Capítulo 27

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- Bom dia! - eu disse, fazendo Ana e Mike me notarem. 

- Bom dia. - Ana me olhou com o mesmo olhar de decepção da noite passada

- Bom dia, Vi - Mike estava perto demais de Ana Clara e eu quis morrer só de pensar que os dois teriam dormido juntos. 

Por longos minutos, o clima pesado e tenso que se instalou na cozinha poderia quebrar as paredes do apartamento tamanha pressão. Eu olhava de Ana pra Mike procurando algum sinal de que tudo que eu estava vendo era miragem, sonho. Mas no fundo eu sabia que não era. Eu comecei a me aproximar à procura do café, quando Mike foi até mim e me parou.

- Vi, a gente pode conversar? - Mike falou antes de eu me aproximar deles e saiu da sala indo até meu quarto. Eu o segui até meu cômodo e sentei na cama esperando ele começar a falar

- Olha, eu sei que você deve estar muito puta porque eu menti pra você. É óbvio que Ana estava comigo. Não na minha casa, mas eu estava com ela sim - ele deu uma pausa e eu arqueei uma das sobrancelhas

- E porque tu mentiu? Eu morri de preocupação a noite toda, Maicon. 

- Não me chama de Maicon, Vi. Deixa eu explicar. - Mike me olhou triste e eu cedi, desfazendo minha cara de brava - Como cê já deve saber Guto e Clarinha foram viajar. Aí eu fiquei lá na casa deles cuidando de tudo. Ana foi pra lá. Ela chegou chorando e eu nem soube o que fazer. Só deixei ela entrar e foi isso. Ela ficou chorando por um tempo que eu nem consigo te dizer, Vi. E eu fiquei desesperado sem saber o que fazer. Quando você me ligou, ela me pediu pra não dizer onde ela tava. O que você queria que eu fizesse? - ele parou e eu fiz menção de falar algo, mas ele voltou a falar logo que percebeu isso. 

- Quando Ana se acalmou, pedi pra ela me contar o que tinha acontecido. Eu nem precisei pensar muito. Só o olhar dela quando disse que viu Jaffar te beijando, já me disse tudo. Eu já entendi, Vi. Olha, eu nunca quis atrapalhar vocês, se eu soubesse eu nunca teria insistido tanto em Ana Clara. - A esse ponto, eu já estava chorando tanto, silenciosamente, mas intensamente lágrimas corriam pelo meu rosto. - Eu só vim trazer Ana aqui pra ver se ela não surtava de novo que nem ontem. Eu amo vocês, panquecaum! - ele disse vindo em minha direção e secando as lágrimas que estavam pelo meu rosto. 

- Agora que tu já acordou, eu vou lá pra casa. Trate de se acertar com Aninha. Tá? - eu assenti com um meio sorriso se formando em meu rosto. 

- Mike... - eu o chamei quando o vi saindo e ele se virou pra mim, um pouco assustado - Obrigada! - eu o abracei forte e ele retribuiu. 

Ele saiu do quarto e eu fui até a cozinha, finalmente beber aquele café com o cheiro tão bom. Logo depois eu ouvi o barulho da porta e constatei que Mike já tinha ido embora. Terminei de beber o café rapidamente e fui até o quarto de Ana. Bati uma vez. Nada. Bati duas vezes. Nada, de novo. Na terceira vez, bati e entrei logo em seguida. 

- Não precisa bater... que eu esqueci de me trancar - Ana disse meio cantando meio sussurrando e meu coração se derreteu. Ana se levantou da frente do teclado onde ela estava sentada e caminhou até mim, daquele jeito que só ela tem. Teu olhar já me dizia que eu ia ter a melhor reconciliação que ela podia me dar. 

A jabuticabeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora