nove.

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Jackson ficou no chão por bastante tempo. No escuro, as suas lágrimas começaram a secar lentamente. Ele então permaneceu no chão, em silencio, apenas tentando processar o que acabara de acontecer.

Seu novo colega de quarto tinha vindo até ele, e pareceu ter acontecido a tanto tempo, em vez de apenas algumas horas atras.

Jackson respira fundo. Ele se sente tão mais aliviado agora que chorou. Foi como se ele realmente precisasse daquilo, como se seu corpo e mente implorassem por essa explosão.

Ele então situa-se de tudo o que aconteceu. Levanta-se devagar do chão, acende a luz e lentamente começa a apanhar suas roupas molhadas de leite.

— Arrg... – ele solta um ar pesado — Eu sou tão estúpido.

Sua voz é grave e cansada.

O modo como tratou o rapaz que estava apenas confuso e querendo-o ajudar foi devastador. Jackson estava se sentindo o pior ser humano naquele exato momento. Pedaços de vidros caíam enquanto ele sacudia as suas roupas.

— Que belo recomeço. – pensou enquanto terminava de apanhar as roupas.

Alguns segundos depois ouve-se a porta do quarto abrir depressa. Jackson levanta rapido sua cabeça com o susto.

Era Jinyoung, e ele não parecia nada simpatico.

Os dois se encararam por alguns instantes, ate que voltam a fazer o que estavam fazendo. Um clima pesado tomou conta do quarto.

Jackson tem as palavras presas na garganta.

— Ji-Jinhoo...

— É Jinyoung. – o estudante de línguas fala com o maxilar travado. Ele está arrumando a sua estante, e não olha para Jackson um segundo sequer. No momento ele acha o colega de quarto tao repulsivo quanto pessoas que não organizam livros por ordem alfabética.

— Jinyoung, ok. – Jackson fala baixo — Me perdoe pelo o que aconteceu. Eu realmente, huh... Eu realmente nao sei o que aconteceu.

Jackson olha para as costas de Jinyoung com um olhar inchado e cansado, querendo sinceramente ser perdoado pelo o que fez.

— Nunca algo desse tipo me acontecera antes, foi realmente humilhante, eu estava apenas querendo ajudar-te. – Jinyoung fala ainda virado para a estante e Jackson franze as sobrancelhas com a insistência do colega de quarto em ser tão culto com as palavras.

— Me desculpe, eu juro, não sou o tipo de pessoa que grita com as outras, eu só... estou tão estressado, foi uma crise, por favor entenda. – Jackson pede mais uma vez, sua voz implorando.

Jinyoung então para o que estava fazendo e respira fundo. Ele pareceu entender o que Jackson disse.

— Nós começamos com o pé esquerdo, por favor, sou tão grato a você por ter me ajudado mais cedo na recepção, você não merece ser tratado do modo como o tratei.

— Porque você fala tanto? – Jinyoung então virou-se e falou. Jackson ficou parado o olhando, e segundos depois que os dois ficaram se encarando, Jackson resolve reverenciar-se para o colega de quarto, lembrando-se do tempo em que morara no país e as pessoas faziam isso constantemente para pedir desculpas.

— Meu deus por favor levante-se. – Jinyoung fala segurando-se para não rir da situação brega em que se encontra.

— Por favor me perdoe. – Jackson pede como se Jinyoung fosse algum tipo de comandante. O outro não consegue segurar o riso.

— Eu não vou conseguir te levar a sério se você de repente se comporta como se estivesse no exército. – Jinyoung não aguenta e sua risada toma conta do quarto. Jackson então volta a endireitar-se e percebe um Jinyoung sorridente a sua frente, com a mão na frente da boca e seus olhos tão apertados que pequenas, mas charmosas rugas se formam em seu rosto.

— Isso é um sim? – Jackson sorri, ele fica realmente contente em ver Jinyoung tão confortável.

Jinyoung põe as mãos nos joelhos, aquilo não foi tão engraçado assim mas ele achou que foi. Era o que Jackson pensara, e sinceramente achou adorável.

— Sim, está tudo bem. – Jinyoung então recupera-se do breve surto de risos e sorri simpaticamente para Jackson.

the answer » markjinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora