Lembranças (parte 2)

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   - Você está enlouquecendo Will!? - perguntou Senhorita Elisabeth.

   - Como assim? Não estou lhe entendendo. - estava um tanto confuso o professor.

   - Eu vi seus projetos no laboratório. Isso é loucura!

   Kitto, Scotty e Peter pararam de brincar e ficaram ouvindo a conversa atentos com aqueles grandes e puros olhos esbugalhados de crianças.

   - Não é loucura. É ciência. É uma esperança.

   - Isso é impossível!

   - Tudo é impossível até que alguém prove o contrário.

   - Sem filosofia no momento Will. Isso é muito arriscado, onde vai achar gente de confiança pra isso?

   Ele ficou calado a encarando até ela virar o olhar aos filhos dele e perceber quem seriam as cobaias para o experimento.

   - Will, por favor, não me diga que é o que eu estou pensando!? - perguntou Senhorita Elisabeth voltando seu olhar para o professor.

   - Papai, do que ela está falando? - perguntou Kitto ficando do lado de Will.

   - Papai precisa ter uma conversa muito séria com vocês dois, pode ser? - disse Will a pondo em seu colo e se virando para Scotty e Peter.

   - Sim papai, o que houve? - perguntou Scotty atento no que ele iria falar.

   - Eu tenho passado muito tempo no meu laboratório trabalhando em um grande projeto, um projeto que irá revolucionar todo o mundo. Bom, vocês sabem que a muito tempo os Beatos estão literalmente fazendo a festa - disse ele e ergueu as mãos de Kitto e as balançou -, mas infelizmente, os Hominum não foram convidados, e sabe de onde vem o recurso da festa deles?

   - Dos Hominum? - perguntou Scotty.

   - Exatamente. Eles estão de aproveitando e se achando superiores por terem poderes e nós não e acabam usando de nossos esforços para sua felicidade, isso é errado, isso é preconceito. Eles são maus. Temos que fazer algo.

   - Fazer o que papai? - perguntou Kitto levantando a cabeça para o olhar nos olhos.

   - É exatamente nesse ponto que eu queria chegar. Esse é meu projeto. Criar de Hominum, ciborgues que protegerão os normais desse beatos corruptos. Que eles possam trazer a paz a esse mundo novamente. E vocês dois me deram a resposta a última pergunta que eu tinha para terminar esse projeto.

   - Nós? Como assim? - perguntou Kitto.

   - Eu precisava de organismos novos e dispostos que aguentariam a mutação, mas meus cálculos não me respondiam, nada, mas vocês me deram a resposta. Quando vocês disseram 15 e 17, eram os números exatos. Quantos anos vocês tem?

   - Eu tenho 9, esqueceu papai? - perguntou Kitto.

   - Eu tenho 11. - respondeu Scotty.

   - Não, eu não esqueci, muito pelo contrário. Mas tenho uma pergunta muito importante a fazer para vocês dois.

   - Diga papai. - disse Kitto.

   - Vocês aceitariam se tornar esse ciborgues?

   - Will, eles são apenas crianças, não podem decidir essas coisas! - afirmou Senhorita Elisabeth um pouco furiosa.

   - Podemos fazer uma reunião? - perguntou Kitto saindo do colo de Will e indo até Scotty.

  Eles sussurravam até se virarem de volta e o olhar sorrindo.

   - Nós aceitamos. - disseram eles juntos.

   - Muito obrigado meus filhos. - respondeu Will abrindo os braços - Vem aqui abraçar o papai.

   - Que absurdo! Você é louco Will. - disse furiosa Senhorita Elisabeth que se levantou e seguiu para dentro de casa - Não farei parte disso, amanhã cedo estarei partindo.

   Eles continuaram brincando enquanto Will explicava o resto de seu plano, o seu desejo.

   Logo que o dia raiou, eles acompanharam Elisabeth até a saída de sua casa. Kitto e Scotty ainda estavam de pijama e Will, como sempre, de jaleco. Ela carregava uma mala com suas roupas e logo ao abrir o pequeno portão, Will a chamou:

   - Senhorita Elisabeth?

   Ela apenas o encarou calada e séria.

   - Será sempre bem vinda em nossa casa.

   - Passar bem, Dr. Will James Rock. - respondeu ela que logo fechou o portão e saiu.

   Eles o encaravam até ela sumir ao horizonte. Logo que eles não podiam mais a ver, seguiram para dentro, porém, antes de fecharem a porta, Peter chegou correndo e parou ofegante no portão.

   - Will! - gritou ele.

   - O que houve Peter? - perguntou Will se virando de uma vez e seguindo em direção a ele que abriu a porta e entrou.

   - Eu quero fazer parte. Eu quero ser um ciborgue também. - respondeu Peter de cabeça erguida o encarando sério e decidido.

   Logo Will se abaixou e pôs as mãos sobre os ombros de Peter.

   - Tem certeza disso? É algo muito perigoso.

   - Tenho! Tenho certeza!

   - Pois bem, mas tenho um projeto diferente para você.

   - Farei o que for preciso pra ajudar a humanidade.

   - Pois seja bem vindo.

Guardiões: Filhos Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora