The Heart of a Cat

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- Merda! – esbravejou Michael socando o travesseiro da cama.
Tinha saído da casa de Luke sem nem ao menos dar uma conclusão naquela maldita briga. Detestava esse tipo de coisa, ainda mais quando ela ficava martelando em sua cabeça. Olhou para o relógio; eram oito e meia da noite.
- Quer saber... – falou para si mesmo puxando o celular do bolso – Eu é que não vou ficar sozinho hoje; culpa dele.
Digitou um dos números de sua agenda e esperou alguns toques até ouvir a voz feminina do outro lado alegre no meio de uma das boates da cidade; iria para lá se encontrar com ela.
Saiu do mesmo jeito que chegou; calça jeans um pouco rasgada nos joelhos e desfiada nas pontas, blusa branca e jaqueta de couro preta, acompanhando o velho par de coturnos. Enfiou um maço de cigarros no bolso e foi andando até o local, pois não tinha a menor vontade de ficar ouvido o sermão daquela mulher por sair de lá dirigindo bêbado. Afinal provavelmente acordaria na casa dela...
No meio do caminho, porém, ainda foi surpreendido ao começar a pensar em Luke. O garoto havia acabado com sua paciência. Estava sendo bem legal com ele; indo aos poucos, fazendo-o se acostumar. Porque ele insistia em fazer esse tipo de coisas? Em discutir por motivos tão idiotas? Ninguém os vira então não havia problema! Ele era um fresco, isso sim! Já tinha se cansado de tanta firula.
A música da boate começou a se fazer mais alta que seus pensamentos quarteirões depois. Viu a fila, um tanto quanto grande, mas sua velha amiga já o esperava na porta VIP, acenando ao vê-lo de longe alegremente.
- Mike! – falou a mulher de cabelos longos e loiros abraçando o outro – Há quanto tempo, achei que tinha se esquecido de mim.
- Só por um tempo, sabe como eu sou Aleisha, gosto de maltratar. – sorriu dando um beijo no rosto da mulher, que riu com ele.
- Sim eu sei. Vamos. – puxando-o pela mão Aleisha o levou até a tal porta VIP, maior do que a de entrada normal, fazendo Michael sentir-se importante.
Mostrando um pequeno cartão preto, logo deram passagem a ela e seu acompanhante, onde se depararam em um corredor pequeno, e em seguida, adentraram na animada boate, tocando a música meio Techno e quase todos dançavam na pista, o resto se agarrava pelos cantos, ou enchia a cara.
Subiram para a parte mais calma onde os casais entregavam-se a carícias mais intensas. Sentaram-se numa mesa de canto pedindo duas bebidas. Ante delas chegaram, Michael já se aproximava da mulher.
- Então, o que fez de bom sem mim nesses tempos? – perguntou com o sorriso já quase a beijando.
- Sabe como é a vida. Continuei com meu trabalho, e de vez em quando brincava de tiro ao alvo com sua foto na parede da minha casa.
Michael soltou uma risada batendo a mão em seu joelho; Aleisha era engraçada, e sabia como se divertir, além de nunca levar as coisas para o pessoal.
- Quer matar o tempo perdido então? – alisando os ombros dela, a chamou para um rápido beijo, pois ela se ergueu em seguida.
- Quero ver se você ainda sabe dançar. – falou o puxando para a pista.
Indo sem protestar, os dois começaram a chamar a atenção bem rápido, afinal, tinham lá seu charme e sabiam ser sensuais, e Aleisha não era boba nem nada. Usava aquele vestido estilo tubinho com a abertura nas costas e a bota de cano alto preto porque sabia que podia. Sem contar que Michael era também bastante atraente, e os olhares tanto de mulheres quanto de homens, babavam encima deles.
Num repentino puxão, Michael abraçou a mulher fazendo-a enroscar os braços no seu pescoço, e começaram assim a mover-se no ritmo da música. Agarrara a cintura dela enquanto descia a cabeça para um beijo. As coxas grossas e torneadas de Aleisha roçavam por entre as de Michael, rebolando, subindo e descendo. Ficaram assim um bom tempo, até a música trocar de ares, e cansados, irem até a mesa tomar as bebidas e se prepararem para o outro round.
- Isso foi divertido. – comentou Michael tomando a bebida amarela do copo num gole só.
- Sim, verdade. – Aleisha deu algumas bicadas em seu copo, e o repousou na mesa. Olhava para Michael como numa espécie de análise, até soltar um risinho de canto de boca. Deu outra golada, e falou chamando a atenção dele – Então, qual é o nome dele?
- Hã? – Michael voltou o rosto que estava de olho na pista de dança para ela numa expressão de dúvida – Do que você ta falando?
- Ora, não se faça de bobo Mike... Eu te conheço. Seu corpo está presente, mas essa sua cabecinha linda está viajando em outro lugar, então eu te pergunto: qual é o nome dele?
- Ta ficando maluca mulher?! – quase esbravejou, mas como o barulho era alto, não saiu nesse tom.
- Michael... – ela disse tomando um ar mais sereno e o encarando o mais profundo que podia em seus olhos – Quando estávamos na pista, o máximo que você fez foi me dar uns beijinhos enquanto dançávamos. Se não fosse por essa outra pessoa em quem você tanto pensa, já teria agarrado minha bunda e meus peitos umas quinhentas vezes, e agora, estaríamos soltando gemidos na cama da minha casa e não tendo essa conversa, afinal, você sempre foi de mais ação e menos papo.
Os globos verdes de Michael arregalaram-se para murchar em seguida, virando-os para o lado. Aquelas palavras atingiram direto no meio do seu peito como se fosse uma pontada, fazendo-o relembrar-se da figura estranhamente sorridente de Luke, como uma foto impressa na sua mente. A briga se repetiu mais uma vez, e agora só conseguia pensar em como queria ver aquele garoto teimoso! Merda! Estava assim tão na cara?!
- Isso é uma novidade para mim. – falou a mulher terminando sua bebida e pedindo outra.
- Como assim? – perguntou já se rendendo, e sabendo que aquela noite terminaria com uma boa e longa conversa entre eles; nada mais.
- Você sempre foi cheio de si Michael, e agora está com essa aparência que todo bobo apaixonado fica.
- Apaixonado?! – exclamou agora se sobressaindo mais do que antes – Ta falando merda, Aleisha.
- De boa Michael, você não está em posição de reclamar nem negar isso.
Ele se calou apertando o vidro do copo, quase o trincando. O silêncio foi uma boa resposta vindo dele; para Aleisha, que continuou.
- Me diga uma coisa: se eu te perguntasse agora para pensar em um lugar onde você gostaria de ir, qual seria?
- Mas hein?
- Para de enrolar e responde logo!
- Eu não sou um dos seus pacientes.
- Fique feliz, assim eu não cobro hora. Responde.
A luz da pergunta veio rápida, surpreendendo um pouco ele, que disse em seguida:
- Minha faculdade.
- Certo. E quem seria a primeira pessoa a aparecer nesse lugar? 
O cabelo loiro surgiu de imediato, como uma visão no meio dos prédios caminhando perto dele. Corou um pouco as bochechas relutando em dizer aquilo à sua “psicóloga particular.”
- Seria... Seria uma pessoa... Com quem eu tenho... – parou diminuindo o tom da voz.
- Com quem você tem?... – repetiu Aleisha fazendo um tom de voz mais bobo.
- Com quem eu tenho saído! – falou de vez quase gritando na cara dela.
A mulher riu pegando o novo copo e tomando outra golada.
- E me diz: a sua faculdade tem alguma coisa a ver com essa pessoa?
- Ele... Ele... Ele estuda lá...
Aleisha riu colocando as mãos na barriga vendo o cenho de Michael se trancar, e sabia que se não fosse pelo pouco de cavalheirismo que ele tinha teria levado um soco.
- Ta aí sua resposta, Mike.
- Resposta de que?! Até agora você só fez perguntas idiotas e sem sentindo para mim! Eu to boiando aqui!
- Veja bem. – ela ajeitou-se no banco para melhor expor a sua explicação – Estávamos numa conversa sobre essa tal pessoa em quem você pensa. Depois te perguntei sobre um lugar qualquer: você disse logo de cara a faculdade; onde coincidentemente ele estuda. Daí foi justamente ela a primeira pessoa na qual você respondeu para estar lá. Logo, meu caro, a resposta é óbvia: você está apaixonado por ele, e é tapado demais para perceber isso.
- Chega! – esbravejou batendo a mão na mesa e levantando – Eu me conheço muito bem para saber que isso tudo não passa de uma suposição de merda vinda da sua mente de psicóloga que pensa saber de tudo! Para de se meter na minha vida!
- Só estava tentando prestar um favor a um velho amigo, não leve isso tão á sério. Se me enganei, desculpe-me. – rebateu com uma notória calma, bebendo de seu copo; a mulher parecia mesmo conhecê-lo muito bem.
Passando a mão sobre os cabelos e jogando-os para trás, Michael finalmente se acalmou, sentando mais uma vez.
- Vou pra casa. – disse pouco tempo depois.
- Tão cedo? É meia noite ainda.
- Tenho aula amanhã.
- Desde quando você é tão responsável?
- Desde que você começou a ser inconveniente.
Aleisha sorriu, terminando sua bebida.
- Okay. Quando precisar de um encontro desses de novo, me liga.
Bufando Michael jogou algumas notas na mesa saindo dali batendo o pé. Chegou a ouvir uma ou outra risadinha de Aleisha antes de partir, e então seus passos ecoavam pela rua, ainda ativa nos bares, clubes e boates; onde ele gostaria de estar agora não fosse a intrometida daquela mulher. As mãos de Michael estavam enfiadas no bolso da jaqueta, e as feições agora sérias, permeavam sua cabeça de perguntas mal resolvidas.
Luke era o que para ele? Gostava de beijá-lo, gostava do corpo dele, gostava daquela cor de cabelo diferente, gostava daquele jeito hora audacioso, hora submisso. Gostava da voz dele, e do sorriso sincero. Gostava... Gostava de Luke? Chutou uma pedra para longe ao chegar ao meio do parque. Queria gritar, mas tinha o mínimo de noção de ridículo. Estava confuso de novo. Merda. Não sabia o que queria de Luke, mas nesse instante, de uma coisa tinha certeza:
- Eu quero vê-lo... – falou respirando fundo.
Olhou para os lados constatando não ter ninguém por perto. Caminhou apressado para o meio das árvores que encobriam o parque e ficou perto de alguns arbustos. Conferiu novamente os arredores e tendo certeza de estar sozinho, fechou os olhou, recitando uma espécie de mantra. Aos poucos o corpo grande e forte foi se diminuindo, ganhando um aspecto mais animalesco. Os pelos dos braços cresciam apressados, junto com o cabelo, tomando uma tonalidade esbranquiçada. As unhas viraram garras, e no instante seguinte, a figura do pequeno gato branco e olhos extremamente verdes, brotava no meio do verde daquele parque.
As patinhas começaram a correr apressadas pelo meio da calçada subindo em alguns muros, saltando numa altura um tanto quanto desafiadora para um felino comum. Os passos eram silenciosos, e quando menos percebeu, tinha chegado ao bairro de Luke.
“Agora, qual é a janela do quarto dele?” Pensava o bichano, observando a casa. Ao encontrá-lo, escalou o muro, até o poste de luz, tendo cuidado para não acertar os fios. No ligeiro salto parou silencioso no parapeito da janela aberta, vendo o rapaz loiro dormir um pouco enrolado na coberta; ainda usava as roupas de quando ele saíra de lá. Pode ver também em volta de seus olhos uma pequena área vermelha, como se tivesse chorado um pouco. “Merda garoto! Porque você só complica as coisas?!”
Michael chegou a deitar um pouco seu pequeno corpo na janela sentindo o frio vento da madrugada o incomodando. Resolveu por fim descer até a cama de Luke, torcendo para ele ter o sono pesado; por sorte o tinha. Os braços do loiro estavam esticados para o lado de fora da cama. Esgueirando-se por debaixo do antebraço de cima, Michael ajeitou-se até ficar com o rosto de frente para o dele. Viu a expressão tão serena e calma do garoto adormecido. “Ele fica bem bonitinho calado.”
Encostou rápido seu nariz no dele vendo o cenho de Luke franzir por conta do gelado focinho. Lambeu em seguida com a pequena língua os seus lábios, acocorando-se em seu peito, e ajeitando a cabeça no meio de seu pescoço. Queria dizer um bando de coisas à ele, mas agora apenas sentia uma vontade tremenda de ficar perto do garoto. E isso o deixava receoso; afinal de contas, o que diabos estava acontecendo com ele?! O que queria de Luke?! 
A madrugada e uma insistente dor de cabeça o deixaram com sono, e o pequeno gato logo dormiu, junto do garoto.
Lule coçou um dos olhos bocejando quando o despertador tocou. Apertou a parte de cima do aparelho o desligando. Viu a manga comprida da blusa vermelha; tinha dormido sem trocar de roupa. Precisava de um banho. Tentou se levantar, mas sentiu algo o prendendo. Ainda sonolento, levantou a coberta vendo um braço envolvendo sua cintura. Espantou-se e se voltando para trás deu de cara com o rosto de Michael recostado em seu travesseiro, o abraçando, e dormindo.
- AHHH!!! – berrou de imediato, caindo da cama e apontando o dedo para o outro quando já se encontrava no chão.
- Barulho... – resmungou Michael com a voz rouca, tampando os ouvidos.
- O-o-o-o que você ta fazendo aqui?! – perguntou ainda alterado.
- Hmm? – Michael se espreguiçou agora já desperto, sentando-se na cama – Eu entrei aqui de noite... – respondeu com o rosto mais natural do mundo.
- Como?! A porta tava trancada!
- Eu entrei pela janela.
- Mas fica a uns sete metros do chão!
- Eu escalei.
- Não tem escada ou lugar para isso!
- Foi pelo poste, quando estava na forma de gato.
Luke levou alguns segundos para processar a informação. Okay, ele se transformou num gato e escalou até aqui...
- E você vê isso como uma coisa normal?! E mais: você pode ficar usando seus poderes pra esse tipo de coisa?!
- Os poderes são meus, eu faço uso deles quando preciso. Eu tava a fim de te ver e vim até aqui.
- E você... Você... Você dormiu comigo... – as preocupações de Luke começavam a se tornar mais evidentes, até Michael o interromper.
- Eu só deitei na cama e apaguei te abraçando.
Respirando aliviado Luke se recompôs, ficando de pé, agora com as feições mais sérias.
- Quem te deu o direito de entrar aqui?
- Pronto. Vai começar.
- Isso é serio! Que tipo de pessoa invade assim o quarto de outra?!
- Primeiro, eu não sou um estranho, e segundo não fiz nada de mais!
- Mas isso é uma invasão de privacidade!
- Porra Luke, vai querer brigar de novo?! Já disse que só vim te ver!
- Então da próxima vez faça como uma pessoa normal e pelo menos ligue ou algo do tipo!
Michael se levantou bufando e como sempre quando ficava nervoso, jogou seu cabelo para trás. Luke estava complicando as coisas de novo. Era tão ruim assim querer vê-lo?!
- To indo embora. – falou indo até a porta.
- Não acha que se sair agora minha família vai estranhar?
O maior parou antes de girar a maçaneta respirando fundo pela razão do menor; não, ele não iria admitir derrota.
- Quer que eu pule pela janela? – perguntou irônico.
- Ué, já entrou aqui assim. – respondeu o menor, fazendo-o ficar mais irritado.
Sem obter uma resposta dele, Luke passou a frente dele abrindo a porta.
- Me deixa ver se eles já levantaram daí você sai.
Fora do quarto Luke viu Jack sozinha na cozinha, ouvindo a música do rádio. Talvez desse para passar sem que ela percebesse. Fez um sinal para Michael descer, e já abrindo a porta, o empurrou sem dizer nada, saindo junto dele.
- Satisfeito? – perguntou o maior.
- Não se finja de coitado Michael, você quem procurou isso, agora com licença, preciso entrar e me arrumar para a aula.
- Espera! – falou segurando o braço do loiro o impedindo de abrir a porta.
Luke o encarou com as sobrancelhas arqueadas, visivelmente irritado com aquilo.
- Vai ficar assim até quando?! – indagou Michael.
- Até você se ligar melhor das coisas que faz!
Puxando seu braço com força, o menor entrou em casa, deixando Michael sozinho. Ouviu de novo os diversos palavrões, e foi até a cozinha dar bom dia a sua irmã.
“Se queria tanto me ver...” Pensou. “Porque não ligou?! E porque não se desculpou por ontem?! Até parece que não sabe que minha família mora comigo... Agindo sem pensar nos outros. Ele é um idiota..."
No ponto de ônibus Michael cerrava os dentes mais nervoso do que ontem com toda essa situação. Primeiro foi a briga com Luke, depois a conversa nem um pouco agradável com Aleisha, e agora essa outra discussão. Perfeito! Foi indo emburrado até sua casa, tomar um banho e tentar ir á aula para espairecer um pouco.
- Quem morreu? – perguntou Louis a Luke ao ver sua cara de abatido na entrada da faculdade.
- Oi Louis... – falou o garoto sem nem prestar atenção no que dissera.
- Caramba a pancada foi forte hein?
- Hã?
- Essa sua cara de peixe morto! O que houve?
Debaixo dos olhos do loiro, duas pequenas olheiras se formavam devido a forma agitada pela qual havia despertado. Sentia-se envergonhado para admitir isso, afinal, não era como se fosse normal acordar ao lado de outro homem em seu quarto. Além disso, estava com raiva por Michael ter resolvido se meter em sua casa à noite e ficar na sua cama sem nem pedir permissão, sabendo que ainda estava puto com ele.
- Noite mal dormida... – mentiu bocejando em seguida – Nada de mais, logo estou bem.
Ele tentou formar um sorriso, mas Louis foi mais rápido colocando o braço em volta de seu pescoço.
- Você precisa ir à uma festa; F-E-S-T-A!
- Não sou muito chegado á multidões...
- Vai ser divertido, tem uma rolando hoje na casa de um amigo! Vem assim você esfria a cabeça.
- Acho melhor...
- Anda garoto, você ta me devendo uma saída! Vive um pouquinho, e aproveita que ainda estamos na primeira semana de aulas.
Um tanto relutante Luke acabou concordando, afinal, precisava mesmo mudar de ares e quem sabe conhecer outras pessoas. Num instante era como se tudo rodasse em torno de Michael. Ainda estava chateado com ele, mas acima de tudo tinha de resolver essa briga. Queria saber por que ele tinha ido até seu quarto naquela noite se mal estavam se falando. Precisava saber o que Michael sentia por ele afinal de contas! Louis continuava com o braço em volta de seu pescoço caminhando com ele até a sala, comentando da tal festa, e explicando-lhe o endereço; até pareciam já ser velhos amigos assim.
É, realmente, o loiro tinha de tirar da cabeça essa necessidade absurda de ficar perto de Michael, por mais difícil que fosse.
Longe dali os observando, um homem de cabelos azulados chegava à entrada da faculdade. As unhas machucavam a palma de sua mão devido à força com a qual fechava o punho vendo Luke e Louis caminhando e rindo juntos daquele jeito tão próximos.
- Quem é o filho da mãe!?... – perguntou Michael para si mesmo. E antes de persegui-los ouviu o sino de entrada, e logo estavam fora do seu campo de visão.
Frustrado, caminhou até os prédios pensando em mil maneiras de dar um soco na cara daquele homem... Quem ele pensava que era para ficar assim tão íntimo de Luke dessa forma?!
Parou por uns segundos antes de entrar com os globos arregalados, mordendo o lábio inferior. Isso era... Ciúme?

Lucky Cat • Muke • LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora