T-Firium: a cidade esquecida no tempo

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    Era em torno de 14:00 horas quando avistaram ao horizonte a fenda que dava entrada da cidade.
    O sol escaldante da tarde ardia nos olhos e podia-se ver que uma tempestade de areia se aproximava do deserto.
    Próximos da entrada, se esconderam atrás de uma duna, Pan voltou a forma humana e Safira uma linda lebre branca.
    Logo seguiram a entrada, onde haviam dois guardas muito bem armados que logo perguntaram: "Quem são vocês e de onde vem?"
    — Eu sou Pan, estamos de férias, minha família e eu estamos caminhando pelas cidades as conhecendo melhor e gostaríamos de visitar sua cidade.
    — Somos de Spirit Falls. — disse Lua.
    — Pois bem, entrem. Sejam bem vindos a T-Firium e nos desculpem a bagunça. — disse o outro guarda.
    Eles entraram na cidade.
    Cristais e buracos no teto da caverna trazia luz a cidade que era cheia de ruínas e coisas em construção. Casas de madeira e aço se empilhavam em pedras enormes, escadarias sem fim talhadas nas pedras corria por toda a cidade, pontes de madeira cruzavam as ruas e serviam de calçada e o que não de pode negar a atenção, uma grande ampulheta de areia infinita que foi posta sobre uma basílica sem qualquer vestígio de destruição no ponto mais alto e central da cidade. Homens que cruzavam a cidade com máquinas gigantes com garras de aranha, máquinas de construção quase inacreditáveis, como se a era medieval se encontrasse com o futuro. Ferreiros iluminavam as ruas com as chamas que saiam de dentro de suas oficinas, crianças que vestiam ouro, prata e cristais costurados no pano bruto e pele de animais corriam pelas ruas brincando, pessoas com partes mecânicas pediam esmolas sentadas a beira das estradas tortas.
   — Isso aqui parece uma favela. — disse Lua.
   — Lua! — disse Kitto pasma virando o olhar rápido para ela.
    — O que? É verdade.
    — Todos sabemos que é, não precisa dizer! — respondeu Kitto.
    Eles continuaram caminhando, quando em um beco viram um rapaz que parecia bem ocupado com alguma coisa no chão.
    — Oi. Está tudo bem? — perguntou Scotty se aproximando do rapaz.
    — Oi? — perguntou o rapaz que estava bem distraído se virando para Scotty — Sim, é que não estou conseguindo encaixar essas peças.
    — Posso tentar?
    — À vontade. — disse ele estendendo a pequena maquina a Scotty.
    — Esse é o problema, você trocou as peças, essa manivela não é aqui. — então trocou as peças e sua pequena máquina começou a funcionar — pegue aqui.
    Ele pegou e olhou para a máquina meio triste.
    — Algum problema? Ela está funcionando.
    — Não é isso. — disse o garoto pondo a máquina no chão e a encara — é que eu não faço nada direito. Normalmente sou zoado na escola, pois não consigo construir máquinas simples. Eu sei fazer elas, eu juro é que sou muito desastrado.
    — Scotty... — chamou Kitto.
    — Não se preocupe garoto. Você vai conseguir. É só prática.
    — Scotty... — Chamou Kitto novamente.
    — Eu sou Scotty. Qual seu nome?
    — Kenny, mas gosto de ser chamado de K-9.
    — Scotty! — quase gritou Kitto.
    — O que foi Kitto? Eu estou um pouco ocupado aqui.
    Kitto não respondeu, apenas apontou para cima, onde, de dentro de um buraco a lua brilhava fortemente, dedicando todo seu brilho a Kenny.
    — É ele. — disse Sol.
    — O que? Porque não me disseram antes? — perguntou Scotty olhando aleatoriamente para os lados.
    — Eu estou tentando te dizer a um tempo irmãozão! — disse Kitto.
    — Perdão, eu não estou entendendo. — disse Kenny.
    — Precisamos conversar com você. — disse Pan — mas aqui não, não parece seguro. Podemos ir na sua casa?
    — Não tenho casa, sou órfão e morador de rua. Tenho uma caverna, serve?
    — Lá é privado? — perguntou Kitto.
    — Sim. Só eu sei como entrar lá.
    — Pois bem, podemos ir. — disse Kitto.
    — Ainda não estou entendendo. — disse Kenny.
    — Podemos conversar lá? — perguntou Scotty.
    — Sim. Venham. — respondeu Kenny começando a caminhar — Vou logo dizendo que não sei nada sobre tráficos, roubos ou arquivos policiais ou quaisquer dessas coisas que são ilegais.
    — Não é isso. — riu Lua — É algo bem louco. Sei que você vai gostar.
    Eles seguiram até a caverna que se encontrava um pouco afastado da cidade e embaixo de uma árvore que era escondida por suas vinhas e raízes.
    Dentro, tudo bagunçado. Várias peças e máquinas quebradas aleatórias pela caverna, uma pequena cama de feno e palha coberto por um pequeno cobertor com um travesseiro um tanto sujo com velas por todo lado e alguns cristais brilhantes.
    — Me desculpem a bagunça. Vamos à cozinha. Me desculpa, não tenho cadeiras, apenas na cozinha.
    Eles o seguiram até a cozinha e se sentaram nas cadeiras de madeira mal talhadas.
    — O que vocês queriam me falar? — perguntou Kenny que se escorou na sua pequena e surrada geladeira.
    — Há uma lenda que diz, que heróis nascerão para salvar os Hominum dessa irá dos beatos. — disse Kitto.
    — Sim, eu conheci essa história quando era uma pequena criança. Uma moça me contou.
    — Como assim? Conhece? — perguntou Scotty.
    — Sim. Uma moça que encontrei na rua me contou. Ela era muito bela, vestia branco e azul, usava uma coroa de estrelas e estava sempre de mãos postas e seu rosto brilhava como a lua e de sua cabeça podia ver apenas as pontas dos cabelos que saiam do pano que cobria sua cabeça.
    — Não sabe o nome dela? — perguntou Scotty.
    — Não. Não tive tempo de perguntar. Ela desapareceu depois de me contar essa história.
    — Interessante. — sussurrou para si, Pan.
    — Mas, o que isso tem haver? — perguntou Kenny.
    — É tudo verdade. — disse Kitto — E os tais Guardiões que treinarão esses escolhidos estão na sua frente. E a lua escolheu você para ser um desses escolhidos.
    — Vocês estão brincando, não é? — perguntou ele meio comovido e saindo de perto da geladeira.
    — É tudo verdade. — disse Kitto.
    — Então vocês são os... — dizia Kenny até ser interrompido por Scotty.
    — Sim, os filhos de Will James Rock, o Professor Frankenstein. Somos os irmãos Rock.
    — Mas eu... É que... O que?... Como assim? Mas isso não era apenas uma história? Eu não esperava... Porque eu? Eu nem poderes tenho. — caminhava aleatoriamente pela cozinha bastante confuso.
    — A lua lhe escolheu, então sua força é desconhecida até para você mesmo.
    — Mas eu... Não tem como.
    — Deixa de ser idiota! — disse Kitto se levantando e acertando um chute nele que o fez bolar por toda a cozinha.
    — Kitto! Isso foi desnecessário. — disse Scotty se levantando.
    — Eu sou Kitto Rock, filha de Will James Rock, escolhida como Guardiã e te digo: A lua te escolheu como um dos seus guerreiros que trarão a paz a este mundo!

Guardiões: Filhos Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora