All In

Capítulo 6

Passei por um treinamento online ainda ontem a noite e pronto, agora eu só precisava ir a uma reunião no prédio da Starship. Viu? Bem fácil e bem melhor que servir mesas num salto desgraçado.
Ontem depois do jantar o clima entre Jooheon e Hoseok continuou tenso e fiquei preocupada, ainda mais agora que estava no meu apartamento e não entendia essa briguinha deles.
Me arrumo e saio de casa, mas no corredor vejo todos os meninos.
- O que vocês tão fazendo?
É Changkyun quem responde: - a gente vai contigo.
- É, além disso a gente tem que resolver uma coisa sobre as promoções - Era Shownu fazendo jus ao título de líder.
- Massa, a gente vai andando? - perguntei.
O prédio era muito próximo, então minha dúvida era justificada.
- Sim - Agora era Jooheon. Ele sorri um sorriso lindo e cruza um dos meus braços no dele. Vamos todos andando até o elevador, que lota com as oito pessoas dentro dele. Eu fico perigosamente perto de Jooheon, óbvio que ele ficou de frente pra mim de propósito.
- Nervosa pro primeiro dia? - Ele provavelmente tava me perguntando pra não parecer estranho, mas parecia, e a não ser que todos esses homens fossem incrivelmente lerdos, já dava pra ter sacado a parada toda.
- Não, eu sou muito boa em tudo que eu faço. - ele riu, mas eu falei sério. Apesar de desastrada e de sempre adiar os trabalhos da faculdade, faço tudo muito bem feito. A fucking verdade é que eu sou excelente.
Minhyuk puxa Jooheon pra trás e começa a falar comigo: - Depois que acabar a reunião procura a gente na sala de ensaio. Na sala de ensaio 2.
- Tá.
A porta do elevador se abre e nós saimos alegremente pelo hall. Andamos alguns quarteirões e nos despedimos.
Cheguei adiantada na reunião e fiquei esperando numa sala até que as outras três pessoas que chegaram. Depois chamaram nós quatro para uma sala.
- Eu sou o supervisor de vocês, me chamem de senhor Jung. Eu preciso dizer que vocês tiveram muita sorte de passar nessa seleção. Normalmente, ser uma staff do Monsta X leva muito tempo e esforço. Dessa vez aceleramos as coisas por que foi necessário e por causa de algumas indicações - essa última parte ele disse sorrindo pra mim, então sorri de volta, mesmo que parecesse afronta.
Ele explicou todo o procedimento do email outra vez e me chamou depois que todos foram embora.
- Senhorita Jagiya, você entende suas funções? - confirmo com a cabeça. - Não é porque você é amiga deles que pode esquecer seu trabalho.
- Eu entendo bem.
Ele se vira para sair e dá meia volta.
- Tem uma regra que não expliquei pras outras por não ver necessidade. Você mora ao lado deles, tem mais contato, conversa informalmente, provavelmente vai ficar mais próxima deles que todo o resto dos staffs.
- E qual é a regra?
Eu estava preparada emocionalmente e mentalmente, esperando o soco no estômago que vinh com as palavras dele.
- Sem envolvimento amoroso.
Engoli em seco. Comecei a rir.
- Não tem nem chance, senhor Jung, fique tranquilo.
A feição dele fica mais tranquila e ele sorri de volta antes de sair e me deixar sozinha e angustiada.

♤♡♤♡♤

Entrei na sala de treino 2 mostrando - pela primeira vez na vida - meu crachá de staff ao segurança. Eu nunca vou esquecer esse dia. Sniff.
Entro discretamente e sento no chão mesmo. Os meninos estão treinando uma coreografia tão concentrados que nem me veem pelo reflexo do espelho.
Eu observo cada um deles dançar e acho lindo demais esse conjunto de homens na minha frente. Quem tem mais músculos, quem sua mais, quem é mais alto, mais forte, tem as pernas mais bonitas, o rosto mais sexy... eu fiz tanto ranking mental que nem percebi quando a música acabou.
- Jooheon, - Hoseok começa a falar - tá fora do ritmo.
- E você tá muito melhor que eu, né?
- Aish - agora era Changkyun - Por que vocês tão brigando tanto, merda! Vão se amar assim numa cama.
Minhyuk me vê finalmente e declara: - Pausa pro lanche.
O rosto de Jooheon se ilumina quando me vê.
- Então, como foi? - Ele pergunta se sentando do meu lado. Os meninos olham com expectativa, esperando uma boa resposta.
- Foi ótimo.
"Sem envolvimento amoroso" ecoava por dentro.

♡♤♡♤♡

- Vocês podem ir na frente - Digo para os meninos que já se ajeitavam para ir na cafeteria. - Ainda tenho que pegar uns papeis, tudo burocracia.
- A gente te espera lá então - Kihyun se despede.
- Tchau - Hyungwon diz.
- Quer que eu vá com você? - Minhyuk se oferece.
- Não precisa, vai ser rápido, sério.
- E eu? Posso ficar com você? - Hoseok pergunta com o sorriso do "sim". Ele sorri e as pessoas respondem "sim" sem nem pensar. Simpatia e charme demais pra uma pessoa só.
Jooheon empurra Hoseok de leve.
- Ela recusou o Minhyuk, por que ela iria te querer?
- Quer mesmo que eu responda?
Jooheon o ignora e me diz "tchau" também.
Fico na sala sozinha. Passo cinco minutos respirando fundo antes de pensar em ir ao encontro dos meninos. "Sem envolvimento romântico". A gente se pegava e se gostava (e namorava em segredo), isso era envolvimento romântico?
A porta se abre quando eu estou pegando minha bolsa e levantando do chão.
- Ué, porque você voltou?
Jooheon sorri e me abraça forte.
- Eu queria falar com você e conversar direito, aí disse que tinha esquecido minha carteira e o celular.
Estava mesmo tudo no chão.
- Esqueceu de propósito, né? Safado.
Ele ri e no sentamos no chão outra vez.
- Como foi lá? - Ele pergunta de novo e agora não tem como esconder.
- Eu acho que... - Respido fundo - Que vai dar merda. Já pensou no que acontece contigo se descobrem a gente?
- Já.
- E aí?
- E aí o que? - ele dá de ombros - a gente asume e fica tudo bem.
- Não é fácil assim.
Ele me abraça de lado.
- A gente pode só ter cuidado e contar pros meninos, eles iam ajudar a gente.
Eu nego com a cabeça.
- Ainda é cedo.
Ele beija minha testa.
- Eu vou fazer do jeito que você quiser. - eu perverti essa frase, mesmo que fosse nosso momento mais fofo desde que a gente tinha começado esse rolo todo.
- Vai fazer do jeito que eu quiser? - Eu sorrio e beijo ele entre nossas risadas. Depois a coisa fica mais quente. Eu sento de lado no colo dele, envolvo seu pescoço com um dos braços e aprofundo o beijo. Ele fica ereto embaixo de mim.
- O que você quer fazer? - ele pergunta olhando meu pescoço.
Apontei pro espelho enorme a nossa frente e sorri maliciosamente. Ele levanta e me levanta me puxando pela cintura.
- A gente tem que fazer isso rápido - falo entre beijos. Não sei se ele me ouviu.
Ele me agarra outra vez pela cintura, me tira do chão e me leva até o espelho. Jooheon me beija profundamente, depois me vira. Fico de frente pro espelho, meus olhos encontram os dele por ali. Logo a mão dele segura meu pescoço e me morde ali, pelo outro lado. Jooheon definitivamente tinha uma tara deliciosa por pescoços, nucas, suportes de cabeça.
Ele agora desabotoa minha calça jeans e a desce até a metade da coxa. O olhar dele é tão intenso que é como se já estivéssemos transando. Apoio minhas duas mãos no espelho e me inclino pra trás.
Quando os dedos dele encontram minha vagina, mesmo por baixo da calcinha, sentiu o quanto eu estava molhada. Ele puxa a calcinha para o lado e me toca. Movimentos circulares insistentes me excitavam ainda mais.
- Jooheon - Coloco uma das mãos pra trás e agarro sua blusa com força. - Agora...
Ouço-o abrir o zíper da calça. Ele abaixa minha calcinha e entra em mim com força.
Controlo meus gemidos. Eu estou praticamente de ponta de pé enquanto ele mete em mim. Rápido, forte... ah... tinha que acabar logo, mas - caralho - Jooheon era tão intenso e pulsava tão grande dentro de mim...
- Aah- Hmm - Ele tampa minha boca com a mão. A visão dele nas minhas costas, minhas coxas descobertas, minhas mãos no espelho, e ainda mais que isso, ele gemendo, mesmo que baixo, os lábios entreabertos, os olhos em mim...
- Aah - eu gozo e ele vem em seguida. Nos separamos rápido e nos ajeitamos rápido, ainda ofegantes, cansados, felizes pelo gozo. Ele dá uma última olhada no espelho.
- Eu queria te ver com menos roupas.
- Depois a gente tenta, mas agora - dou um selinho nele e sorrio - a gente vai tomar café.
Saímos da sala de treino e vamos à cafeteria. O segurança não estava lá quando saímos, então era uma prova a menos contra nosso envolvimento.

♡♤♡♤♡

- Vocês vieram juntos? - Minhyuk pergunta e logo abana uma mão - Nah, não importa. O que cês querem comer?
Olhamos o cardápio, escolhemos e a atendente, babando por todos os meninos ao mesmo tempo, leva os pedidos.
- Nossa, ela ficou bem impressionada - Eu comento sem nenhuma pretensão específica.
- Acontece. - Shownu diz - Umas pessoas ainda reconhecem a gente.
- E quando não reconhecem ficam babando pelo Shownu, Hyungwon e Hoseok.
Os três riem, mas o sorriso de Shownu é menor. Eu nunca tinha reparado como ele tinha um rostinho de neném que podia ficar adulto e masculo em questão de segundos.
Aliás, todos eles eram assim, tinham essa fofura e sensualidade num nível fora do real.
- O que você vai fazer agora, Jagiya? - Shownu me pergunta.
- Agora eu volto pra casa e decoro a agenda de vocês.
Os pedidos chegam, mas a garçonete derruba um pouco de café na calça de Jooheon.
- Ai, como eu sou desastrada... - Ela pega um guardanapo na mesa e se abaixa para limpar. Era uma manchinha de café no meio da coxa, mas eu vi como ela olhava pra ele.
- Pode deixar. - Ele diz sorrindo constrangido.
- Não, deixa que eu limpo.
- *Caralho*, ele limpa sozinho. - Falo sorrindo. - É sério, não se incomode.
Ela me ignora e o chama para trocar de roupa lá dentro. Depois que ele recusa ela sai de perto e me fuzila com os olhos.
- Jagiya ficou bem irritadinha - Minhyuk provoca - *Caralho*.
- Eu meio que tenho que proteger vocês desses assédios ridículos, né? - Tomo meu café e faço careta ao descobrir que está amargo. Coloco um sachê inteiro de açucar, mecho e provo. Agora sim.
- Tem uma coisinha... - Hoseok se aproxima antes que eu possa dizer qualquer coisa e limpa demoradamente o cantinho dos meus lábios com o dedo, depois coloca o dedo na boca, provando o café indiretamente.
Dou uma olhada discreta para Jooheon, que cutuca seu pedaço de bolo encarando Hoseok fixamente.
Acabo logo de comer e levanto da mesa.
- Vou agora, gente. Até mais.
Todos me respondem com um até. Eu viro e me encaminho pra saída. Como vejo a moça de antes se aproximar, abro caminho, mesmo assim ela consegue derrubar um café inteiro no meu braço.
- Ah - Eu gemo de dor, estava queimando.
- Desculpa, desculpa.
- Tudo bem - finalmente saio de lá.
Se pensar bem, esse frio todo não vai atingir meu braço esquerdo. É, olha só que dia divino.
Paro na mesma loja de conveniências e pego uma pomada pra queimadura. Tinha sido superficial, só estava vermelho mesmo, nem parecia que ardia e me fazia querer morrer.
Anotei todos os compromissos dos meninos pelo resto da semana e revi os pontos do curso online.
O interfone toca.
- É o Hoseok, a gente pode falar com você?
Eu abro a porta e ele está sozinho.
- Ué, "a gente" quem?
- Eu só queria que você abrisse a porta. - Ele sorri nervoso. - Posso falar com você?
- Sim. - Respondo, mas só depois de um tempo em silêncio é que percebo que ele queria conversar DENTRO do apartamento.
- Quer dar uma volta? - Convido. Parecia estranho recebê-lo sozinha.
Me arrumo e vamos ao parquinho de antes, mas dessa vez sentamos num banco de concreto.
- Então, o que era?
- O que é, com o verbo no presente. - Ele respira fundo: - Você não precisa responder ainda.
- Responder o que? Nem perguntou nada. - E depois o povo me chama de lerda. A boca dele abre várias vezes. Ele hesita e recomeça.
- Eu acho que gosto de você, Jagiya.
Eu pigarreio, eu tusso, eu engasgo com o vento.
- Hoseok... Eu nã-
- Para, a pergunta era se a gente pode começar a namorar, mas não quero que você responda sem me dar o mínimo de chance.
- Mas, Hoseok, eu nã-
- Aish, Jagiya, por favor - Os olhos dele imploram.
- Tá - Me rendo com um suspiro.
- Você pode só me conhecer melhor, depois a gente vê.
Abaixo minha cabeça e olho pra cor opaca do banco em que estávamos sentados. "Hoseok, eu namoro o Jooheon, a gente se gosta, não insiste", era tudo que eu tinha que dizer. Respirei fundo.
- Hoseok - Começo ainda de cabeça baixa - eu nam-
Ele segura meu queixo com a mão e levanta minha cabeça. O olhar dele se concentra na minha boca e eu prendo a respiração. Puta que-
- Hoseok, para - eu peço com o coração descompassado. Ele avança mais e eu ponho uma mão em seu peito. - Não.