Capítulo 15

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Vitória POV

Senti meu corpo se chocando contra a porta, assim como minha boca se chocou com a de Ana, quase no mesmo instante. Nossas línguas se entrelaçavam e parecia até que nossas vidas dependiam disso. Sua mão foi até minha nuca e puxou alguns cachos dali, me fazendo arrepiar. A senti sorrindo durante o beijo e aquilo foi como um incentivo para aprofundar ainda mais o beijo e unir mais nossos corpos. Sua mão saiu da minha nuca e começou a passear todo meu corpo, começando pela bochecha, passando pelos meus seios e parando, por fim, em minha cintura. Terminei o beijo com alguns selinhos e uma mordida no lábio inferior da morena a minha frente. O fôlego estava me faltando, mas meu sorriso não me deixava negar que se eu pudesse, ficaria o resto da vida com essa mesma falta de fôlego e excesso de Ana Clara. Olhei bem dentro de seus olhos e tudo o que quis foi senti-la, mas aquele claramente não era nem o lugar, nem o momento certo.

Ana me puxou novamente para um beijo, agora mais intenso, depois de recuperar o fôlego. Minhas mãos foram automaticamente em sua bunda e eu apertei de leve, e ela gemeu por entre meus lábios. Eu nos separei rapidamente e soltei um risada. Ana olhou pra mim, com cara de dúvida porém rindo também, e me abraçou. "Péssimo lugar pra querer te ter, não é mesmo, Ana?" Eu perguntei ao pé de seu ouvindo, a fazendo ter arrepios. "Nem tanto" Ana respondeu  num sussurro e eu a olhei sugestivamente, fazendo graça, e ela riu. "Bora volta lá com o pessoal" eu destranquei a porta do banheiro, a puxando pela mão, mas Ana me parou "Não gostei desse Jaffar" eu a olhei e sorri, apertando as bochechas dela e a prendendo num selinho rápido, já que já estávamos fora do banheiro e qualquer um poderia ver.

Ana POV

Voltamos pro bar e Vitória se sentou do meu lado. Senti os olhares de Jaffar caírem sobre o corpo de Vitória e senti meu corpo queimar. Roberta tinha ido pra casa, pois tinha ensaio de uma peça nova amanhã e Caíque estava de rolo com um boyzinho ali da balada, ficamos então apenas eu, Vitória, Enzo e Jaffar. "E então, Enzo, tu num terminou de falar do disco novo? Sai quando? O pessoal ta tudo arreado!" Vitória iniciou um assunto e, Jaffar ainda não tirava os olhos dela. Meus ouvindos se ensurdeceram e tudo o que eu queria era fazer com que Jaffar parasse de olhar tão fixamente pra mais nova ao meu lado. "Ninhaaaa, a música do panquecaum" Vitória gritou do meu lado, me despertando do transe e já me puxando pra dançar com ela em pé. A música era That's What I Like, do Bruno, e a música era praticamente o tema da nossa amizade com os garotos da OutroEu. A música me lembrava Mike, mas não de uma forma romântica, mas sim da mesma forma como a que eu me lembrava de Guto e Clara.

Sex by the fire at night
Lucky for you
That's what I like, that's what I like

Vitória cantou aos gritos quando chegou o refrão, apontando pra mim com um sorriso malicioso. Aquela garota era uma tentação!

Fomos nos aproximando conforme a música e quando vimos, já estávamos a centímetros de distância e Vitória dançava com os braços pra cima é o corpo desengonçado, em qualquer outro momento acharia engraçado, mas agora achava era sexy mesmo.

Música vai, música vem. Garrafas de cerveja ali e lá. Decidimos ir pra casa. Me despedi de Enzo com um abraço e ele sussurrou em meu ouvido "fica com ciúme não, Vitória gosta de ti mais do que você pensa" e aquela frase me fez sorrir. Porém, em contrapartida, quando nos separamos do abraço, vi Jaffar também sussurrando algo no ouvido de Vitória, com o sorriso estampado na cara e as mãos dele na cintura que minha mão contornava tão bem. Tentei não me importar, mas foi quase impossível.

Chegamos em casa exaustas. Era quase 3 da manhã e tudo o que eu queria era me aninhar em Vitória e dormir, mas aparentemente Vitória não queria saber disso. Ela ainda estava elétrica, apesar de aparentar o cansaço. Eu me joguei no sofá e ela botou uma das playlists de seu celular para tocar, enquanto dançava pela sala. Parecia uma criança de tão leve. Um anjo de tão linda. Via seu corpo se mover com tanta suavidade por entre os móveis da casa, o cabelo todo bagunçado se movendo junto com o corpo, igualmente suave. Vitória era linda. Não só por fora. Era linda por dentro. Ela emanava beleza. O mundo inteirinho ficava mais lindo com ela.

Me levantei e fui vagarosamente caminhando até ela. Quando me aproximei o suficiente, ela parou de dançar e me encarou, sorrindo e ofegante, pelo cansaço de estar pulando, eu sorri junto. Fiquei na ponta da pé, para alcançar os lábios da mais alta a minha frente e segurei seu queixo, sem tirar os meus olhos daquele Marte por um segundo sequer, e selei nossos lábios num beijo lento.

A jabuticabeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora