outubro de 2017
estou só, neste momento. apenas eu, a caneta e o papel. ouço vozes (que são reais) e entro na vida de outrém. não estou habituada a estar só entre 1500 pessoas. costumo ter sempre companhia. mas estar só é bom. penso em mim, estudo, escrevo. reencontro-me mais uma vez. sempre dependi dos outros. quis sempre ter companhia. mas cada vez mais percebo como alguns seres humanos são pessoas horríveis. horríveis, não digo. mas infantis, sim. acho que nesta idade já somos mais maduros. sabemos como levar com um "não". provaram-me errado.
dezembro de 2017
até me esqueci que isto existia. ando a escrever muito pouco ultimamente e não é nada bom para quem quer ser escritora. sinto-me tão perdida. esta pressão constante de outrém para decidir o meu futuro, ir fazer exames, mandar e-mails, cantar para imensa gente. mas quem é que teve a brilhante ideia que um ser humano de 17/18 anos consegue decidir o seu futuro? eu quero cantar, eu quero escrever, eu quero fazer filmes, mas sei que não consigo fazer tudo ao mesmo tempo. e depois, claro, a pressão de escolher algo que dê emprego. e como é óbvio, eu tive de escolher as três coisas que não têm grande saída. o 12.º ano para um aluno de música é a morte, pelo menos para mim está a ser. este primeiro período estudei 7 peças diferentes + uma para cantar a solo com coro e talvez orquestra. — cortem-me os pulsos, por favor — não sei como conseguem dizer que esta é a melhor altura da nossa vida. até agora é só sistema escolar a pôr pressão em cima de nós com exames, para mim, conservatório a pôr pressão em cima de mim com uma quase tese em que vou ter de cantar 9 peças em alemão.
acho que por agora chega. passem bem.
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thoughts.
No Ficcióncoisas insignificantes da vida de uma rapariga desde os 15 anos até à vida adulta.