dezesseis.

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Jackson encara sem emoções o pequeno celular nas suas mãos. Seus cotovelos estão em cima dos seus joelhos e seu peito sobe e desce sem nenhum padrão de respiração. Era como estar em baixo d'água. Todos os sons e vozes vindos de fora estavam praticamente inaudíveis.

"O que acabou de acontecer?" pensara ele. De repente, se sente envergonhado, se deu conta de onde estava, e que não estava sozinho. Existia alguém na sala, que o olhava sem piscar os olhos. Imaginou ele como deve ter sido constrangedor para ela ver um estranho que não fala a sua língua berrar e chorar ao celular bem na sua frente, por mais de duas horas.

— Aqui estar o seu... celular. – Ele levanta e anda até a mesa onde uma moça de longos cabelos escuros vestida num uniforme totalmente cinza está sentada. Ele entrega o aparelho com enorme vergonha no olhar e a moça apenas pega o celular, reverenciando para Jackson com a cabeça.

Desde que chegara ao dormitório na noite passada, mesmo antes antes de fechar os olhos para dormir Jackson estava pensando em como faria essa ligação. Ele queria ouvir a voz de Mark, ele precisava. Por mais insano que tenha sido viajar para o outro lado do mundo sem avisar a ninguém, não da pra esquecer e deixar pra lá assim tão de repente alguém que ele tanto ama. Alguém que não sai da sua cabeça um segundo sequer.

Ele planejou o que diria, como diria, mas nada do que ele pensou foi útil. A conversa tomou um rumo totalmente contrário do que o que Jackson planejara, e só foi ficando pior a cada segundo. Foi como pular numa piscina com gelo, como se seu corpo finalmente tivesse chegado ao chão depois de tanto tempo no ar.

Ele mal podia acreditar que aquela ligação e tudo o que Mark falou era verdade. O namorado realmente não deu a mínima para o que Jackson havia feito, desde o início até o fim da ligação Mark deixou explícito como ele sairia perdendo, fazendo do drama particular de Jackson o seu drama.

Foi terrível. Jackson estava totalmente arruinado por dentro e ele não conseguia sorrir nem de brincadeira.

O pátio agora está mais vazio. O horário está próximo do almoço, e sua barriga ronca alto quando ele pensa.

Ele caminha até a porta, e decide sair para comer alguma coisa. Não é como se ele tivesse algo pra fazer, então apenas caminha lentamente pela calçada, sem pensar em absolutamente nada, apenas um corpo andante.

A rua estava tão cheia de gente pra todo lado. As pessoas conversam alto e os carros parecem nunca se mexer presos em um engarrafamento. É incrível como cada parede de cada casa construída naquela rua pertence a mais de um prédio. Elas são realmente grudadas umas nas outras e existem tantas lanchonetes e restaurantes, Jackson não conseguia se decidir.

Ele chega até o fim da rua e os únicos lugares que oferecem comida são um McDonald's que Jackson está cansado até de ler o nome, e uma pequena mas aconchegante loja de donuts na esquina do outro lado.

De longe, olhando para dentro da loja de donuts ele observa um alguém familiar, andando de um lado pro outro, com um avental na cintura, apressado para atender todos os clientes. Era Jinyoung.

Jackson apenas respirou fundo. "Uau...ele realmente trabalha duro" pensou, e como que por impulso, atravessou a rua a caminho da loja.

the answer » markjinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora