na faculdade de veterinária, o cargo ficou vago e Deaton convidou Talita para trabalhar.
Entramos pela porta principal da clínica. Um sininho tocou em algum lugar, anunciando nossa chegada. Havia um homem desesperado andando de um lado para o outro na sala de espera. Já íamos perguntar o que estava acontecendo quando ouvimos o rosnado seguido de um choro de dor do consultório.
– Vai ficar tudo bem. – disse Talita para o homem. E nós duas entramos na sala correndo.
Havia um Rottweiler deitado sobre a mesa com uma focinheira. Dr. Deaton tentava tirar alguma coisa de sua pata com a pinça, mas toda vez que o fazia o cachorro tentava atacá-lo ou fugir dali. Talita jogou a mochila no chão em um canto da sala e correu até a mesa.
– Talita, que bom que chegou. – disse Dr. Deaton. – Emily.
– O que ele tem, doutor? – perguntou Talita.
– Tem um caco de vidro enorme na pata dele, mas está difícil de tirar. O cachorro é muito bruto e está com dor.
– Deixa comigo. – disse Talita pondo a mão sobre o cão. Em seguida fez um sinal para que Deaton continuasse.
Quando Deaton tocou no caco de vidro com a pinça, um líquido negro começou a subir pelo braço da garota. Fiquei parada sem entender o do que se tratava, mas parecia que o cachorro não sentia mais dor. O doutor rapidamente retirou o caco de vidro e Talita retirou a focinheira.
– Calma, amiguinho, vai ficar tudo bem. – ela acariciava o pelo do animal que agora estava dócil feito um Poodle. Dr. Deaton fez um curativo na pata do Rottweiler e logo ele já parecia bem melhor.
– Prontinho, Thor. – disse Deaton ao cachorro. – Meninas, vocês podem tomar conta dele enquanto falo com o dono?
– Claro. – dissemos juntas. Deaton saiu do consultório.
– Cara, o que foi que você fez? – perguntei impressionada para Talita.
– Como assim?
– Aquele líquido preto no seu braço.
– Ah, aquilo. Nós lobisomens podemos tirar a dor de outras criaturas. – Thor lambeu sua mão parecendo agradecê-la. – E também podemos entender os cães. O sobrenatural nem sempre é ruim, Emily. Não é, lindinho? Quem é o bebezão? É o Thor, é?
Coloquei minha mochila no chão e arrisquei fazer carinho no cachorro também. Ele ficou quietinho. Meu pai e tio Dean talvez nunca concordassem com aquilo, afinal, foi o sobrenatural que tirou deles a minha avó, meu avô e as pessoas que mais amavam. Foi o sobrenatural o culpado por mudar o rumo de suas vidas.
– Thor! – exclamou o homem que antes estava na recepção entrando no consultório e abraçando o animal que lambeu seu rosto. – Muito obrigado doutor Deaton, não sei o que faria sem o senhor.
– Não foi nada. – disse Deaton sorrindo. – A Talita vai acertar o preço com você lá fora, ok? Tenha uma boa noite.
– Vem, Thor. – ele pegou o cachorro nos braços e o levou para o lado de fora. Talita foi atrás, deixando eu e Dr. Deaton sozinhos no consultório.
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Hybrid: Um demônio em Beacon Hills
Fanfiction[SUPERNATURAL/TEEN WOLF] Após resolver problemas com um metamorfo no Arizona, Dean, Sam e Emily (filha de Sam e da falecida Ruby) partem para uma pequena cidade ao norte da Califórnia chamada Beacon Hills, onde há suspeitas de casos sobrenaturais...