Já era sexta-feira e eu tinha que me preparar psicologicamente para as perguntas da Ylensa.Hoje vai ser uma péssima cessão, voltei do hospital agora pouco e ela provavelmente vai me repreender por saber que a culpa foi minha.
Eu só queria ter um pouco de paz, ficar sozinha. Mas meu verdadeiro propósito é me juntar a América onde quer que ela esteja.
Tomei um banho rápido e meu irmão me levou ao consultório, chegando lá eu fui diretamente a sala dela e bati na porta.
_Pode entrar Maju- ela disse com ânimo, nem entendi.
_Oi- eu disse baixo e me sentei de frente pra ela.
_Fiquei sabendo do ocorrido. Quer me contar o por que?
_Não-
_Tem certeza?-
_Tenho.
_Pra que tudo isso? O que te faz pensar que vai mudar alguma coisa?
_Você continua insistindo nisso mesmo?- eu disse olhando pro teto
_Sim, esse é o meu trabalho e é o que gosto de fazer.
_Ah gosta mesmo? Gosta de ver o sofrimento das pessoas?-
_Não gosto não, e é por isso que faço o que faço. Já você até agora não me deu um motivo pra fazer o que faz!- ela disse
_Tudo bem, já que insiste...
_Estou esperando você falar-
_América
_Ela é o seu motivo?
_É sim
_Um passo a frente.- ela anotou algo
_Para sua felicidade- eu disse ignorante
_Pelo contrário, para a sua.
Deixe-me te explicar o que acontece entre um psicólogo e uma paciente.
Existem as torres de transmissão da televisão, existem os canais de televisão, a Sintonia, as antenas e a televisão em si. As torres são sua vida, os canais de televisão representam seus pensamentos, eu sou o mecânico das antenas, as antenas são suas emoções e você é a Televisão.
Quando a televisão fica ruim, a primeira coisa que verificamos são as antenas. No meu caso, eu comando as suas reações e emoções a partir do momento que eu assumo a responsabilidade de te ter como minha paciente. Ou seja, você pode ter tudo, mas sem a Antena não funciona. Você pode ter tudo, mas sem a torre não funciona, você pode ter tudo, mas sem os canais não funciona. Um precisa do outro, e você precisa de mim para consertar suas antenas até que você possa usá-las como antes.-_Gostei da sua explicação- eu disse com mais ânimo-
_Obrigada, espero que tenha entendido para que eu sirvo na sua vida.
_Eu entendi.- eu disse dando um meio sorriso
_Tudo bem, sabe que assim que se sentir confortável pode conversar comigo a vontade que estarei aqui, não só como psicóloga mas como amiga também.
_Tudo bem, obrigada-
O alarme do celular dela tocou indicando que o nosso tempo acabou, em seguida ela disse "até a próxima" e eu sai da sala.
Chegando no portão de lá eu vejo Alex parado de carro. Ele me olha e me chama, eu vou até ele.
_Alex, o que está fazendo aqui?-
_Seu irmão não pode vir, eu vim-
_Como se isso fosse normal né-
_Entra aí Julieta
_Você acha que é meu Romeu? Está muito longe disso!- eu disse entrando no carro e fechando a porta.
Ele arrancou com o carro e ficou em silêncio por um tempo, paramos em um local muito bonito, parecia um jardim.
Depois de parar o carro ele me olhou por longos segundos.
_ O que está olhando?- eu disse curiosa
Em seguida ele me pegou pela cintura e me beijou, foi muito intenso... No começo eu não estava retribuindo, mas depois não resisti ele beijava super bem.
Depois disso ele disse
_ E agora Julieta, estou mais próximo de ser o seu Romeu?
YOU ARE READING
Número Desconhecido
Gizem / GerilimA História de como um simples "número desconhecido" pode virar sua vida do avesso